Poesia do Preconceito Vinicius de Morais
Oh morena!
Porque não te fazes ainda mais serena?
E minha vizinha vens se tornar?
Vem e traz seu colo,
Que todo fim de tarde sempre era sagrado,
Para eu lhe procurar!
Vem e traz seu riso,
Que provoca em mim todos os instintos,
Que rimam com te amar!
Vem e traz seu alento,
Morena minha!
Poesia dos melhores tempos,
Que eu sempre amei poetizar!
De tantas idas e voltas,
Que fomos e sempre voltamos!
Porque eu sempre soube que em ti encontro reciprocidade,
Que tanto procurei nesses anos.
Que nunca foi segredo algum,
Que em teu peito me fiz felicidade!
Coisa boa que não se perde a toa,
Nem quando mil vezes se troca de cidade!
Oh morena!
Dos lábios cor de Açaí.
Do sorriso que só encontro em Tu,
Da saudade que só Tu me faz sentir!
Das conversas no relento,
Das noites que se passavam,
Juntos com as horas!
E ninguém estava nem aí!
Dos segredos que também guardamos,
E das promessas que já quebramos,
Só pro orgulho se perder.
Mas, não você!
Morena minha!
Que só poderia ser poesia,
Por tão inesquecível ser!
Enquanto houver um poeta no mundo a literatura estará salva,
Mesmo que seja somente a dele que exista.
Sei muito bem para onde sigo,
para que, porque e muito mais,
não gosto de brincadeira comigo,
levo a vida a sério e em paz !
MOMENTO AGORA
Nesse momento do agora
se fez o choro, de lagrimas
e de saudade, do adeus...
Se faz o choro do sorriso
que era antes de ser triste
mas, que hoje lacrimeja água,
pendula lábios meus.
Nesse momento do agora
quantas lagrimas trocadas
por aquela imensa alegria!
Aquelas tardes beijadas
noite em fim maldiçoada
por tomar o nosso dia.
Quantos soluços de prazer
gravados na eternidade
hoje não sinto você
seu cheiro não tem verdade
n'essa vil privacidade.
Nesse momento do agora
quantas lembranças que nos cabe...
aquele cais e cachoeira
até mesmo o verde da feira
ao nosso coração invade.
Os sonhos e as fantasia
feitas no auge d'aqueles dias
ficaram soltos aos ventos
hoje sem nem um contento
se perdeu nas ventanias.
Nesse momento do agora
nosso choro reluz a alma
e a recordação nos apavora,
lembranças entristece a calma...
A hora nos mostra a vala
e o futuro, nos evapora.
Antonio Montes
Último verso
Deixe as ilusões para os adormecidos,
Para os que se satisfazem com os rodapés da vida.
Suba em minhas costas e apague a luz da lua,
E então saboreie minha essência em um cálice, querida!
Toque levemente a taça
Com a qual te sirvo meu vinho,
Saboreie minha essência como um mapa
Que contornas em meu corpo, com carinho.
Saibas que cada luz desta cidade
É uma vela que ascendo pra ti,
E a cada vez que alguma delas piscar,
O fogo revelará o que és em mim...
Estarei em cada falta,
Em cada brinde, em cada valsa.
Pois nossos corpos são à prova da idade,
E nossas almas, a causa da eternidade.
Pois precisava ser criado o infinito,
Algo tão belo e indeciso,
Para que todos os mistérios da vida
Pudessem caber no teu sorriso...
DENTES DE LEÃO
São espalhados pelos quatro ventos,
Para não deixar cair no esquecimento
A esperança que, melhor, tudo vai ficar.
Como portadores de boas notícias
Vão às portas de lugares distantes divulgar.
Destemidos e corajosos como um leão,
O animal mais temido da savana.
Com fervor e muita dedicação,
Vão a uma casa, um casebre ou uma cabana,
Com a mensagem de salvação, amor e perdão.
Os pés de quem não se deixar vacilar
São tão admiráveis quanto um dente de leão,
Que, com um sopro, deixa levar
Suas sementes para germinar pelo chão.
FIM
Ivan F. Calori
Do que sou feita
Não sei amar pelos meados
Amor de incompletudes me exasperam
Sou feita de vastidões, não de bocados.
Minh'alma é ventania no alto da Serra
É enxurrada que arrasta pinheirais
É tudo ou nada mais.
Então não me venha com pedaços
Ou nega-me o universo
ou deixa-me quedar nos teus braços!
depois do brilho
de noite de chuva
eu me deito
na grama
e penso em você
meu corpo dói
como depois de um beijo
quebrando em incêndios macios
e flores silvestres
meu amor,
eu sempre serei
assim suave com você
(Desilusão)
Ser poeta é uma chatice
Incompreendido
Compreende a tudo em redor
Mas não consegue
Se compreender
Solidão de ideias
Quase sempre
vê a poesia sozinho
Vegeta em meio a utopias internalizadas
Caminha de costas
Sozinho
Na contramão
Ninguém quer saber o que senti o poeta
Ninguém quer saber de nada
Que flua do oceano das ideias
Esse papo de ser
Sentir
E blablablá ...
É tão distante
Tão obscuro
Tão platônico
O amor pela poesia.
Nossa história...
De mãos dadas com a força do amor
Seguimos
Juntos pelo caminho da persistência
Em acreditar que o amor pode sobreviver
Em meio à tempestades
Furacões emocionais
De mãos dadas
Seguimos.
Lado a lado
Sem olhar para trás.
Olhando para o mesmo alvo
À felicidade construída
Sólida
À dois
Corações
Em um único ser.
Segredos do coração
Não contes
Meus versos
São desabafos
D’alma amante
Não espalhe meus contos de amor
Nem penses em sussurrar ao vento meus dizeres
São pérolas do oceano de sentimentos
Contidos na alma cálida
Não contes te peço
Os devaneios de amor galante que a ti confessei
Das tardes longas que contigo tive...
Não dê detalhes da minha fala ofegante em declamar o amor
Do meu olhar marejado de lágrimas que denunciavam minha paixão
Por favor, não conte! É um grande segredo.
È intimo
É platônico
É pulsante
É doloroso
Ah, amigo não conte a ninguém
Que confessei o meu amor...
Não posso vive-lo
Não posso dizê-lo
Só posso sonhá-lo!
Vai, acelere meu coração,
viaje para junto das estrelas,
à noite vagam sonhos, ilusões,
te concedo o direito de tê-las !
Silêncio!
As palavras estão dormindo...
Ouço o som dos poemas
Quando a noite apaga a luz do dia...
Acende milhões de estrelas
Ilumina os pensamentos
Que voam feito vaga-lumes
Ofertando lumes de poesias para a lua...
ECO DE AMOR
Por detrás dessas cortinas majestosas,
eu vejo o escuro da solidão assolando
as lacunas da minha lembranças...
Também, ouço o som de uma vitrola grená
desvencilhando uma musica, que me
arrasta ao amar d'um passado que o tempo
e o seu encantado encanto... Cortinou em
seu canto e encantou o meu pranto, sob as
cores do meus velhos cabelos brancos.
Entre um tranco de sentimento e outro...
Eu solto um grito fosco ofuscando o
momento breve, Meu bem, meu bem...
Meu bem! Ninguém ouve o meu S.O.S de
intensos timbres, internos... Nem mesmo
os meus ouvidos são capazes de discernir
o rumo do eco aclamado do meu coração.
Meu bem! Meu bem! Hoje... São esses os
meus gritos mudos que mostram-me, no
mundo o quando eu fui rude com a
minha paixão. Meu bem! Meu bem!!!
Em vez d'eu ouvir, ou ver o meu chamado,
tudo que vejo, são lagrimas do meus
olhos e tudo que ouço são os tics-tacs
do meu... Calado coração.
Antonio Montes
Saúde?
sei lá o que é isso
é de come o é de bebe?
precisa de que pra pode te?
precisa sabe le?
sei nao hein
essa saúde ta muito cara
desse jeito nao vo pode leva
hoje nao
la em casa saude nao tem na geladeira
e nem na torneira
nas panela, vix
tem nao
saúde?
sei o que é nao
por aqui se ouve fala
mais a gente não sabe como chega
é !!
Me dê inspiração
Que eu te dou uma versão !
Talvez de você, talvez de alguém que você queira ser,
Talvez de alguém que você abomine conhecer.
Quantas versões existem de você ?
Quantas dessas versões você deseja conhecer ?
Quantas dessas versões você já experimentou viver ?
Insta: @li.fer.nanda
ANCESTRAIS
Aquela casa na estrada
por onde a boiada passou
n'um dia contava as jardas
n'outro saudade do amor.
Já serviu caneca fria
com água lá da cacimba
na agonia de um dia
passo da vida atrevida.
Aquela casa na estrada
nas margens d'aquele lugar
contava historia sem farda
d'uma fada p'ra casar.
Contava corda, amarelinho
em tempo distante atrás
pesponto estrelas pontinho
na historias dos ancestrais.
Antonio Montes
ÁGUAS PASSADAS
Veleiro no porto, atracado...
Com todo seu pano furado,
não navega mais, o veleiro!
Pelos mares do condado.
Amarrado em seu cais...
Dorme sonho de toda vida
acorda em seus madrigais
no altar de grande partida.
Veleiro no porto atracado
um dia projetou-se no mar
velejou águas e oceanos
e sonhos p'ra não se acabar.
Supriu os mares do mundo
com seu plano e coordenadas
bombordo estibordo e pano
agora são águas passadas.
Antonio Montes
Canta inquieta e solitária uma ave,
talvez em busca de companhia,
aprecio com calma a voz dela,
temendo que cesse a melodia
Ela só quer sozinha ficar
num jardim de flores perfumadas,
esperando que chegue o anoitecer,
para partir, voando sobre a invernada
Ave que sabe bem seu rumo,
como ela deveríamos ser,
ter um bom momento especial,
depois seguir, simplesmente viver !
O WIFI
Com wifi eu vou,
sem sair do lugar...
Para onde quero ou não quero
através dessas asas é vero,
que qualquer um pode voar...
Vou por ai pelas cidades
horizontes campos e mar
pelos os oceanos da vida
vou de asas, vou de dedos...
E remos a navegar.
Com wifi... Faz?!
Não sei, não sei...
Não sei se faz ou não faz
o que sei é que, com wifi
eu sou um pouco, pouco, mais.
Busco acalento no tempo
psicologia para meus ais
manobras para meu sentimentos
barulho, calmo em silencio
tudo esta, no wifi.
Antonio Montes