Poesia Carinho Machado de Assis

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Pascal é um dos meus avôs espirituais; e, conquanto a minha filosofia valha mais que a dele, não posso negar que era um grande homem. Ora, que diz ele nesta página? [...] Diz que o homem tem “uma grande vantagem sobre o resto do universo: sabe que morre, ao passo que o universo ignora-o absolutamente”. Vês? Logo, o homem que disputa o osso a um cão tem sobre este a grande vantagem de saber que tem fome; e é isto que torna grandiosa a luta, como eu dizia. “Sabe que morre” é uma expressão profunda; creio todavia que é mais profunda a minha expressão: sabe que tem fome. Porquanto o fato da morte limita, por assim dizer, o entendimento humano; a consciência da extinção dura um breve instante e acaba para nunca mais, ao passo que a fome tem a vantagem de voltar, de prolongar o estado consciente.

Machado de Assis
Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881).

O desdém não se revelava por nenhuma expressão exterior; era a ruga sardônica do coração. Por fora, havia só a máscara imóvel, o gesto lento e as atitudes tranqüilas. Alguns poderiam temê-lo, outros detestá-lo, sem que merecesse execração nem temor. Era inofensivo por temperamento e por cálculo. Como um célebre eclesiástico, tinha para si que uma onça de paz vale mais que uma libra de vitória.

Machado de Assis
Iaiá Garcia

A boca desabrochava facilmente em riso, — um riso que ainda não toldavam as dissimulações da vida, nem ensurdeciam as ironias de outra idade.

Machado de Assis
Iaiá Garcia

⁠Quanto às minhas opiniões públicas, te­nho duas, uma impossível, outra realizada. A impossível é a republica de Platão. A realizada é o sistema representativo. É sobre­tudo como brasileiro que me agrada esta úl­tima opinião, e eu peço aos deuses (também creio nos deuses) que afastem do Brasil o sistema republicano, porque esse dia seria o do nascimento da mais insolente aristocra­cia que o sol jamais iluminou.

Machado de Assis
Diário do Rio de Janeiro, 5 mar. 1867.

Se eu lembrasse de deixar a vida por aborrecimento ou capricho, seria você acusado de me haver propinado o veneno?

Mas, enfim, os cabelos iam acabando, por mais que eu os quisesse intermináveis. Não pedi ao céu que eles fossem tão longos como os da Aurora, porque não conhecia ainda esta divindade que os velhos poetas me apresentaram depois; mas, desejei penteá-los por todos os séculos dos séculos, tecer duas tranças que pudessem envolver o infinito por um número inominável de vezes. Se isto vos parecer enfático, desgraçado leitor, é que nunca penteastes uma pequena, nunca pusestes as mãos adolescentes na jovem cabeça de uma ninfa... Uma ninfa!

Machado de Assis
Dom Casmurro (1899).

O destino, que conhece o desfecho de cada drama, sorri dos nossos cálculos, e choraria, se pudesse chorar; das previsões humanas.

Machado de Assis
A semana, 30 de junho de 1895.

A bebedice parece desenvolver-se entre nós, já em tal escala que a taberna é o pórtico da sepultura.

Machado de Assis
Machado de Assis: Obra Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2021.

Nota: Escrito em 1 de setembro de 1877.

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Minha solidão tomou proporções enormes. Nunca os dias foram mais compridos, nunca o sol abrasou a terra com uma obstinação mais cansativa. As horas batiam de século a século, no velho relógio da sala, cuja pêndula, tic-tac, tic-tac, feria-me a alma interior, como um piparote contínuo da eternidade.

Machado de Assis
Papéis Avulsos (1882).

Nota: Trecho do conto O espelho.

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⁠Há umas plantas que nascem e crescem depressa;outras são tardias e pecas. O nosso amor era daquelas; brotou com tal ímpeto e tanta seiva, que, dentro em pouco, era a mais vasta, folhuda e exuberante criatura dos bosques.

Machado de Assis
Memórias Póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Typografia. Nacional, 1881

⁠Não havendo nada que perdure, é natural que a memória se esvaeça, porque ela não é uma planta aérea, precisa de chão.

Machado de Assis
Memórias Póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Typografia. Nacional, 1881

Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta, não há ninguém que explique e ninguém que não entenda.

Tenho uma espécie de dever de sonhar sempre, pois, não sendo mais, nem querendo ser mais, que um espectador de mim mesmo, tenho que ter o melhor espetáculo que posso. Assim me construo a ouro e sedas, em salas supostas, palco falso, cenário antigo, sonho criado entre jogos de luzes brandas e músicas invisíveis.

Bernardo Soares
PESSOA, F. Livro do Desassossego, por Bernardo Soares. São Paulo: Montecristo, 2012

Nenhum homem que tenha vivido conhece mais sobre a vida depois da morte que eu ou você. Toda religião simplesmente desenvolveu-se com base na trapaça, no medo, na ganância, na imaginação e na poesia.

Edgar Allan Poe
JOYCE, John A. Edgar Allan Poe, 1901.

Nota: A citação apareceu em uma biografia de Poe escrita por John A. Joyce, mas a evidência era indireta, por isso, a autoria não está confirmada.

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O transe poético é o experimento de uma realidade anterior a você. Ela te observa e te ama. Isto é sagrado. É de Deus. É seu próprio olhar pondo nas coisas uma claridade inefável. Tentar dizê-la é o labor do poeta.

A amizade é assim:

É sentir o carinho,
É ouvir o chamado.
É saber o momento
de ficar calado.
Amizade é somar alegrias,
dividir tristeza.
É respeitar o espaço,
silenciar o segredo.
É a certeza
da mão estendida.
A cumplicidade que
não se explica.
Apenas vive!

Mensagem de agradecimento pelo feliz aniversário!

Amigos,
é com muito carinho que venho agradecer a todos por cada mensagem, por cada palavra, por cada gesto, por cada presente, enfim, a todos que carinhosamente gastaram um tempinho do seu dia pra me desejar feliz aniversário. Deu certo, pois foi um dia muito feliz mesmo...
Aos que ligaram...
Aos que esqueceram...
Aos que se atrasaram...
Aos que não puderam estar “on-line”.
Deus dê em dobro tudo que me desejaram!
Sou uma pessoa muito feliz, feliz mesmo...
Pois tenho pessoas maravilhosas que me cercam...
Uns bem de perto...
Uns de longe...
Outros de bem longe...
Não importa a distância e sim o carinho...
Isso é um presentão de Deus pra minha vida...
Obrigado a todos!

Eu gosto.

Gosto daquele amor que se recebe sem pedir,
Daquele carinho inesperado, verdadeiro.
Do beijo romântico que parece se eternizar no espaço,
Do abraço apertado, acorrentado no coração.

Gosto daquele olhar envergonhado e diminuto,
Daquele sorriso sempre único e transparente,
Daquela mão sempre pronta para me segurar,
Da respiração ofegante e delirante de estar com você.

Gosto das brincadeiras sem sentido, sem nexo,
Das gargalhadas que vêm da alma, exageradas,
Do soninho no teu colo, no meu ninho,
Do teu querer-me sempre, do teu mimo.

Gosto de saber que gostas de estar comigo,
Não importa a hora, nem o tempo, nem o lugar,
Só o que te interessa é a minha presença, a minha pressa,
Só o te preocupas é a minha felicidade, a minha festa.

Gosto de saber que te faço feliz, assim como você me faz,
Que o teu futuro coincide com os meus sonhos, com o meu querer,
Que o teu sorriso vem de mim, e o meu de ti,
Que a nossa felicidade só depende agora de mim e de você.

Eu gosto de ter-te outra vez comigo,
De compartilhar contigo outras rizadas, outros sonhos,
De te conhecer de novo, de te reconhecer de novo,
De ter você, de estar com você, de ser de você.

Sim, eu gosto e como gosto, das tuas mudanças, do teu prumo,
Da sua versão melhorada, mais ainda encantada,
Mas sem perder a sua essência, o seu brilho único,
Sem perder o você que me deixou e sempre me deixa tão apaixonada.

Queria eu poder tocar seu coração,
Fazer você sentir todo carinho que tenho por ti.
E assim mudar sua vida para melhor,
Consequentemente você também mudaria a minha.

Amor não correspondido.

O que adianta eu te dar carinho
O que adianta eu te dar atenção
O que adianta eu ser romântico
O que adianta eu te dar meu coração.

O que adianta eu ser compreensivo
O que adianta eu ser motivador
O que adianta eu ser diferente
O que adianta eu te dar meu amor.

O que adianta eu ser companheiro
O que adianta eu ser divertido
O que adianta eu ser alegre
O que adianta eu ser descontraído.

O que adianta eu ser legal
O que adianta eu ser criativo
O que adianta eu te surpreender
O que adianta eu ser imprevisível.

O que adianta eu ser presente
O que adianta eu ser transparente
O que adianta eu te dar confiança
O que adianta eu te dar segurança.

O que adianta eu querer te ver
O que adianta eu querer te olhar
O que adianta eu sentir tua falta
O que adianta eu querer te visitar.

O que adianta eu ser tudo isso
Se você realmente nunca parou para me observar.