Poesia Felicidade Drummond
Apenas quem já ousou escrever sabe o quão difícil é essa tarefa... As palavras, nossas amigas e constantes companheiras, às vezes, sem motivo, nos traem e deixam extremamente complicada a missão de expressarmos os tantos sentimentos que dividem espaço em nós.
A impressão que tenho é que quando eu falo ninguém para pra me escutar, mas quando eu escrevo, o mundo todo parece interessado.
Devemos nos agarrar em todos os que se cruzam conosco, (os bons e os outros também) para purificar o que guardamos no coração, o resto vem.
Escrever é como montar um cubo mágico, só que além de você organizar as cores, você organiza pensamentos e palavras.
A raiva bloqueia nosso raciocínio, nos fazendo agir por impulso em momentos que deveríamos agir com inteligência.
O ano todo tentando concertar os erros, os vacilos, os defeitos, mas que no final possamos olhar apenas as coisas certas e os momentos felizes.
recuar também pode ser uma forma de avançar. entregar-se também pode ser uma forma de resistir. negar também pode ser uma forma de dar. dar também pode ser uma forma de possuir. ficar também pode ser uma forma de ir.
As vezes eu fico pensando que as pessoas falam mal uma das outras só para se sentirem melhores do seu próprio sofrimento.
Existem pessoas que se tornam insignificantes com um tempo, pelo mal uso do conceito da palavra humildade, mas outras com seus jeitos meigos, simples e cordiais, se tornam etéreas.
Somos capazes de fazer muitas coisas, mas não somos capazes de fazer todas as coisas. Querer carregar o mundo nas costas e querer agradar a todos é como rezar sem fé: não vale o esforço.
Nunca se engane, estar vivo é estar com os outros e dependentes entre si. Somos as tramas que se misturam para tecer a vida. Cada um veio a este mundo cumprir sua meta e para isso depende do outro. Não se faz uma guerra sozinho e viver é lutar sempre, cada qual em seu caminho, fazendo o que consegue, pondo um tijolinho a seu modo na construção que irá beneficiar a si mesmo e aos outros.
Faça o seu RAP, fale e passe o que quiser nas letras, realmente até entendo, a maioria dos que passam algo relevante estão com menos no bolso.
Aqueles que nunca foram atingidos verdadeiramente pela arte nunca saberão como é sangrar o mesmo sangue que o artista.
Em dia dos namorados de Pandemia,quem não sonha com a paixão, não fica com a doença do apaixonado.Ela é a pademia de um coração quebrado.
Já percebi a um tempo que, não adianta quantas garrafas beba, quantos palavrões e socos na parede dê, não importam quantos sonos você perca e quantas insônias sofra. Não importa quantas lágrimas você derrame por enfermidade do coração, da alma, do corpo. Não importa quantas vezes você se odeie, se isole, se encha de ocupações e se culpe, nada, absolutamente nada parece diminuir o fato de nada disso fazer sentido, de se sentir a deriva sempre de si mesmo, sem porquês, para quê ou para quem. Percebo enfim que a muito tempo já sinto o peso da idade, e percebo que só tenho vinte e poucos anos...eu acho. Saudades de mim!
porventura, sabes tu, a diferença entre o vento e as árvores cochichando entre si? é que o vento não susurra teu nome.
Alguns de nós se disfarçam em coisas pequenas para que sentimentos imensos não os encontrem e os devorem.
Então, escalei tanques em Pequim e, ainda assim, não pude ver se você estava ali na multidão. Li todos versos de Brecht e não encontrei mensagens ou recados para fugir outra vez ao quarto onde o Grande Irmão não pode nos ouvir e nada mais importa, só você aqui, enquanto a primavera arde por toda Paris.
No peito grita minh'alma, que transborda quando canto. Entrego-me visceral, sem amarras, à partilha. Meus amores, meus prantos, meus calores, meus encantos. Errante, meu coração é aberto, queima e não cicatriza.
