Poesia de Filha Querida

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As estratégias e fundamentos do conhecimento humano, faz com que seus projetos aconteçam de forma clara e objetiva.
Francisco de Assis

Inserida por dyassis_itpark

"Filosofias de bolso" à parte,
viver exige um mínimo cuidado em respeitar as decisões do outro. Seja em que área for! Desde a decisão de jamais colocar um cigarro na boca ( sem criticar a quem o faz),
até eximir-se de ofensas proferidas,
sem se avaliar a quem podem ferir.
No final de tudo, trata-se apenas de fazer a vida mais fluída
sem abrir mão do que pensamos e queremos, mas aceitando as opiniões contrárias, visto tratarem-se apenas do sagrado exercício do livre arbítrio a que todos fazem jus.
Cika Parolin

Inserida por ParolinCika

A partida de mamãe em 2010, aos noventa anos,
pareceu-me natural, a princípio.
Depois das cerimônias de praxe, voltei para o meu lar com a sensação de dever cumprido e com a certeza que fizéramos, minha irmã e eu, o nosso melhor para lhe proporcionar conforto, assistência digna e serenidade nos seus últimos tempos conosco.
O vazio que sua ausência deixou foi aos poucos preenchido pelas lembranças e pelas histórias que dela rememoramos sempre que nos vemos.
O que me causa grande surpresa é o fato de que quanto mais o tempo passa, menos me lembro dela idosa e alquebrada pela idade, mas da mãe da minha meninice: Ativa, lutadora, precocemente viúva, dando murros em ponta de faca para nos alimentar e educar. Vejo seu rosto jovem, lembro dos planos que ela tinha para nosso futuro e do quanto trabalhava, da aurora ao anoitecer, sem queixas, sem lamentações.
Isso tudo me faz refletir sobre as marcas que deixamos nos nossos e que os exemplos que recebemos, na tenra idade, ficam amalgamados em nossa alma. Talvez seja esse o verdadeiro sentido da palavra "eternidade".
Cika Parolin

Inserida por ParolinCika

Haverá de chegar o dia
em que finalmente os seres reconhecerão
que é possível estabelecer uma trégua
em todas as divergências,
Só então será possível conviver dentro de limites de respeito e de tolerância mútua.
Cika Parolin

Inserida por ParolinCika

Não se sabe ao certo
quando os seres começaram a orar!
Provavelmente a primeira prece ocorreu
quando o homem, ao olhar o sol ou a lua,
descobriu-se diante de algo grandioso
que não conseguia explicar.
Cika Parolin

Inserida por ParolinCika

Guerreio comigo, exatamente todos os dias,
para não ter olhos às falhas alheias,
pois observá-las seria fechar os meus
para as minhas próprias,
que mal consigo corrigir.
Cika Parolin

Inserida por ParolinCika

Sempre, mais e mais, convenço-me
que vim a esse mundo essencialmente para "aprender".
O aprendizado do amor, da generosidade, do auxílio desinteressado e do perdão.
Precisei cometer muitos enganos
para ser capaz de, humildemente,
olhar para o alto e dizer:
" Ensina-me PAI, eu quero aprender"!
Cika Parolin

Inserida por ParolinCika

A vida é para ser saboreada
como faz o menino que prova o primeiro picolé!
No início com surpresa, depois com sofreguidão
e ao final bem lentamente para que dure o máximo possível.
Cika Parolin

Inserida por ParolinCika

Como no mito de Narciso que se apaixona pela própria imagem refletida no lago, algumas pessoas, simplesmente, não conseguem desviar os olhos de si. Seu mundo se resume em apreciar-se apenas! Negando qualquer valor, beleza ou talento em seus semelhantes.
Todos os dias nos vemos cercados de "Narcisos e Narcisas"
certos de que não há ninguém mais inteligente, mais belo, mais genial, mais...mais... que eles. Esquecem-se que "perfeição é meta inatingível".
Grandes gênios da pintura, da escultura, da literatura, das ciências, embora os achemos perfeitos, não sofreram da síndrome do Narcisismo, uma vez que nunca sentiram que sua obra estava perfeita, mas morreram acreditando que poderiam ter feito melhor.
Cika Parolin

Inserida por ParolinCika

Temperados com mais emoção que deveres,
os dias passam depressa demais.
Vez ou outra o tempo parece cobrar coisas e mais coisas,
mas não! Quero o luxo de fazer apenas o que o coração ditar.
Cika Parolin

Inserida por CikaParolin

A dureza das adversidades não a abateu.
Tempos do "pão com banha"
e quando tudo o que restava era lutar ou lutar, ficaram para trás
e lhe amalgamaram um temperamento positivo
e um profundo sentimento de gratidão pelas lições recebidas.
CikaParolin

Inserida por CikaParolin

Sou gêmea!
Já no útero materno tive que aprender a dividir espaço.
Cada um, para mamar, teve que entender a espera.
Mais tarde, nunca senti que um brinquedo fosse apenas meu.
Creio que isso tenha sido a minha melhor escola!
Foi o que forjou em mim a certeza
de que viemos ao mundo para partilhar,
para ceder espaço, para respeitar e zelar pelo outro.
Essa é a razão que me faz achar incompreensíveis certas disputas por ninharias; pelo "honroso" lugar de destaque,
pela necessidade de ser o primeiro em tudo.
Cika Parolin

Inserida por CikaParolin

Se exercêssemos um pouquinho mais a tolerância,
certamente aceitaríamos melhor o sagrado direito de cada um ser, simplesmente, o que é. Cika Parolin

Inserida por CikaParolin

Quem me olha no espelho,
agora percebo,
é o avesso da moça
que ainda habita em mim.
Cika Parolin

Inserida por CikaParolin

Nessa manhã, igual a tantas outras,
vieram-me à lembrança os nossos dias.
Não olhamos mais as mesmas paisagens,
nem nossos caminhos tornarão a se cruzar!
Estás em outra dimensão, porém existes dentro de mim,
mais vivo do que nunca, meu irmão,
nos laços perenes que nos unem.
Cika Parolin

Inserida por CikaParolin

A mola mestra dos relacionamentos sempre me pareceu a reciprocidade.
O respeito e o afeto que dedico ao outro sempre serão do tamanho do respeito e do afeto que recebo.
Cika Parolin

Inserida por CikaParolin

Mãos enlaçadas.
O silêncio falava mais alto!
Nada mais seria preciso
se o tempo tivesse parado exatamente ali.
Cika Parolin

Inserida por CikaParolin

Que as asperezas do mundo não nos abalem a ponto de
confundirmos o que somos com o que esperam que sejamos.
Cika Parolin

Inserida por CikaParolin

Era uma caixa de madeira envernizada,
com detalhes florais em machetaria.
À menor distração de mamãe, embrenhava-me no seu quarto,
onde, no fundo do guarda-roupas, estava aquela maravilha.
Dentro dela, em séphia, muitas fotos antigas.
Retratavam mulheres, homens e crianças
elegantemente vestidos à moda dos anos vinte, trinta, quarenta...
Coques imensos, sedas, ternos, bebês arrumadinhos.
O sorriso contido das mulheres, como convinha à época!
Homens carrancudos, com bengala e bigode elaborado.
Intrigavam-me especialmente algumas fotos milimetricamente
cortadas que sonegavam, aos meus olhos ávidos de criança,
personagens misteriosos, histórias desconhecidas,
dramas e segredos desbotados.
Ali ficava durante horas a observá-las. Identificando traços familiares, perguntando-me quem eram aquelas pessoas, o que tinham vivido, de onde vieram, o que delas ficara em mim?
Algumas respostas foram dadas, mais tarde. Outras jamais!
Das minhas furtivas incursões ao armário de mamãe,
restou-me a certeza de que o tempo apaga
resquícios de vidas que geraram as nossas.
Preservadas e silenciosas
numa simples caixa de fotografias.
Cika Parolin

Inserida por CikaParolin

Estávamos em um pequeno hotel na periferia de Roma.
Era uma noite tranquila como outra qualquer. Exaustos das andanças do dia, decidimos jantar pão, queijos e vinho, no quarto mesmo. Depois disso nos recostamos na cama para planejarmos onde iríamos no dia seguinte.
De repente notamos que o velho e sujo lustre começara a balançar,
o colchão vibrava; tudo balançava ao redor e, em seguida, o mais assustador e inimaginável som fez-nos pensar que as tropas da cavalaria italiana estavam entrando no ambiente. Ficamos lá segurando as mãos, à espera do pior.
Tão rapidamente quanto chegara, a coisa cessou.
O lustre foi lentamente parando e um silêncio absoluto se instalou. Levantamos em direção a uma pequena sacada e lá fora nenhuma folha se agitava, nenhuma voz, o céu estrelado
e tudo parecia normal como nos outros dias.
Passamos a noite acordados, com o coração aos pulos sob o impacto de algo tão estranho. Cedo, no café da manhã, perguntamos o que tinha sido aquilo. Ao que a dona da estalagem nos disse: "Abalo sismico ad Assissi".
Ficamos horrorizados e jamais poderíamos imaginar que, a praticamente 100 quilômetros de distância, era possível sentir os reflexos do terrível terremoto que acabara de ocorrer em Assis.
Cika Parolin

Inserida por CikaParolin