Poesia Harmonia

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me arrisco
logo estou
correndo todos os riscos da existência
sinto o sangue percorrer em minhas veias
de maneira fervecente,
quase fogo de lareira velha
ou fumaça de cachimbo pagão.
ah de mim não saber de mim,
uma sina talvez,
um poema sem fim
ou continuado,
ou amassado,
ou descartado,
ou apenas nunca escrito,
ah deu não saber deu,
uma sina talvez,
não uma interpretação gramatical.

Inserida por rubobrobsky

quando vejo seres livres,
junto quero ser livre também
nem que o junto
signifique separado

os homens não criariam gaiolas,
nem celas
se a liberdade fosse compreendida
de uma maneira tão...
livre.
assim como ela por si só é.

não sou lobo,
sou pássaro em pele de cordeiro,
com sede de compreensão.

Inserida por rubobrobsky

o conceito de liberdade é desesperador
meio à imensuráveis formas de se sentir aprisionado.
de todas,
receio a mental ser a pior.

Inserida por rubobrobsky

somos líquidos
densos como água
água suja
se imunda
contamina.
nos esgotamos
tal como um esgoto.
no entanto
não se engane que purificamos.
somos líquidos
densos como água.

Inserida por rubobrobsky

era domingo
quando um cara chorou na minha frente.
dizia se arrepender de algo que fez.
não vinha ao caso o que era.
me dizia que sua mãe jogara praga na sua história
quando com 15 anos resolveu fugir de casa.
dizia a mim que gostava de elis regina.
estava tocando em algum lugar no momento dessa conversa.
me comunicava com ele pelo meu olhar.
não me faltavam palavras,
mas era tão somente o olhar
que ele buscava.
não esperava de mim uma saída pra sua situação,
o homem na minha frente só queria o meu olhar.
estremecido por dentro eu estava.
voltei pra casa sabendo que aquele homem se arrependera
do que havia feito.
era tarde demais, ou não.
mas aquele homem, magro, de cabelos pretos, olhos baixos
que chorou na minha frente
havia se arrependido.
continuei o meu caminho pensando nisso,
atravessado por uma estranha sensação de que poderia ser eu.

Inserida por rubobrobsky

não quero dizer mais nada.
nada.
controverso cabal.
tenho visto tanto,
vivido tanto,
imergindo em tanto
que já me sinto nada.

Inserida por rubobrobsky

" Te ver tão longe,
desfaz minha esperança
antes criança, agora ancião
mas de tudo, digo que valeu
o que ora me diz saudade
é verdade, tudo se perdeu
soma-se ao dia uma lágrima
mas haverá de brilhar um novo céu
e Deus para conversar
para ele pedirei
que numa outra vida me faça teu
tanto que não possas sobreviver sem mim
e eu capaz de te fazer feliz
tanto quanto o nosso amor merece...

Inserida por OscarKlemz

o Rio pendura mas não cai.
a mãe grita, com força
“Ô menino venha cá
deixa eu passar o protetor”
o menino volta de lá, do infinito
em pleno regozijo, gritando:
“eu sou livre mamãe, eu sou livre”

Rio de Janeiro, agosto de 2018

Inserida por rubobrobsky

menino franzino da mente malhada
olhos atentos e a língua afiada
ouvido macio, alma brilhante
coração colorido, peito cintilante

ohh menino
nas ruas do mundo a quiçá
ohh menino
crê que não se aprisionará

menino no rio nadando com esperteza
vê gente igual vai contra a correnteza
seus olhos atentos faz vê a esperança
buscais lindas flores meio a tanta lambança

ohh menino
não te desanimes com a humanidade
egos são maleáveis
independe de idades
não te cale que não falhas
acreditar na mudança é enfrentar as batalhas.

Inserida por rubobrobsky

dos dias que não se quer ser

era mais uma madrugada
dessas tempestuosas.
noite estranha era aquela.
não sentia o cheiro da chuva.
diferente de outras,
não existia relação ali,
entre mim, a água que ruíra na minha janela e a madrugada.
noite atípica.
o frio se acomodava latentemente aos arrepios da estranheza.
quando dei-me por conta,
estava lá, fitando uma poesia,
que temerosamente me desaparecia.
quando nossos olhares se cruzaram,
lembro-me de querer vorazmente devorá-la.
era estranho,
a madrugada que não escolhi,
a poesia que parecia ser eu.
nem me lembro mais quando esqueci de lembrar que era uma madrugada atípica,
dessas que só se dorme.
num átimo, estava completamente seduzido pela poesia.
imerso,
já nem sabia o que era noite, o que era poesia,
o que era eu.
minha respiração ofegava,
lembro-me de apavorar por isso,
mas era certo,
quanto mais apavorava mais escrevia.
e foi assim que eu danei-me a escrever.
escrevi, escrevi, escrevi
escrevi, escrevi, escrevi,
escrevi, escrevi, escrevi
escrevi, escrevi.
lembro-me de escrever tanto, mas tanto, que a poesia já não tinha mais nada,
nem uma palavra sequer.
em exaustão me apaguei
sem ver a cor das três madrugadas seguidas.
depois dessa, vieram muitas outras madrugadas,
outras poesias.
mas nada como aquelas.

Inserida por rubobrobsky

o choro

era domingo.
passava pela rua Janice
com sua filha de mãos atreladas.
olhos bem abertos e verdes.

era domingo de ventos
num desses
um cisco
num outro Janice
a moça de olhos bem abertos e verdes

cisco que pousa em olhos bem abertos e verdes.
dessa vez era o de Janice.
lágrimas desciam

a polícia passava
e Janice a moça de olhos verdes e grandes não parava de lacrimejar

Janice era branca, mulher fina
e muda.
sabe-se lá porque que na tentativa de acalmar as lágrimas dos olhos
seu dedo flechava Muriel

Muriel. quinze anos.
fazia compra para sua mãe Katia na feira.
provava das uvas das senhoras que lhe oferecia uvas.

uvas, sorriso não.

sabe-se lá o que fizera na vida Muriel.
se nascer não bastasse.

volta-se ao fato não previsto por Janice,
nem mesmo pelas senhoras da uva.

Muriel terminaria estirado numa das tabas com as uvas,
uvas acopladas de sangue.

num desses domingos de vento
Muriel sentia pela última vez o cheiro de uvas
e na calçada do morro
punha-se a chorar Katia

o choro.
o choro da viúva, mãe de dois filhos
empregada doméstica
e moradora da periferia.

invisível que era
só se via lágrimas a descer.
lá do alto.

Inserida por rubobrobsky

nunca fui de saber o que fazer com o que sinto,
não aprendi a não sentir.
paradoxo esse que é
de ser grato
e detestar esse fato.

Inserida por rubobrobsky

entorpecida

lá estava ela, titubeando
alma pleno regozijo
seguindo em direção da morte.
era um péssimo dia para morrer.
mas morreu.

Inserida por rubobrobsky

formigamento

coibia-se
até não sentir mais.
de fato, poderia crer,
com veemência,
que não sentia
não obstante, atrozmente
incomodava.

Inserida por rubobrobsky

Noite
"somos que nem a espuma da onda
viajamos no melhor lugar ate chegar na praia
então sumimos na areia
como se jamais tivéssemos existido"

Inserida por Pccmagdalena

" Gratidão, esse é o sentimento
mesmo com passagens difíceis
momentos que às vezes o coração quer esquecer
ainda assim sou grato
pelo aprendizado, pela fé, que se mantém forte
pelas companhias que me ajudaram a superar desafios
e mesmo pelas pessoas que me deram as costas.
Elas foram fundamentais para que eu entendesse certas coisas,
a elas também sou grato.
Gratidão a Deus pela generosidade sempre presente na vida
aos amigos reais e virtuais, à família, enfim, a todos que fazem parte dessa nossa jornada
Gratidão!!
Feliz páscoa,
feliz renascer
muito amor e paz no coração de todos
que o amor seja sempre o nosso maior desejo.

Inserida por OscarKlemz

SÉTIMO HEXÁSTICO


líquidos eruditos vãos
velhos discursos si produzem
ágoras de sós volatizam
logos e verbos pós-modernos
etéreos assim conduzem
infernos campos niilistas

Inserida por joao_batista_do_lago

OITAVO HEXÁSTICO


poetas líquidos não enformam
voláteis são vãs plantações
semeadas em campos estéreis
espigas de milhos sem grãos
debulhadas não dar para o pão
não mata a fome de inférteis

Inserida por joao_batista_do_lago

Os meus sonhos guardam poemas
os meus poemas guardam saudades
As saudades são dilemas
os meus sonhos, tempestades...

Inserida por valdaamundos

NONO HEXÁSTICO


brisa cálida… envolvente
afasta de mim esse cálice
nunca mais o beberei
jamais quero a embriaguez
soberbia e sucesso vãos
póstumo caminho eterno

Inserida por joao_batista_do_lago

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