Poesia Ei de te Amar Vinicios de Morais

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Somos em geral demasiadamente prontos para a censura, e demasiadamente tardos para o louvor: o nosso amor-próprio parece exaltar-se com a censura que fazemos, e humilhar-se com o louvor que damos.

A vida humana parece de algum modo tríplice, quando reflectimos que vivemos e sentimos em três tempos, no pretérito, presente e no futuro.

A harmonia da sociedade, como da natureza, consiste e depende da variedade e antagonismo dos seus elementos e carácteres.

Há muitos homens reputados infelizes na nossa opinião, que todavia são felizes a seu modo, segundo as suas ideias.

Os faladores não nos devem assustar, eles revelam-se: os taciturnos incomodam-nos pelo seu silêncio, e sugerem justas suspeitas de que receiam fazer-se conhecer.

À força de fazermos novos contratos e de vermos o dinheiro crescer nos nossos cofres, acabamos por nos julgarmos inteligentes e quase capazes de governar.

Os homens crêem tão pouco na autoridade da própria razão que acabam por justificá-la com a alegação da dos outros.

A inconstância humana é o produto necessário das variações da natureza, das circunstâncias e dos eventos.

A herança dos sábios tem sempre maior extensão e perpetuidade que a dos ricos: compreende o gênero humano e alcança a mais remota posteridade.

Ter privança com os que governam é contrair responsabilidade no mal que fazem, sem partilhar o louvor do bem que operam.

A constância nas nossas opiniões seria geralmente embaraço e oposição ao progresso e melhoramento da nossa inteligência.

É preciso que a sociedade tenha ódios para fazer as transformações com que progride, tal como a terra precisa de ser lavrada para ser fértil.

O prazer que mais deleita é o que provém da satisfação de uma necessidade mais incómoda e urgente.

Somos muito generosos em oferecer por civilidade o que bem sabemos que por civilidade se não há-de aceitar.

Quase todas as monarquias foram instituídas na ignorância das artes e destruídas porque as cultivaram demais.

Quando o interesse é o avaliador dos homens, das coisas e dos eventos, a avaliação é quase sempre imperfeita e pouco exata.

O entusiasmo é um gênero de loucura que conduz algumas vezes ao heroísmo e muitas outras a grandes crimes e malfeitorias.

Unir para desunir, fazer para desfazer, edificar para demolir, viver para morrer, eis aqui a sorte e condição de natureza humana.

Somos tão avaros em louvar os outros homens, que cada um deles se crê autorizado a louvar-se a si próprio.

Os moços são tão solícitos sobre o seu vestuário, quanto os velhos são negligentes: aqueles atendem mais à moda e à elegância, estes à sua comodidade.