Poesia do Preconceito Vinicius de Morais
"LIVRO FOLHEADO"
Outono quente de livro na mão
Caminho descalça pela areia fria da praia
Oiço o mar a desfalecer
Chorava o mar de amor nas vagas que batiam nas rochas
Naufrago das palavras entre os livros lidos
Livros folheados asfixiados de felicidade
Páginas rasgadas que tu talvez nunca conseguirás ler
Tatuagem esboçada inundada de harmonia
Letras desdobradas, incompreendidas mal amadas
Outono quente onde escondo a minha alma na gaveta da cômoda
E os meus olhos entre os livros no cesto do nosso quarto .!
"FOLHA"
Amo-te com as lágrimas da felicidade
Por toda a minha infinidade
Escrevo-te meu amor este poema
Com a saudade estas palavras que tu talvez nunca irás ler
Amo-te mesmo com medo das horas que apoderam-se de mim
Escrevendo-te com a dor do nosso amor já amadurecido
Amo-te nas horas de entrega, onde nos conjugamos
Nas lágrimas de dor convertidas em alegria
Feitas em dias, horas, minutos de felicidade
Sem limites onde juntos, juramos ao luar amor eterno
Amo-te tanto que dói, só de te o dizer
Escrevi numa folha tudo que sentia, mas nunca não irás ler
Porque rasgarei a folha, lançando-a ao vento
O malandro do vento trouxe de volta a folha com toda a felicidade!
"TANTO FALAM"
Atrás de uma porta, alguém falava
falava de mim, falavam de nós
O que disseram pouca importa
Falavam, falaram, falavam enfim
Hoje eu acordei muito bem
Não sei se foi a noite bem dormida
ou se apenas eu realmente acordei de um sonho
saltei cedinho da cama, escolhi a minha roupa
vim para a rua com o mais lindo sorriso
Bebi um café que está fabuloso
Decidi que o dia de hoje ia ser pleno, leve e suave
"bom dia vida " hoje eu escolho ser feliz
Com a minha família, marido e filhos
podem falar...... falar.......pouco importa!
Amar é desatar os nós
Dos sentimentos mais íntimos
É sentir o perfume e a leveza das almas
Revelando as emoções, deixando cantar o coração
Expressando a linguagem do corpo e da alma.
Outono quente onde escondo a minha alma na gaveta da cômoda
E os meus olhos entre os livros no cesto do nosso quarto .!
FLORES ROUCAS
Uma voz rouca que mortifica-se
Uma alma que pesa de um silêncio que grita.
Nas intrigas dos nossos pensamentos.
Silêncio onde guarda-nos o fardo da vida.
Rosa branca que murchou com o calor do sol
Só restam agora os espinhos de dor.
Ventos frios das luzes do palco que iluminam
Sobrevive quem tem a sorte de uma vida esmigalhada.
Canto triste de um lamento
voz rouca que pesa no silêncio.
Essência de uma alma das minhas belas camélias floridas.
Onde está a fragrância da flor, dos nossos anos perdidos.
O silêncio da nossa agonia ou talvez da nossa velhice.
A felicidade das nossas lembranças, das nossas memórias
São aquelas que não vivemos nem sentimos.!
JANELA E ALGUÉM
Alguém já escreveu que os olhos são a janela da alma.
Eu concordo com esta verdade
hoje eu acordei decidida a mudar
Passei a noite acordada
mais uma noite quente de outono maldita insônia
Maldito pesadelo
malditas ideias que me fazem questionar
as coisas que eu alguma vez
nunca quis questionar, deste mundo cada vez mais perverso, desumano e frio
Enfim resolvi reviver
os melhores momentos de nós os dois
dei-me conta de que já vivemos tantas coisas bonitas das coisas que já passámos
e por um instante dei-me conta a sorrir mesmo à gargalhada.
MÃE
Ser mãe é descobrir forças que achávamos que não tínhamos
É ter noites em branco, é amar e amar
É educar, é sonhar, é sentir
É saber lidar com os medos que pensamos não existir
"TALVEZ, TALVEZ"
Talvez deixe de escrever
Afinal a minha escrita é uma bosta
Poemas tantas vezes feitos de defeitos comuns
Desencontrados, desconexos
Fortaleza solitária, hábito de peito aflito
Pensamentos saudosos
Tempestades de granizo consentidas
Que tristes os gemidos penetrantes
Entranhas frias repartidas
Claros desenganos, certezas de extrema tristeza
Sofreu bravas aventuras
Mágoas minhas, olhos meus, entre os espinhos
Passos dados nas duras serras
Donde habita a maior fraqueza
Alma minha, corpo teu
Esperança esquecida, escritos tão meus!
"AGUAS CLARAS, PÉ DESCALÇO"
Pé descalço, coração de pedra magoado
Que cega esta nossa
Mais que nossa idolatria
Voluntária morte
Esta mortal vida,mal vivida
Onde deixamos reinar a tirania
Tão mal servida
Que bravas águas
Lágrimas no oceano profundo
Perdidas e esquecidas
Que chorei na mocidade
Daquelas que já foram celebradas
Noutra idade
Relembradas em liberdade
Sentidas de bravura
Águas claras
Mostrai-vos tão nossas conquistadas
Da memória antiga
Pé descalço e já magoado
Quando não poder ser amado
O canto das aves
Alegraram o meu pensamento
E o meu ouvido
O perfume das flores
Mostraram-me o céu na terra
Vivo isento e pobre sem abalar
O sentimento da fraca
Humanidade que se vive neste mundo
Cada vez mais frio
De calor humano
Pé descalço e magoado dos caminhos
Onde o mais escuro é claro
O mais leve é pesado
O mais brando é duro
Como as fragas das serras
De giestas, estevas.
Que cega esta nossa idolatria
Desta nossa voluntária morte
Sem viver a mortal vida
Reinando a tirania
Fechando os olhos
De sermos mal servidos
Pé descalço, magoado coração de pedra!
"PORQUE"
Porque é mais fácil para mim escrever
O meu pesar, do que alegria que sinto no ar
Porque é mais fácil escrever a dor que sinto
Do que a felicidade em que eu vivo
Porquê, porquê!
"TECER AS PALAVRAS"
As sombras das casas senhoriais frias
De pedras escuras
Sobreviventes aos séculos em estado de destruição
Hoje queria tecer as lágrimas
Da chuva que cai lá fora
Pérolas que enlaçam o fio da tua
Da minha sorte
Ser agulha nas malhas de lá do nosso esquecimento
Tecer todas as mágoas no linho
Dos lençóis ao vento no estendal.
Nas horas difíceis
Morremos de tédio acendemos a televisão
Navegamos na corrente
Barco sem remos, velas erguidas ao tempo
Atiramos pedras ao rio sem as ver cair
Gememos de fúrias esmagadas.
Fragmentos de memórias que tombam desamparadas
Como folhas soltas
Ao sabor do vento, no tempo
Gaivotas que levam as letras ilegíveis
De palavras irônicas.!
AGASALHO MEU
Amor amo-te em silêncio
Como a mansidão do rio
...........
Que cala negando
Na insensatez do vento
......
Deixo-me ir nas águas
De um remoinho
............
Sombras de uma luz
Que ilumina a minha alma
............
As horas que passam são folhas
Secas de um inverno esquecido
.......
As tuas lembranças são
O agasalho do meu desejo
............
Só a tua essência veste
A minha inocência desta noite
.......
Abraço os teus sentidos
Recolho-me no caminho da saudade!
AMOR DE ALERTA
Colhe
Em mim o amor
......
O amor
Que se avizinha
.......
Toma-o
Ou
......
Toma-me
Nos teus braços
......
Onde no teu ombro
Eu repouso
.......
O meu corpo
O meu cansaço
........
Perdidos e germinados
Num único olhar
.....
Em ti refaço-me
Das dores da alma
......
O meu descanso
O meu remanso
........
O amor de alerta
Que me penetra nas entranhas
.......
Talvez de tantas
Tantas artimanhas
........
Colhe em mim o amor
O amor que se avizinha!
DESÁGUE, A MINHA ALMA
Para onde vai a minha alma
Enquanto eu desço a ladeira
Nas veias ferve o sangue
Perdido nos meus pensamentos
Alguém que desague em mim
E que me faça ver o mar
Rios onde as águas se encontram
Beijam-se, enrolam-se na areia branca
Onde agora só quero e pertenço ao mar
Preciso de colo
Preciso de alguém que me olhe nos olhos
E que os faça brilhar...
Como uma lua cheia de esperança
Quando cortamos as amarras que nos prendem
Sabemos que a vida é um voo livre
Muitas vezes há uma lança que nos trespassa o peito...
Depois da ferida curada, sarada
Descobrimos que a dor
Apesar de alucinante não foi nada...
Para onde vai a minha alma
Enquanto eu desço a ladeira
Eu só quero alguém que deságue em mim
E que me faça ver o mar!
AMORES
Os meus filhos...
São os meus amores
Onde quer que eu vá
Levo-os sempre comigo.
Estão no meu coração,
Nos meus pensamentos,
Sinto-os em todos os momentos.
Em todos os lugares que estou
Eles são a razão da minha vida
Da minha própria existência
Amo-os mais, do que a minha própria vida
Os meus filhos são tudo...tudo
O meu sangue, a minha carne...
A minha alegria, a minha felicidade!
PARA RENASCER DE NOVO
Senti-te e abandonei-te enquanto te tinha
Meu amor; por medo de ser queimada...
Pelo ardor da paixão que sentíamos.
Amo-te com o sopro do meu coração
Queria adormecer em ti, dentro de mim
Como se tu e eu fôssemos nós.
Amo-te nos momentos de ausência.
Mesmo quanto a vida nos foge.
Amo-te à procura de respirar.
O cheiro da tua alma perdida em mim.
Amo-te quando pediste-me para me perder contigo.
Amo-te de olhos fechados
Quando gritei o teu nome ao vento.
Entrei meu amor
Sossegada dentro de ti; quietinha, calada.
Senti que me amavas, sorris-te, porque também o senti.
Deixei-te aconchegar-te no meu ventre, no meu peito.
Percorreste com os teus dedos as estradas imaginárias.
Encontrei-me, mais uma vez, sossegado dentro de ti.
Gritei bem alto o teu nome e morri de amor.
Para renascer de novo, renasci.
Senti-te e abandonei-te enquanto te tinha
Por medo de ser queimada pelo ardor da nossa paixão!
AMO-TE TANTO
Amo-te em cada beijo que te dou
Amo-te em cada olhar que perco
Amo-te em cada verso que faço
Amo-te no grito e na dor do meu silêncio
Amo-te nas noites escuras sem fim
Amo-te em cada lágrima que cai do meu rosto
Amo-te nas minhas recordações e lembranças
Amo-te nas mágoas e nas tristezas que irei sentir
Amo-te como uma louca em cada palavra sentida
Amo-te como um grão de areia no deserto da minha alma
Amo-te por amar-te tanto, ainda que nunca
Tenhas-me pedido para amar-te!
ABRAÇA-ME!
Abraça-me forte como se fosse a última vez
Com a tua alma, com doçura, ternura
Desejo e muita loucura
Envolve-me neste momento de amor com magia
Sentir as nossas mãos e corpos entrelaçados
O meu coração chama por ti
Quero ficar assim abraçada a ti
Nesse amor, sem fim
Os teus lábios são labirintos
O teu beijo o meu afago
Suspira os nossos sentidos
Que atraem os meus instintos
Acordando e dando cor à minha vida "À NOSSA VIDA"
SONHO DESFEITO
Às vezes não sei o que escrever
Mas, pouco a pouco, no meio do silêncio
Ou do imenso barulho cá de casa as palavras saem.
Começo por escrever que muitas vezes....
Não adianta correr atrás de um sonho
Quando há aberrações que acabam com os nossos sonhos
Seja o que for que a vida tenha reservado para mim
Vou continuar o meu caminho e a sonhar sempre
Mesmo quando as aberrações se cruzam connosco
Sem dinheiro não se faz nada infelizmente
Onde tudo se compra, tudo se paga
A vontade não passa
E a ansiedade que nos consome vai mais calma
Evaporada paciência
Traz ausência de uma estratégia forte
De uma intolerante resistência, em momentos de magia
Pensamento forte de sonhos escritos em palavras
Nunca... nunca deixe o seu sonho morrer
Mesmo que não tenha dinheiro para o concretizar
Sonhar é viver, viver é simplesmente sonhar!
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