Poesia do Preconceito Vinicius de Morais
“Sorrisos, cachaças e traições”
Um bom dia! amargo, meu café
Desespero, não! Ainda tenho tempo
Agradeço em dia a falha que plano
Afinal, quem eu seria
Se não fossem meus demônios?
Uma parede, apenas beijos
Embriago brigas e sermões
Desatento, entre espasmos aceito
Sorrisos, cachaças e traições
Também penso sobre isso
Na cama, quando o tempo dá voltas
Achei meu jeito de ser fútil
É tão intrigante quanto inútil
Um delírio lúcido sem respostas
”Sobre ela e eu”
Inútil seja meu paladar vazio
Hoje pensei ter certeza de tudo
Perguntas, cavavam o próprio abismo
Beiravam a ira de um absurdo
Acena com calma, respira
Fecha o olho, ainda é dia
Não me respondo como antes
Meus dedos frios são poesias quente
Já nem entendo meus sujeitos mortos
Agarro um álcool e um inconsequente
Um sonho lúcido e um precipício
Salto de peito e espero meu guia
Sorrindo com frio na barriga, caía
Armado ao amargo fato, dizia
O sorriso é uma falha no caminho
A vida, consciência de uma faixa
O choro é a verdade de um sorriso
E a morte, é um gato numa caixa
”O paradoxo dos olhos abertos”
Sobre vida, interceda o mar que me deu
Ainda há quem diga que o vendaval sou eu?
Prepotente perante a todos
Impotente a mim mesmo
Escondo, odeio, exalto e amo
De minha verdade ser um quarto sozinho
E outras 3 perdidas por aí
Simplesmente complexo
No paradoxo dos olhos abertos
Um conto de fadas que termina em tragédia
Também é tragédia que termina em conto de fadas
Amar não é comum,
querer que dois
se tornem um.
quando acontece amor assim
tudo é começo,
sem meio e fim.
MIGALHAS
Deixe eu lhe dar
só as migalhas
do meu amor
do meu querer.
Pois se lhe der
tudo de mim
sereium fardo
pra você.
Diz o poeta
com razão
que amor demais
dá combustão.
Acende o fogo
da paixão
e toda chama
um dia apaga.
MONÓLOGO DA FOME
Eu estou com fome, meu senhor.
Perdi meu emprego, fiquei doente
E hoje moro na rua.
A covid matou metade da minha família.
De onde eu sou?
Não sou da Disneylândia, já morei na Ceilândia, na Estrutural,
No lago Azul, em vários lugares, nesses lugares em que as pessoas não desejam morar.
É hoje eu moro aruá, lugar em que muitos desejariam morar, para ter a liberdade que eu tenho, mas para morar na rua a pessoa precisa passar por onde eu passei, viver o que eu vivi.
Meu senhor, por piedade, diga-me, o senhor vai ou não me dar um prato de comida?
BEM COMUM
Pobre do homem que se faz instrutor
que anula o instinto em nome do amor
não quero com isso lhe ensinar o que sou
cairia no erro que sempre me enlaçou.
Doravante só direi não
não para tudo que é tese de alienação
não para todo sistema e esquema de dominação.
Até hoje disse sim, a fim de concordar
para sempre aceitar o melhor bem comum
de estranhos e amigo, que andavam comigo
me chamando de irmão.
Hoje fui despertado para outra razão
e voltei ao domínio da minha natureza
na sublime beleza que existe no não.
Eu, que não fumo, queria um cigarro
Eu que não amo você
Envelheci dez anos ou mais
Nesse último mês
O sertão é Conselheiro,
É Vilanova e Pedrão,
Macambira e Vicentão,
Manuel, o Curandeiro.
O sertão é Fogueteiro,
Marciano e Beatinho,
Taramela e “Jaguncinho”,
Tia Benta e Caridade.
O sertão é João Abade,
Pajeú e Timotinho.
Homero tratou da guerra,
Karl Marx, do capital;
Dante tratou da alma,
Goethe tratou do mal;
do homem trataram todos
de maneira magistral.
O maior erro humano reside na conclusão.
Quantas teses já perderam sua validade e importância? Mas no campo das relações humanas isso é mais notório. Erramos quando concluímos um assunto, um julgamento sobre outro. Somos falhos, quando afirmamos saber algo fora de nós, o ponto de vista é uma ilusão, um vago parecer sobre o que observamos.
SOBRE O AMOR
Sobre o amor, dizem que quem ama cuida, quem ama perdoar, quem ama aceita, quem ama não limita, quem ama acredita, dá segunda chance.
Tudo mentira. Quem ama escraviza, domina, ignora o desejo do outro, quer sempre ser visto e aceito em primeiro lugar, acredita firmemente no direito de posse, esta é de fato a forma humana de amar.
A forma perfeita de amar não é possível aos seres humanos, pois no amor perfeito não há cobrança, nem exigências, o amor perfeito não limita nem condiciona o objeto amado.
O amor que desejo amar é livre, perfeito, sem hipocrisia ou condição, este amor que idealizo é uma utopia. Nem mesmo Deus, no contexto teológico cristão ama dessa forma, pois há uma condição. Os que não se curvam às suas leis, no final, no dia do juízo, serão desprezados, condenados, esquecidos, banidos de sua filiação.
Talvez a definição de Paulo, em sua primeira carta aos coríntios, cap. 13:4-8 se aproxime desse amor perfeito, contudo o resto da doutrina esqueceu esta parte, mas foi um bom começo para iluminar esta forma de amor que almejo.
ÓPERA DO SILÊNCIO
Na solidão sem fim que ora vivo
por desgaste social outrora ativo
busco a performance perfeita
da minha mão direita criativa
que embora senil e lenta,
e às veze débil, continua viva.
Afasto-me do mundo, de engano
e retórica.Levado pela mão
da minha redenção simbólica.
Uma vez sozinho,
sem o sabor da carne
sem abraço-amigo
sem o pão do Cristo
sem o prazer do vinho,
como Handel espero compor
a ópera do silêncio
na ilusão sagrada de construir
o meu próprio ninho.
Evan do Carmo 21/11/21
VIDA DE ARTISTA
Vida de artista é chora, sorrir sofrer
É Correr atrás de um palco
De alguém para ouvir
O que temos pra dizer.
Antes do aplauso tem as lágrimas
E suor, da labutar do fazer.
Do querer fazer bem-feito
Para a si mesmo convencer.
Ontem chorei por meu gato,
Hoje chorei por meu cão,
Amanhã por quem hei de chorar?
E depois?...
E depois?...
E depois?...
Pensamentos não tem hora nem momento. Fluem livremente. Não implicam necessariamente em um destinatário ou em algum recado. Não atingem pessoas ou objetos reservados. Não contam uma história específica e sim traduzem muitas situações semelhantes entre os diversos amantes. Seja em Paris, Roma ou Veneza, imaginar o amor é como um doce sobre a mesa. Esperando ser degustado, primeiro deve ser contemplado. Pensamentos
apenas vêem à pena do poeta e são declamados sobre o papel. Aqueles que sentem estar dentro do fato narrado já viveram na pele a sensação de ser amado.
Escrevi uma carta para o meu eu do futuro,
Não foi respondida.
Apesar de desejar muito,
Ele não existia.
PRESSÁGIO
Quando você anda
Eu penso no mar
Na esquina da rua
À espera da lua
Eu me pego a sonhar.
A noite esfriou
A lua não veio
O mar me avisou
Que virá tempestade
A luz da cidade se apagou.
Um canto ofegante
Soprou minha sorte
Presságio de morte
Num passado distante.
Quando você acordar
Se lembre de mim
Na esquina da rua
À espera da lua
Eu me pego a sonha
Se não for para amar o meu próximo, não vale a pena estar aqui.
Está escrito na bíblia.
«Amarás ao teu próximo como a ti mesmo» (Mateus 22:39)
CANTO LIBERDADE
Letra: João Batista do Lago
Do quilombo dos Palmares
a voz de Zumbi ecoou
lutando por liberdade
a todos nós encantou
Não é fácil, não,
calar nossa voz,
somos uma só nação
temos um só coração
peito pulsando emoção
um só grito de libertação.
Saibam todos vocês,
senhores donos do mundo,
temos orgulho de nossa grês.
Somos madeira nobre (e)
reluzimos como ébano
nascidos do barro e do cobre.
Somos filhos da paz (e)
de liberdade contumaz,
nossa tez é nosso ouro.
Nenhuma insensatez
há de calar nossa voz
somos liberdade, não o algoz.
Do quilombo dos Palmares
a voz de Zumbi ecoou
lutando por liberdade
a todos nós encantou
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