Poesia de Pais de Pedro Bandeira
Fragmentos de Nós
Entre versos soltos, o tempo se enlaça,
Somos fragmentos, pedaços de espaço.
Teu sorriso é breve, instante que passa,
Nos encontros e desencontros, me refaço.
Amor em pílulas, doses de eternidade,
Nas entrelinhas, busco tua verdade.
Palavras são pontes, frágeis, delicadas,
Te escrevo no silêncio, em noites caladas.
Vem, e traz contigo, a chuva e o sol,
Sons de uma vida, retalhos num lençol.
Cada toque, faísca de um universo,
Somos rascunhos, versos dispersos.
O amor é risco, rabisco no papel,
Instante fugaz, estrela no céu.
Nas curvas do dia, te encontro e me perco,
A vida é um traço, preciso e incerto.
Caminhos se cruzam, destino ou acaso?
Te amo em fragmentos, em cada intervalo.
Somos o agora, o imprevisto do dia,
Teu olhar, meu refúgio, minha poesia.
E se o tempo desfia nossos planos,
Resta-nos o momento, eternos insanos.
Na dança das horas, somos breves e belos,
Te amo em silêncio, em gritos singelos.
Fechei os olhos, negando tua indiferença,
Apaguei-me, enquanto queimava intensamente,
Um vulcão diante de um fósforo em sentença.
Soneto das Lágrimas e Feridas
Quando busquei afeto, em dia tão cruel,
Recebi palavras duras, frias, sem alento,
Críticas cortantes, frias como o vento,
Ferindo a alma, amargando o papel.
Coração magoado, lágrimas quentes, mãos frias,
Boa noite num visor, gelado e distante,
Em prantos queimei velas, num clamor constante,
Soluçando à lua, em noites vazias.
Calei-me para dar-te voz, cedi aos teus caprichos,
Quis fazer parte, mas só encontrei distância,
Fechei os olhos aos teus deslizes, em relutância.
Perdi-me, murchei-me, dividi-me em fragmentos,
Deixei de lado meus desejos, apaguei-me no escuro,
Enquanto eu era um vulcão, eras apenas um fósforo
Perdi-me, murchei-me, dividi-me em fragmentos,
Deixei de lado meus desejos, apaguei-me no escuro,
Enquanto eu era um vulcão, eras apenas um fósforo.
Soneto do Coração Ferido
Em meio às sombras, meu coração se parte,
Ecoam os gritos de um amor desfeito,
Cada lembrança crava, em mim, seu jeito,
E a dor se espalha, como fria arte.
Cicatrizes profundas, marcas que não somem,
Vozes do passado sussurram meu tormento,
Em lágrimas que vertem, meu desalento,
Revelam o silêncio que os sonhos consomem.
O peito dilacerado clama por paz,
Enquanto a saudade aperta, sem compaixão,
Sinto-me perdido, sem rumo, sem cais.
No abismo da dor, sigo a rastejar,
Sem saber se um dia haverá salvação,
Neste mar de tristeza, aprendo a lidar.
Soneto da Dor e Superação
Cansado de chorar, vago por migalhas de afeto,
Ajoelhado ao destino, em prantos e rezas, eu clamei,
Queimei velas aos deuses, por teu amor implorei,
Desfiei a lua em lágrimas, num gesto incerto.
Nas estrelas lancei a dor, por teu amor,
Desfiz-me em vários eus, para teu bem-estar,
Machucado em mil, pra te engrandecer, te elevar,
Feri-me, para poupar-te, ocultando meu temor.
Sorrisos camuflando tristezas, dei-te aos montes,
Desfiz-me para ganhar teus elogios e carinho,
Deixei de ser eu, tentando ser nós, montes.
Tantas vezes oprimindo a dor, busquei ser amado,
Encontrei desprezo onde esperava abrigo,
Das cinzas renasço, em mim mesmo, reencontrado.
Queimei velas aos deuses, clamando fervor,
Desfiei a lua, em lágrimas, sem cessar,
Lancei às estrelas meu grito de dor,
Para que teu amor pudesse me alcançar.
AUSÊNCIA
Às vezes sinto que me falto,
Na Curitiba que os fracos não perdoa,
Onde o corpo vaga pelas ruas,
Mas a alma, essa, destoa.
O vento gelado corta a pele,
E a neblina envolve a cidade,
Mas é dentro de mim que sinto
A mais profunda saudade.
As praças e os parques perfeitos,
Mas não aquecem meu coração,
Que busca em cada esquina
Um sinal de reconciliação.
Sou um andarilho solitário,
Pelas ruas de pedra e frio,
Procurando no horizonte cinzento
O pedaço de mim que partiu.
E assim sigo, meio ausente,
Nessa Curitiba de inverno sem fim,
Esperando que um dia, quem sabe,
Eu me encontre dentro de mim.
Confesso
Eu confesso, tudo mais e muito além,
Pelo que fiz, falei, calei,
Sim, eu me omiti, deixei pra lá,
Fiz de conta
que não era da minha conta.
Mas enfim, não tenho culpa,
ninguém tem culpa,
Todo mundo faz só o que pode.
Eu não fui diferente,
não sou super-homem,
Avante e além,
já ouvi isso, não sei de quem.
E agora que só falta um pouco, pra chegar ao fim,
Me consolo com as pequenas banalidades que fiz na vida.
E vou caminhando, até quando?
Até quando não sei, mas vou.
INDIFERENÇA
No véu da noite, em silêncio, eu confesso,
Que às vezes tento a dor não mais sentir,
Deixar o mundo e suas mágoas regredir,
E na indiferença, encontrar meu endereço.
Mas eis que o sofrer é um laço que apresso,
Na ingratidão, uma lâmina a ferir,
Cada desdém, um golpe a insistir,
Que o coração, ao se importar, paga o preço.
Clamo então aos céus, em súplica ardente,
Por um bálsamo que cure esta ferida,
A indiferença, doce e tão clemente.
Que ela venha, como brisa esquecida,
E me ensine a ser, enfim, indiferente,
Na receita da paz, a vida agradecida.
TEMPO PERDIDO
Sempre me levei a sério, talvez sério demais,
não faltava a compromissos, chegava antes do horário
os atrasos e a espera que me faziam passar eram normais
Nas antessalas de clientes, de médicos, passei muitas horas,
se somadas poderiam ser dias, talvez semanas, talvez mais
Mas o que eu teria feito com este tempo de vida que perdi?
O tempo sempre se usou de mim,
e eu o obedeci sem questionar.
E agora o meu tempo vai contando ao contrário,
tento imaginar quando tempo ainda tenho,
e quanto deste tempo ainda terei discernimento
para tomar conta de mim mesmo...
não tenho respostas, só dúvidas...
espero que o tempo deixe de ser tão cruel
e a esta altura, me seja benfazejo e breve
“Ser Feliz”
É possível ser feliz aqui e agora?
A pergunta ecoa, persistente,
Enquanto a esperança nos persegue,
E a busca se torna urgente.
Afinal, a felicidade é a causa final,
O objetivo que nos move, que nos guia,
Mas, às vezes, nos perdemos no caminho,
Como folhas levadas pelo vento, sem valia.
E não são apenas as grandes tragédias do mundo,
As guerras, a fome, a dor, os crimes a luz do dia,
Que roubam nossa paz e a alegria,
Mas também os momentos de aparente satisfação.
Passamos nos exames, conquistamos empregos,
Encontramos amores correspondidos,
E, ainda assim, algo nos falta,
Uma sabedoria que não se ensina nos livros.
O desejo, esse intrincado labirinto,
Nos leva a buscar o que não temos,
Mas quando alcançamos, o desejo se desfaz,
E logo ansiamos por algo novo, mais plenos.
Confundimos desejo com esperança,
Como se fossem sinônimos, irmãos,
Mas a esperança transcende o ego,
Não depende apenas das nossas mãos.
Talvez a felicidade esteja em direcionar
Nossos desejos para o que já possuímos,
Para o presente, onde ela floresce,
Sem preocupações com o futuro, sem enganos.
Assim, aprendemos a viver,
Apreciando cada pequeno instante,
Como regatos que seguem seu curso,
Como árvores que se erguem, constantes.
A felicidade, afinal, é como um raio de sol,
Que ilumina o agora, o momento presente,
E, quando nos entregamos a ele,
Descobrimos que ser feliz é simplesmente ser!
O GATO DE ALICE
A deriva e sem destino,
Assim passamos a vida,
Como Alice que perdida,
Pergunta ao gato felino.
Qual o caminho a seguir?
- Se não se sabe onde ir,
- Qualquer estrada é saída,
- Qualquer rota é guarida.
Mas o caminho é escolha,
É traço, é linha, é trilha,
É a busca que se compartilha,
É a vida que se recolha.
E na dúvida do traçado,
No enigma do destino,
Segue o passo, peregrino,
Que o caminho é revelado.
Cada curva é descoberta,
Cada passo, uma lição,
Na jornada, a direção,
É a vida que desperta!
(livremente inspirado em Alice
no País das Maravilhas de Lewis Carroll)
Chuvitiba
Não vejo nada, só a chuva na noite fria,
que esconde a cidade atrás da névoa.
Nos teus parques, as capivaras
tomam conta dos gramados e dos lagos,
como guardiãs silenciosas.
Um corredor solitário,
indiferente às intempéries,
insiste em demonstrar que pode haver prazer no sofrimento.
Amanhã, com sorte,
haverá de existir mais um dia,
cinzento e chuviscoso,
mais um dia nesta cidade,
que não perdoa os fracos.
Minha amada Curitiba,
onde a melancolia se faz poesia,
onde a chuva é companheira constante,
e a bruma, um véu que esconde os segredos da noite.
Saudade e Cura
Ontem reencontrei os amigos de sempre,
Conversas como rios de memórias,
E a saúde, ou sua falta, era o tema.
De rinite a resfriado, navegamos,
Por mares de exames e diagnósticos,
A bariátrica, um fantasma na mesa,
Uns a defendiam, outros, cautela pregavam.
Na clareza da vida que avança,
Envelhecer, um fardo inevitável,
Aquela que não poupa ninguém,
Nos observa, silenciosa e constante.
Mas que bom ter amigos ao lado,
Para dividir o peso e a leveza,
Seja na alegria ou na dor,
A alma se aquece, o coração se alivia.
Que me falte a saúde, se assim for,
Mas que nunca me faltem os amigos,
Pois na partilha do viver,
Encontro a verdadeira cura.
Vítima de um inimigo tão cruel, se encontra em pranto o povo de Israel.
Crianças chegam à tremer com medo de sua família nunca mais ver.
Deus, o Deus de Israel, alertou em Sua Palavra que isso aconteceria para vir o Céu.
Lutemos, pois, ao lado de Cristo, pois Ele é o Deus Emanuel.
E para que fossemos salvos, Ele mesmo rasgou o véu.
Ow my little girl
Poderia falar dos nossos corpos juntos
Poderia falar do seu sorriso
Poderia falar das nossas conversas e risadas
Poderia falar dos nossos beijos, como é bom fechar os olhos
Poderia falar do seu toque, da sua pele, das suas mãos, dos seus pés, dos seus cabelos, dos seus olhos, do seu perfume, do nosso nu na varanda
Do fogo da nossa paixão
E de como seria fácil escrever sobre tudo isso, pra dar luz aos sentimentos
Quero apenas dizer, como é bom estar com você
Da expectativa em esperar você
Da angústia de estar longe de você
De como as cores estão mais aguardadas
De como o cheiro está presente como um presente em mim
De como o fechar os olhos me dá acesso não mais só a escuridão, mas sim a luz em você
De como em meio a multidão, só vejo você
Como cada detalhe ou novas histórias, revelam o ser humano fantástico que tu és
Obrigado por me acolher, aceitar, acompanhar
O revelado enquanto estamos juntos é resgate, é reviver, é renovar
Obrigado apenas por existir em mim, quero você!
Como explicar a percepção do tempo que me faz sentir a eternidade quando estamos longe e transforma em milésimos de segundos quado estamos juntos.
O que dizer da distância, mesmo longe, minha percepção de proximidade me faz sentir seu cheiro, seu perfume, sua presença me fazendo adormecer e me despertando pela manhã, com toque suave dos seus lábios beijando- me por inteiro.
Energias capazes de sobrevoar sobre as Leis físicas do ser, desconsiderando o estar! Fazendo com que, onde quer que estejamos, sejamos um só! Unidos por essa magia de sentimentos embargados nos desejos de estarmos juntos!!
O tempo voa
As horas passam tão rápido !
O dia amanhece e o poente se apresenta...
Os dias correm velozmente, imperceptível aos nossos olhos
Se despedem sem delongas
As semanas sete dias
Ao notar sete de novo
Doze meses são um ano que nos pegam de surpresa
Nos escorrem pelos dedos, tão distante já chegou
Qual é o valor ?
Inestimável, pois é Amor
Te amo minha flor
Tu és presente do Senhor
Não tenho em mente o valor
Inestimável, é Amor
Eu sinto o teu sabor
Teu cheiro teu calor
Causa alegria até tremor
Nos sentidos não tem dor
Te perder me dá pavor
Agonia e dissabor
Não ver mais seu esplendor
Me consome o interior
Oro sempre ao Salvador
Nos conceda seu favor
Nos dê dias de amor
Te darei sempre louvor
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