Poesia Carinho Machado de Assis

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Persona

o querido animal
cujos ossos são uma recordação
um sinal no ar
jamais teve sombra nem lugar

da cabeça de um alfinete
pensava
ele era o brilho ínfimo
o grão de terra sobre o grão
de terra
o autoeclipse

o querido animal
jamais para de passar
me contorna

Inserida por pensador

uma sarjeta é o lugar onde se deixar uma menina
uma menina é um ser vivente, um ser vivente é esse
que se atravessa e mata e nunca existiu

não vou mais pisar a sarjeta de quando era uma menina
sob as mãos do pai, do outro e do outro
todo e qualquer desconhecido

um senhor me pergunta se foi um poema que se salvou
como sede de qualquer morada
o claustro, senhor, não pisar qualquer chão

ser encarcerada é um ótimo ataque, lê-se numa vala

Inserida por pensador

ponho as mãos no coração
só posso escutar o naufrágio correndo pelos olhos
- escuta! minhas pernas bambas te esperam

Inserida por pensador

Pensamentos

Madrugada sórdida, eólica e pródiga,
que me vejo sem paz.
Canção melancólica, alcoólica,
e sempre tão sem graça,
que cada lembrança traz.

Mas quem pudera um canto garrido,
que traga o sorriso, isento de,
machismo, feminismo, eufemismo,
livre até mesmo do “ismo”,
inventado por idealismo,
tais “sapiens evoluídos”,
que o canto não os toca mais.

Tenho mais perguntas do que respostas,
um questionador repleto de propostas.
Guardando para si, por não haver debate,
apenas lados e falta de honestidade.

É evolução ou retrógrado,
é idiotice ou monólogo,
todos esses pensamentos,
que me privam de sentir do ar.

Apesar de sem sentido,
não deixa de ser eólico,
o vento traz males e bens,
carregando as energias,
no desequilíbrio do vai e vem.

Inserida por DiMatheu

Superar (verbo)

é entender que a emoção não faz sentido.
é entender que o pão não vai estar quentinho.
é entender que o tênis branco em dia de chuva era problema.
é saber que nem tudo é como se espera, dilema.

Inserida por ojeanbarroso

Viajei em todos os universos e em nenhum deles eu te encontrei.

Creio que seja assim que funciona: a estrela cadente passa e se não a percebemos nessa pode ser que nunca mais a veremos.

Inserida por ojeanbarroso

Às vezes a solidão é um espectro
que vai de norte a sul
caminha lentamente
e por acidente
tropeça

Inserida por ojeanbarroso

Descobri no teu abraço
a vivacidade daquele enlaço
que me acolhe
que me encolhe
que me colhe
e que a colheita não são flores, mas um alimentos que me nutre por inteiro
tras o aconchego
a vontade de serestar.

Inserida por ojeanbarroso

Eu perdi o seu amor
mas eu jamais vou te perder
uma história não se apaga em apenas querer
e nenhuma verdade se torna mentira
simplesmente porque eu quero
Eu perdi o seu amor
me perdi,
mas eu jamais vou te perder.

Inserida por ojeanbarroso

pro-cura

e nos cacos do espelho
em tristes *meixelas
já não me vejo
cílios, rastros
quebradiços retratos,
de pejos, desejos
labirinto de outrora
eu sou

Inserida por poesia2

Atualidade

Quanto mais vazia e calma
Mais ainda é perigosa a rua
(Isola). A bola na rua
Simplesmente a bola
E o asfalto,
Não há quem queira mostrar talento,
Não há quem queira jogar uma pelada,
Não há quem queira fazer pontinho,
Não há quem queira...
Casas com grade
(Já não basta ter medo da marginalidade,
Tem que ter medo de doença
Invisível), a rua nua e doentia,
A rua nua prostituída
Por quem se aproveita
Da situação alheia
Para lucrar (sistema podre -
Capitalista).
No mundo de crença,
Onde muitos colocam
Deus acima de tudo
E carrega por dentro
A falta de amor.
Há ser que mata mais
Que droga,
Quantas pessoas são assassinadas
Por ano?
Calamidade pública,
Pobre nem sempre tem vez.
Humano nem sempre é humano
(Desigualdade social
É desumano).
A sociedade feito a rua
A cada dia, nua, vazia, calma,
Doentia...

De tanto querer



De tanto querer o bem....
Deixa de ouvir e aceitar,
O que o outro acredita.
De tanto amor.
Deseja que o outro, ame....
Como acha, de como;
Deve ser amor.
De tanto, procurar o conhecer...
Deixou de respeitar o conhecimento de outros.
De tanto, procurar felicidade...
Não considera a forma de felicidade de outro.
De tanto procurar como o mundo poderia ser melhor....
Resolveu, eliminar, quem em contrario.
De tanto, produzir grandes frutos...
Não tem paciência, de esperar bons
Frutos, daqueles que ainda não te alcança.
De tanto desejar, brilhar abaixo do sol...
Não repara; onde pisa.E maltrata,
Veladamente o semelhante.
De tanto se sentir acolhido...
Discriminava o mais fraco.
E sente um certo tesão.
De tanto, valorizar a própria inteligência...
Joga com as únicas cartas que possuí....
E repete, e repete, e repete.....
Para; poder , ainda sentir alguma coisa.
Sei lá , o que....
De tanto, gostar de si.
Consegue viver para si.
E fica; o tempo em si.
Não encontra mais notas diferentes....
Em diferentes acordes da vida.
Acorde. Si é a última nota,
Da escala.
Como pode alguém encontrar um
Lugar, para compor uma melodia
Nesse coração.
Não é o lhe falta.
Mas, o que possui demais.
De tanto querer.
Não consegue encontrar a forma de largar.
Nem que seja, para alçar, novos vôos.
No imaginável futuro;
Que se escreve a cada momento.

Marcos fereS
(Em tempo de corona vírus)

Inserida por marcosviniciusfereS

O dia escorrega das mãos feito um peixe
que mergulha na terra trincada
sem se saber
sobrevivente único
desse rio temporário
que acabou de secar.
Que todo dia seca sob o sol do tempo.
Que a vida é
esse deserto em expansão.
Que a noite se aproxima e é fria.
E com que olhos nos espreitam os chacais.

Inserida por pensador

sonhei um rio barrento - que corria às avessas
e invadia a casa
subitamente
tentava

com minhas garras
salvar coisas e gente
não conseguia
um leite condensado (eu dizia) um copo d'água

aquele livro azul

minha mãe
(são tantas as fomes)

Inserida por pensador

dentro de mim
moram silêncios de pedra

renegadas palavras

lavas
que não ousaram fluir

(pra não ferir montanhas)

Inserida por pensador

PATÉTICO (HUMANO)

tenho pena do goleiro
patética figura (tão humana)
sempre à espera
do que não pode ser
eternamente
contido

Inserida por pensador

Seguem severas
os escassos verdes da calçada.
Arrancam nos passos
anseios
receios
e fogem de olhares fuzis.

Temem a morte
na rua
temem a sorte
na esquina
à noite
de dia
em casa
na sala
no quarto
no ato.

Inserida por pensador

a lâmina da manhã

A aranha a lã alcança
arranha e lança
na pele as finas
camadas de esperança.

Inserida por pensador

part
ida

à espera e à deriva
como um lenço ao longe
a cena assina

sino úmido
lusco-fusco
som pregueado no branco
punho abrupto de pedra

réstia de tempo
que se engole
sem pressa

Inserida por pensador

As lojas estão fechadas
Os passos sumiram das escadas
Os carros desalojaram as ruas
Não se respira no caule das torres envidraçadas

(A poesia pura
perpendicula
nos varais e fios de alta tensão
A poesia grita
na pausa dos postes
sussurra
ouvido colado ao chão)

Inserida por pensador

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