Poesia Felicidade Drummond
Nada mais havia, apenas existia a donzela do cabaré, sendo a musa do acaso, vagando pelo espaço,vestida de mulher.
Você saiu para não mais voltar, em uma tarde de temporal. E o céu assombrado ponhe-se a chorar, em rimas cálidas tragando as desoras, para a noite se afogar, entre lágrimas e poesias, ensinando a amar.
Luz dos olhos de acalanto, que invade silenciosamente a escuridão, tua voz é o mesmo canto, a melodia suave do coração. A vida esvai-se na imensidão, há trevas que não reluz, há LUZ e CORAÇÃO.
Os ventos sopram o mar, o mar vai-se embora para o infinito, meu amor se abraça com o abismo, foi-se um amor que não soube amar.
A estrelas do céu e a nossa constelação de raios e luzes em sintonia com a energia cósmica tendo o óctuplo de rocha e domínio que brota a terra em perfeita sondagem que absorve os raios de sol. Os homens estão em desarmonia e a força que emerge de nós mesmo é o empenho de uma nova era secular.
O som parece um banda tocando em rua estreita, exageradamente, é como meu amor que sobejo por ti, amor jogado e só sobras, há uma estruição de meu amor e você ainda rir...
Entre a luz dos olhos do Jobim amante, rezei com Adoniran na capela São João, naveguei com Elis no falso brilhante e aprendi a amar e amar sem razão.
Ascendi os meus caminhos com a minha lépida pendurada à janela durante a noite. Os seus olhos são luzes ofuscadas e cintilantes do entardecer. O seu corpo são densas nuvens recaídas sobre as montanhas. Te esperei e tu não viestes... Ah! não viestes.
O amor une tudo, muitas das vezes temos o mesmo sangue e nos odiamos, brincam de amar estoicamente, um dia quando amarmos de verdade encontraremos o sentido de tudo e a resposta para tudo.
Somos eternos enamorados e o nosso amor é mais intenso a cada dia como o sol esplendoroso que aquece o horizonte e como a noite de luar que cintila nossos abraços em um denso véu de estrelas. O tempo ainda sopra favônios perfumados em nossos olhares sedentos e sobre o nosso sorriso inocente. O nosso beijo tem o mesmo sabor da primeira vez que meus lábios se encontraram com os teus,a nossa música é a mesma canção que começa e termina cantando, eu te amo...
O canto angorento das aves bordou o horizonte do universo em uma saudação melancólica que prenunciava a vida em sua predileção assombrosa e apocalíptica do fim, cortado pelo arco íris que limita o belo e o triste, ainda há de se ouvir o canto do carão festejando o inverno, sob o olhar penetrante da coruja que bisbilhota os quatro cantos do mundo no recôndito da ilusão, a vida é um sonho.
Toca-me as cordas musicais da existência, em notas sonoras adormecidas, em um canto de encantos de mocidade, as estrelas de noites mal dormidas, brilham em um céu de saudades...
e se contenhas com uma flor, seu perfume e sua delicadeza, sua fragilidade e beleza, então, se contenhas com uma flor, enquanto não floresce o meu amor...
Somos metafisicamente iguais, percorremos aerovias distantes, escrevemos chatismos delirantes e choramos por amor, chorar por amor ainda é romântico, absurdo poético!
... e pelos caminhos iluminados de sol, vê-se a noite de uma lua rodeada de estrelas e de amores disfarçados de aurora que adornam o amanhecer de um dia ensolarado que não anoitece... nesse amor adormecido cortejei meu único farol... lacrimejado das desoras que amei.
E. de repente fiquei só, sem amigos, a culpa foi minha? sim, imaginei que não poderia ter mais do que aqueles amigos e de repente fiquei só, um estudante com seus sonhos, um pensador com suas ideias, um coração pensando em Deus.
recomeçar, dá um novo passo, ousado e sonhador, um coração saudável, pulsando apenas o bom do amor...
quando senti uma dor no peito, não pensei mais em mim, pensei em minha mãe, me senti perto do fim e ser mais um que passa, sem ainda poder fazer feliz quem realmente na vida devemos amar...
que as flores não desabrochem em meu caixão, as flores que tanto desejei nas procelas, evitem as flores e o queixume sepulcral das velas...
Meu amor se foi, estava aprisionado nos calabouços de minhas ilusões, à deriva,abandonado, pois nas ruas e em cada esquina está meu coração pra quem quiser roubá-lo.
