Poesia de Pureza
CAMPINAS
Quando cheguei nessa terra de andorinhas,
Elas voaram até mim
E fizeram ninho no meu coração.
Virei verão.
E assim como essas aves vem e vão,
Eu também alço voos, muitos,
Mas sempre volto
Pra essa cidade
Que adotei como minha.
Vai ver também sou andorinha.
Alda de Miranda
Antigamente serei assim
Sou um poeta
destes antigões
que bebem muito
e escrevem pouco
destes que, sem querer,
romantizam tudo
e fazem do amor um sufoco.
Se você teve um dia ruim, ainda, sim,seja educado com as pessoas.
Você jamais vai saber como foi o dia dessa pessoa, e ela jamais terá culpa de como foi o seu dia, independente de ter conquistas ou derrotas.
Os outros não têm culpa ou sorte a serem refletidas de como foi seu dia
O Brasil antes era saqueado por países de fora em seu descobrimento.
Já hoje é saqueado por políticos.
Nos teus olhares brilha o doce afago,
Desejo e graça num só gesto unido,
Fertilidade em dádiva revelado,
Origem grega e deusa em ti contido.
Isis-Doron, nome que encanta e ecoa,
Beleza rara em linhagem tão sutil,
Teus olhos, fonte de calma e encanto vibram em consonância com o universo,
Num hino eterno ao encanto e ao perfil.
Assim te vejo inrenitente sem teimosia você segue a vida encantando o mundo com sua singeleza.
Não se preocupe com os caminhos a trilhar porque independente de por onde andar o ponto final será sempre onde você tem que está!
Quem é você?
Eu sou aquele que sente medo
Sou aquele que possui sonho
Sou a realização do sonho
Daquela que um dia teve medo
Eu sou aquele que ama a vida
Que respira e pira.
Sou a inspiração que te inspira
Eu sou aquele que vive a vida
Eu sou o erro da equação
De dois corações que se amam
Eu fui fruto da paixão.
Hoje, os corações se partiram
Pois quem sou ainda não sei
Mas e você! Sabes quem é?
Alexandre C.
Poeta de Libra
raiz quadrada submersa
pela terra incandescente
a visão ardendo branca
pela multiplicação de raízes
em voo e luminescência
asas que alcançam
as minhas asas negras
incorpóreas, vítreas
engolidas, trituradas,
crisálida abortada
mariposa cega
sem voo
respiração
sussurro
cessação.
(Pedro Rodrigues de Menezes, “mariposa cega”)
cascalhos da manhã
Uma criança
brilha em meus olhos
e me sacode sempre
Inda tenho sangue quente
queimando tecidos em meu corpo
Inda sinto as dores da vida
sobre os cascalhos da manhã
Inda sou moço e tenho planos
E sinto amor ao olhar a lua
(do livro "Licença Para a Vida")
Que te sirva de abrigo
todo silêncio que criaste
toda escuridão que buscaste
que a pretensão não consuma
aniquilando juramentos
a paz, arquitetada pelo céu
que te sirva de exemplo
ainda que nem todo amor valha a pena
ainda que os sonhos não sejam todos bons
ainda que ainda, resistam alguns aindas
que te sirvam de estradas
para que vás, onde teu desejo levar
e por lá fiques, até entenderes
que ao meu lado, era o teu lugar...
ERRATA
Do sol, tirei a peneira para abraçar a verdade que me norteava.
Talvez, meu erro foi querer viver amores tendo um amor.
Prostitui meu caráter e me entreguei ao proibido prazer.
Quis agradar gregos e troianos.
Engoli palavras amargas que seriam dadas com embrulho de presente a outras pessoas.
Reguei em meu jardim meu pé de niilismo com as lágrimas que segurei.
Viajei nos sonhos alheios;
Entrei em corpos ruins;
Mas de algo podes ter certeza:
A este que vos fala, faz-se a errata para que aprenda com aquilo que viveu e poderá viver novamente.
"Bruxas são divas que se perfumam
Com essência de terra e canela
Que cantam e cozinham
Dançam e fazem poesia
Poucas vezes elas praguejam
Mas, quase sempre,
São incompreendidas..."
Um bom matemático.
Uso para assistir, escrever e programar.
Tem teclado mas não é músico.
Tem tela sem ser pintor.
A MENINA DE PALMARES
Havia uma menina
cuja infância se foi na cheia
afogada nas águas pretas
e escuras do Rio Una
Daqueles tempos molhados
carrega consigo meia dúzia de fotos
e os espaçamentos da memória
cujas lacunas completam o inteirar de sua história
Na inocência dos seus olhos
brincava com a farra das águas
assistindo do alto da casa que lhe era abrigo
junto com outras crianças que como ela
aguardava o retorno desalojado dos pais
Era uma infância úmida devorada pela fome da boca
inundada de dilúvios e pelo banhar selvagem do rio
Não nasceu dos ossos das costelas
mas da mesma argila e do mesmo barro que Adão
Por sobre as águas das chuvas e do lado
boiavam entre bonecas e tiaras
as sobras flutuantes de suas lembranças
e do vestido submerso de sua primeira comunhão
apenas sobreviveu o terço presenteado de sua mãe
No leito em que hoje dorme convivo com suas noites
e me banho todo dia me enxaguando
nos afetos encharcados dos líquidos
de seus mais profundos amores
Minha filha não conheceu meus pais
mas eu conheci meu neto
Por isso faço versos
para que ele saiba
o que meus retratos sentiam por dentro
CORDÃO UMBILICAL
Quando nasci
cortaram-me o cordão umbilical,
só esqueceram de cortar
o fio que me deixou atado ao tempo
Perdi tempo perdendo tempo
em olhar o relógio com pressa de chegar
e nem me dei conta da paisagem
em que havia canteiros de jasmins
que não levarei comigo na memória
Ela é a cara da mãe,
que em tudo puxou de sua avó.
A avó, por sua vez,
é idêntica à mãe que um dia teve,
que vejo em apagados retratos,
e que, conforme antigamente contavam,
era cópia fiel da bisavó da mãe
da mulher que hoje amo,
e que é a cara esculpida da minha sogra.
Creio que me apaixonei
foi por uma mulher do começo do século XIX
Sempre fui curioso, abelhudo e bisbilhoteiro. Por isso ando pelo mundo cascavilhando no chão da vida versos que ainda não foram encontrados.
Todo poeta é um garimpeiro do invisível e do abstrato
Acordei,vesti os sonhos,
calcei os desejos,e sai de casa
fantasiado de realidade.
Quando voltei,
a roupa estava suada,
os sapatos estavam gastos,
deitei a fantasia de lado,
enxaguei os desejos manchados,
ensaboei meus sonhos molhados,
deitei-me na cama cansado,
encobri-me com o véu da noite
e esperei o corpo dormir
no acordar da minha alma
Se nos tempos de Drummond houvesse Waze, no meio do seu caminho não haveria uma pedra, não teria uma pedra no meio do caminho.
A poesia agradece o século XX
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