Poesia Animo Fernando Pessoa
É triste habitar em vários corações, mas ter o próprio vazio. É angustiante ver aquela placa de "doa-se um coração" enferrujada pelo tempo. Ninguém gosta de morar em áreas inseguras. Um dia o beija-flor se cansa e, por ironia do destino, apesar de ter conhecido tantas flores, morre solitário entre espinhos.
Quanto a mim, acho que estou muito bem. Poucas vezes me senti assim. Pela primeira vez estou comandando completamente a minha própria vida.
Tem gente que se sente um jogador lidando com as pessoas, sempre tem uma estratégia, sempre tem uma saída e se esquecem que são pessoas e não peças! Pra você eu digo que quem dita as regras é o jogo e não o jogador! Já passaram por aqui outros jogadores e outros sempre virão e sabe quem sempre vence? O jogo! O jogo da vida...
Descobririas que as coisas e as pessoas só o são em totalidade quando não existem perguntas, ou quando as perguntas não são feitas. Que a maneira mais absoluta de aceitar alguém ou alguma coisa seria justamente não falar, não perguntar - mas ver. Em silêncio. (...) O que faz nascer as perguntas não é uma necessidade de conhecimento, mas de ser conhecido.
Gosto de dizer tenho um dragão que mora comigo, embora não seja verdade. Como eu dizia, um dragão jamais pertence a nem mora com alguém. Seja uma pessoa banal igual a mim, seja um unicórnio, salamandra, elfo, sereia ou ogro. Eles não dividem seus hábitos. Ninguém é capaz de compreender um dragão. Quem poderia compreender, por exemplo, que logo ao despertar (e isso pode acontecer em qualquer horário, já que o dia e a noite deles acontecem para dentro) sempre batem a cauda três vezes, como se estivessem furiosos, soltando fogo pelas ventas e carbonizando qualquer coisa próxima num raio de mais de cinco metros? Hoje, pondero: talvez seja a sua maneira desajeitada de dizer: que seja doce.
Eu quero me chamar Mar você dizia e ria e ríamos porque era absurdo alguém querer se chamar Mar ah mar amar e você dizia coisas tolas como quando o vento bater no trigo te lembrarás da cor dos meus cabelos você não vai muito além desses príncipes pequenos.
Não te castiga assim, está tudo em paz. Nunca houve cães. É como uma cantiga de ninar nas cinzas do fim do mundo.
Isso é escrever. Tira sangue com as unhas. E não importa a forma, não importa a "função social", nem nada, não importa que, a princípio, seja apenas uma espécie de auto-exorcismo. Mas tem que sangrar a-bun-dan-te-men-te. Você não está com medo dessa entrega? Porque dói, dói, dói. É de uma solidão assustadora. A única recompensa é aquilo que Laing diz que é a única coisa que pode nos salvar da loucura, do suicídio, da auto-anulação: um sentimento de glória interior. Essa expressão é fundamental na minha vida.
...quando voltei percebi que não era mais o mesmo, mais que todos a minha volta ainda pensão que sou...
"Odeio amar, não é engraçado? Amanhã tento de novo. Amar só é bom se doer. Parou de chover. Não sei qual o Deus padroeiro das cartas - mas de qualquer maneira a noite de hoje foi dedicada a ele. Hoje eu queria que alguém me dissesse que eu não precisava me preocupar - como no Last Picture Show - um ombro, uma mão. Desculpe tanta sede, tanta insatisfação. Amanhã, amanhã recomeço. Te espero, te gosto, te beijo."
"Que é isso? Xô, não, vamos lá, eia, avante, companheira, hei-de-vencer, Deus-provê e eu-mereço-mais, devem ser NOSSOS lemas na Nova República. Fique bem, please. Paciência — é preciso ter infinita paciência. Olhar meigo para tudo & todos. Humildade, decência, recato & pudor. A um passo da santidade."
Já passei pela fase do automatismo, quando Deus se resumia a umas rezas apressadas antes de dormir, ou a uma lembrança mais ardente em véspera de prova difícil. Já passei também pelo ateísmo, embora fosse só de fachada.
De repente – ou não de repente, mas tão aos pouquinhos, e tão igual todo dia que era como se fosse assim, num piscar de olhos, num virar de página – passou-se muito tempo.
"Os magnetismos das pessoas cruzam- se e descruzam-se, acho, meio que aleatoriamente, por algum tempo, por nenhum tempos por muito tempo. E mais complexo que isso, mas anyway: não deve doer. E não deve porque no fundo não tem importância, como todo o resto. É puro maya, ilusão."
Pensando melhor, continuavam sem saber, fazia muitos anos, se a realidade seria mesmo meio mágica ou apenas levemente paranóica, dependendo da disposição de cada um para escarafunchar a ferida.
Que as perdas sejam medidas em milímetros e que todo ganho não possa ser medido por fita métrica nem contado em reais. Que minha bolsa esteja cheia de papéis coloridos e desenhados à giz de cera pelo anjo que mora comigo. Que as relações criadas sejam honestamente mantidas e seladas com abraços longos. E que seja doce tudo que tiver que ser.
Amigos são, sim, para trocar abismos? Então me escreva 10, 100 páginas, e eu responderei com toda amizade que realmente sinto por você.
Viver é bom demais, dear Deep. E veloz, meio gincana, às vezes. Pegue tudo a que você tem direito, e nós temos direito a absolutamente tudo de bom.
Os dragões não conhecem o paraíso, onde tudo acontece perfeito e nada dói nem cintila ou ofega, numa eterna monotonia de pacífica falsidade. Seu paraíso é o conflito, nunca a harmonia.
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