Poesia Carinho Machado de Assis
Resolvi os meus cabelos enfeitar,
prendi neles a flor do maracujá,
as mãos foram nos quadris,
só para mostrar que de mim
a felicidade jamais sairá,
o amor cálice nos embriagará...
Os moços da cidade
quando me veem passar,
fazem o maior arraial,
e por culpa do seu aroma
que em mim está,
o amor sempre nos florescerá,
só você é que me terá...
Juntos somos um ardente casal,
somos labaredas da fogueira,
O amor não nos consome
- só incendeia.
somos uma euforia
espalhada no ar,
fazemos com grandeza
o nosso arraial.
Festeiros de paixão
de corar até o boi bumbá,
o amor em nossos
corações para sempre ficará;
enfeitiçados só no cheiro
da flor do maracujá,
o amor se espalhará,
e nos eternizará.
A flor do maracujá é motivo
setembrino para caíres
nas minhas delícias,
e eu no teu desatino.
Oh, meu menino!
O destino do amor
em nossas mãos está,
- a flor do maracujá.-
A flor de maracujá
sempre estará em nós,
e nos alvoroçará;
As estrelas morrem
inveja de mim e da florzinha
de maracujá: o arraial em nós
duas para sempre ficará,
e nunca findará.
Doce Lua-de Mel,
paraíso dos desejos
que por enquanto
são só sonetos.
Lua querida Lua,
não vejo a hora
de sentir as mãos
do meu amor
ao redor da cintura.
Doce Lua-de-Mel,
espero pela nossa
em companhia
das estrelas do céu.
Lua querida Lua,
não sei se ele
irá me escolher,
ou será você
que irá me trazer.
Doce Lua-de-Mel,
aguardo pela nossa
colada nos doces
dos tantos beijos.
Lua querida Lua
peço a sua ajuda
com essa dúvida:
não sei se ele é meu,
ou eu que sou dele.
Doce Lua-de-Mel,
vejo galáxias
nos olhos dele,
no meu corpo está
o mapa do garimpo
e a descoberta
do amor mais lindo.
Imenso coração,
Sem temer pecar,
Dê-me a tua mão
E a tua alma.
Intensa sedução,
Armadilha e êxtase,
Se dê completamente
E bem maliciosamente.
Imensa paixão,
Sem temer amar,
Dê-me a tua vida
E serei a preferida.
Intensa loucura,
Amável ternura,
Se dê plenamente
E bem vagarosamente.
Não te segures,
Não me prendas,
Traga-me com calma,
O meu amor é assim
- aprenda
Com o brilho
Que a alma carrega
Presa em si - compreenda!
No deserto
sem ter condição
de te enxergar
no meio
da tempestade
de areia,
Pois ali você não
se encontra,
De ti o meu peito
toma conta,
Entre nós você
deveria estar.
No passo
da caravana
que segue
em silêncio
carregando
os meus
versos nômades
na bagagem
rumando
ao oásis
do coração,
Como já de ti
tivesse em mim
os beijos teus.
No fundo sei
que te pertenço,
Só sei que
não nos
encontramos
porque ainda
não é tempo,
e a travessia
será longa,
Eu sei que
te ilumino,
Dos teus lábios
sou o sorriso
como a evidente
Estrela do Oriente,
canção de amor
e de recomeço.
No Tempo das Coisas
Por muito tempo, esperei.
Esperei outros,
esperei respostas,
esperei sinais.
Hoje, não é mais sobre esperar.
É sobre estar.
Presente em mim.
Inteiro no que sou.
O que tiver de ser, será.
O que tiver de ir, que vá.
E o que vier,
que venha livre,
leve,
sem pressa,
sem promessas forçadas.
Não me movo mais pela ansiedade do futuro,
nem pelo peso do que já foi.
Meu passo é calmo.
Meu olhar, aberto.
Se for encontro,
que seja verdadeiro.
Se for despedida,
que seja serena.
E se nada vier,
ainda assim, estou.
Suficiente.
Pleno.
Em paz comigo.
Porque aprendi —
há um tempo certo para tudo.
E, às vezes,
o tempo certo
é apenas estar bem…
comigo.
O Preço
O tempo tem um lado
Desde o início,
Tudo por ele é revelado
Mentir é um desperdício.
O preço de ser você mesmo
É o de ser atacado,
Por quem finge ser honesto
E todo resto que não é.
Siga o caminho da verdade
E da coerência,
Onde há tanta falsidade
Deixe transbordar a sua essência.
O preço de ser você mesmo
É o de ser atacado,
Por quem finge ser honesto
E todo resto que não é.
Se a realidade deles é de faixada
Não entre na mesma encenação,
Melhor colocar o pé na estrada
E seguir só em outra direção.
O preço de ser você mesmo
É o de ser atacado,
Por quem finge ser honesto
E todo resto que não é.
Aquele que não usa desfarce
No final é recompensado,
Mesmo que nisso não pensasse
O universo deixa nú o disfarçado.
O preço de ser você mesmo
É o de ser atacado
Por quem finge ser honesto
E todo resto que não é.
(27 DE FEVEREIRO)
Dia e mês que levo os anos
Nas costas, cada vez maior
Sem fronteira e sem planos
Nos males e sonhos o suor
Levo com cuidado esta data
Num rígido e reto itinerário
Afinal não é ouro nem prata
Mas é especial no calendário
Nunca posso dar um até mais
Pois veloz já é naturalmente
Triste é ficar sentado neste cais
E sempre deixo um posposto pendente
Pois ficar mais velho, são fatos anuais
E ser lerdo, retarda receber o presente
Coração no Varal
Meu coração
Está pendurado no quintal
No varal, secando as lágrimas de aflição
Pingando agrura funeral
No sol, na chuva ao relento
Com a emoção amachucada
Frágil ao vento
Rangendo no peito de um jeito cinzento.
Luciano Spagnol
Da saudade
Saudade palavra agridoce
Contigo o mel e o amargo
Na secessão é tão precoce
No desengano desencargo
Da solidão
A solidão não é estar só
Seu silêncio é necessário
Tem seu charme seu xodó
Quietos no nosso breviário
Ter solidão é de ti sentir dó
E não ter qualquer destinatário
Da tristeza
De ti triste tristeza
Só nos traz incerteza
Afasta o belo da beleza
Ora nos traz profundeza
Ora nos traz aspereza
Que seja então breve
E nas tuas ruínas, leve
Da sabedoria
A sabedoria filha do entendimento
Tão desentendida pelos homens
Homens de guerras e sofrimento
Na ganância de ter bens
Como se fossemos dono de alguma coisa, somos momento.
Da alegria
Da alegria trago o sorriso
Gargalhar se faz preciso
Pro fado se fazer conciso
E o pleno prazer indiviso
Do amor
Do amor se espera encanto
Sem se frustrar na emoção
Do outro se quer santo
Se santo não é o coração
Então se cria o espanto
E no espanto a desilusão
Mesmo assim, queremos tanto, tanto...
Luciano Spagnol
Coração
Tu não sabes nada!
Sofre por impulso
Anuncia a estrada
Pulsa no ato do expulso
Acelera e contagia
Sonha, e tem o avulso
Sentimento, com ousadia
Fazendo-se de recluso
Na certeza da batida certa
Acredita, sendo tão confuso
Ai então fica alerta
Se desperta
Me sustenta
Apimenta
E volta a ser placenta
Frágil, cheio de ilusão
És tu coração!
Luciano Spagnol
Dia do médico
Ser médico...
É dar de si eternamente
Partilhar a dor do doente
Torna-lo confiante e forte...
É ser presente na vida e na morte.
Louco
Na alegria escarno a tristeza
Incógnito fico a rir e a chorar
Esta é minha louca realeza
Doido, verso e reverso o poetar
Cada desatino de ser violador
Chora a minha total lucidez
De um insano no seu fingidor
Onde mascara a loucura de vez
Se existir é que é muito louco
Então existo mais que o viver
Ser louco ainda é muito pouco
Nos acertos do normal saber
Sem rumo, louco, afortunado
Desatinado e cheio de muafo
Da vida, vivo para ser amado
De amor, louco, sem parágrafo
(Quero da loucura ser inventado!)
Araguari
(Parodiando "Cante lá que eu canto cá" de Patativa do Assaré)
Ô Araguari, arguem já te poetô
Eu sempre tenho poetado
E ainda poetando eu tô
Cadquê, chão amado
Ocê é trem bão dimais
E óio aqui os sêus mistério
Tão difícil, decifrá jamais
Tal arrilia é tão sério
Que o poeta proseia, proseia
E ainda fica o quê proseá...
SONETO DE 27 DE FEVEREIRO
Dia e mês que levo os anos
Nas costas, cada vez maior
Nos sonhos hão-se planos
No afã do fado, gentil suor
Levo com cuidado esta data
Num único e poético itinerário
Afinal não é ouro nem prata
Mas é especial no calendário
Nunca posso dar um até mais
Pois, veloz já é naturalmente
Nas ilusões deixadas no cais
E busco ter posposto pendente
Ser mais velho, são fatos anuais
Ser feliz, é ter a vida de presente...
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Cerrado goiano
Sísifo
Vai e volta, vinda e partida, recomeço
Aí é o tal preço, nesse caminho duro
Da vida, afinal se não for com apreço
A angústia, o medo, inundam o futuro
Recomeça, se desejares, sem pressa
No passo o compasso do passo dado
Na liberdade doada, que a razão meça
Os alcances, pois, o desejado é alado
E enquanto, ainda, tu não alcances
Não descanses na ilusão da metade
Se saciares com os poucos lances
A sorte não lhe será uma realidade
Sonho tem sempre parte de loucura
Onde a lucidez reconhece cada azar
E nesta queda livre que é a aventura
Não esqueças jamais do vetor amar
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Mês de maio, 2017
Cerrado goiano
ENTRE SOMBRAS (soneto)
Ao pé de mim vem o entardecer sentar
No cerrado, a noite desce, sombreando
Vem ter comigo hora pensativa, infando
Em uma visão das saudades a lamentar
Pousa tua mão áspera em mim, causando
Nostalgias no coração dolorido a chorar
São suspiros vaporosos ecoados pelo ar
Tão tristes, ermos, do vazio multiplicando
Na noite há um silêncio profundo a orar
Exalando a secura da dor impactando
No peito, que põe os olhos a lacrimejar
Eu a escuto imóvel, apático, sem mando
No vago da solidão, e me ponho a urrar
Às estrelas, que no céu voam em bando
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, maio
Cerrado goiano
Sou Caipira
Sou pé na terra
poeta na estrada
mineiro da serra
e sua esplanada...
Eu vim do cheiro do cerrado
fogão de lenha, teto esfumaçado
lamparina, sem forro o telhado
chão batido, manhãs com mugido do gado.
Cresci no curral, junto de peão
viola, causos, anedota e mentira
nutrindo a inocente imaginação
sem que o tempo a aluíra
Sou araguarino, menino, alma cuíra... Caipira!
Agosto (bem vindo!)
Bem vindo agosto
que seja lindo
do desgosto oposto
no amor luzindo
a gosto, com gosto
nas realizações infindo
ao meu, ao teu
avindo
num apogeu
Agosto... Seja bem vindo!
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, julho
FISIOTERAPEUTA:
Avalia...trata...reavalia...trata...reabilita... alivia...
No passo a passo o passo da evolução, às vezes lenta, mas com ágil dedicação, especialização, com o coração.
Pronto para ouvir, sentar junto, animar... Se preciso for, até chorar...
É um oferecer, dar o olhar, abraçar, apoiar...
Profissional do movimento
Auxílio na dor, no alívio atento
Ombro amigo, manobra, alento
Ao aflito, ali presente, insistente
Dedicação, amparo consistente
Perito aliado na reabilitação...
Ao Fisioterapeuta saudação!
Feliz dia!
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Rio, 13/10/2010
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