Poesia Animo Fernando Pessoa
Esperar pelo tempo é um aprendizado. O rio tem o seu remanso. Quando desviado ele não tem avanço...
Luciano Spagnol
Mineiro do cerrado
almas sozinhas vagam e se espraiam
nos vazios das saudades desesperadas.
O sol se agoniza ao se pôr em seu próprio ventre com raios luminosos se envermelhando.
as flores despetaladas no caixão acenando para o fim em lágrimas contidas quando a garganta estava chorando.
o sangue que corre todo ser é algo perplexo que invade o peito quando nada dá jeito e o medo assola volta e meia assobiando.
o girassol se curva à noite na fidelidade espúria da natureza, com a certeza do nascer do sol.
AMOR POUCO (soneto)
Num amor pouco, parco é o afago
É não saber quão bom é o presente
Assim, poder a alma estar contente
E ter por alguém um sorriso largo
Aí, fica tão carente do sentir quente
Perde-se do alvo do farejado frago
Têm-se na solidão o gosto amargo
E ausência do beijo, de repente (roubado)
Sem amor, saudade é vazio selado
Dos rumos da vida se é deslocado
É mergulhar na luz sem densidade
E neste universo do eu tão calado
Desta redoma de um olhar isolado
Amor pouco, é ter-se pela metade
Luciano Spagnol
Agosto de 2016
Cerrado goiano
SONETO EM SENSAÇÕES
Amor é abstrato, figura do coração
É tal qual perfume grassando o ar
Promessa e jura apoiada no altar
Quando dois olhares num só são
É sentimento, que nunca é em vão
Traz sonho e nos faz assim sonhar
Faz picada no anseio, pra caminhar
Um desejo nutritivo para a emoção
Amar do amor vai além, é o gostar
Espírito numa perfeita comunhão
Dança que põe o sangue a dançar
Nesta atração há poesia e canção
Que invade o peito e põe a tilintar
E aos sentidos traz varia sensação
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Machucados de uma vida.
De um sofá ao outro pular
Por um rio de lava passei;
sem me machucar
Ao cair mamãe vem aqui
-meu filho com um beijinho vai sarar.
Na rua cair,
A bola chutar,
O tampão do dedo sair ,
E eu quase não me importar.
Ladeira descer, o sangue escorrer.
Pra casa voltar.
“eita roupa suja! Vou apanhar!”
Na escola cresci, muitas coisas aprendi.
Quem eu amo não me ama.
É ai que o coração engana.
Voltar pra casa sem demora
- Eu odeio a escola!
Da escola sai, mas não sabia o quanto ia doer.
Pior fase da vida passando
Na faculdade vai se formando.
Tanto tempo passou.
Aquela amizade acabou.
Um novo amor surgiu.
Achei que não iria mais sentir dor...
Mas, dessa vez um beijinho não sarou.
Tanta falta vai fazer, aqueles que me ajudaram crescer.
Agora é minha vez.
Posso dizer que cresci.
Pois estou na cozinha fazendo o jantar.
- paiii! Vem aqui!
Era meu filho a me chamar.
- deixa eu dar um beijinho que vai passar.
12/08/2016
Desaparecimento
Não deixe o silêncio te vencer
Velhice do fim deve ser ingente
Exista, concorde no mais viver
Creia, noite tem amanhecer
Respire com o olhar vivente
Tenha manhã para anoitecer
Pois, saudade, o justo é sofrer
Então, se oponha ao sol poente
Suspire, alente sem se render
Pai, o teu decesso, faz fender
O coração, é choro "sofrente"
Duma lágrima que quer ceder
Não saia do alcance... Tente!
Lute, tente pra luz não morrer!
De sua benção ficarei ausente...
Luciano Spagnol
Junho de 2014, 02'44"
Cerrado goiano
Parodiando Dylan Thomas
Digamos que talvez,
mas só talvez,
eu tenha uma queda
pelo teu sorriso bobo,
o mesmo que tira meu folego
e faz meus olhos
se alojarem nos teus,
o mesmo que me faz pensar
estar dentro de um abraço teu,
o mesmo que me faz imaginar
a textura dos teus lábios
tocando os meus.
Acreditar é preciso,
tanto quanto insistir,
''Cê'' não vai desistir, né ?
Mantenha a calma,
não nade contra a maré,
valorize seus amigos,
cuide bem da sua mulher.
Acende essa fogueira,
vamos fazer um luau,
vamos tocar legião,
vamos tocar charlie brown,
chama a rapá toda,
mas chama só os fiel,
pros falador nos tamo em casa,
deitado, amargando o fel.
BH já não tem mais sentido,
sem você do meu lado comigo,
cada bar, cada rua que eu viro,
vejo que nunca tive amigos,
em todas quebradas,
em todos rolé sempre eu e você,
da praça do papa, rave é lazer,
BH não é a mesma, sem ter você.
"Obrigado poeta"
— Caro poeta, tenho uma
Profunda infelicidade,
Então venho lhe pedir
Um conselho de verdade;
Neste mundo ainda não
Encontrei aquele amor
Que sempre sonhei e
Eu não entendo o porquê,
Mas acho que nasci para sofrer.
— Meu amigo, não procuras
Seu amor neste mundo,
Pois aqui o amor já foi abolido.
Pra ser sincero: tu és
Como um poeta que peneja
Palavras tão belas.
Meu amigo, eu lhe aconselho;
Ame a poesia e
Viverás com alegria.
— Como estava tão cego
E não pude enxergar,
Mas agora a poesia vou amar.
Vivia como um tolo,
E com semblante de pateta,
Te agradeço pelo conselho;
Muito obrigado caro poeta.
O peito cravejado de amores perdidos,
Deixa explícito as cicatrizes de outrora.
O peito cravejado de tristezas sem fim;
Relatam ao poeta os espinhos que ficaram
E os lamentos das noites em claro...
E os olhos dela me dizem tudo!
Tudo o que eu precisava saber...
Tudo aquilo que sua boca insiste em não dizer.
E os olhos deixam claro;
Mais do que água,
A verdade estampada
Em sua doce face.
Os teus olhos te denunciaram!
Deixaram bem claro,
Deixaram transparecer;
O quê? não sei, me diga você
O silêncio é a chave que abre todas as portas.
Alivia a tensão no momento da ira, da revolta;
Na sequência abre as portas da reconciliação
Com o teu amor, ou quem sabe até mesmo, teu irmão.
O silêncio é a chave que abre a porta da sabedoria.
Pouco valem as palavras em dias de agonia.
Pois em suma, elas resultam em uma morte precipitada;
É como uma faca cravada no peito de quem amava.
O silêncio é a chave que abre todas as portas.
A ambição demasiada, fez de um anjo, demônio;
Fez de um homem sã, insano;
Fez dos répteis, reptilianos;
Fez da luz sombra, e das sombra luz.
A ambição demasiada, fez de uma pátria mãe
Capitão do mato com açoite em punho;
Fez de seus filhos escravos,
E de uma raça, uma cor, inferior.
A ambição demasiada fez de línguas, espadas afiadas;
Fez da carne navalha, e das balas poder;
Fez senzala de morada, fez da paz uma utopia;
Fez dos belos dias, madrugada fria.
A ambição demasiada, fez de 'santos', hereges;
Fez das preces, tormento e não salvação;
Fez das mãos dos homens, armas;
Das armas se fez convicção!
Entre a BELEZA e o CONHECIMENTO
A beleza se esvai com o passar do tempo.
O conhecimento é agregado com o passar do mesmo.
A flexibilidade é perdida, mas o conhecimento é agregado e,
Prolongado.
A beleza se esvai em um acidente horrendo.
O conhecimento nunca é extinguido,
Mesmo sem as pernas o menino ainda é rico;
A mulher mesmo sem seus seios, ainda é rica;
O homem mesmo sem seus testículos e músculos, ainda é rico
Quando ele mesmo busca o conhecimento ao invés da beleza corporal;
Seja ela em forma de bíceps grandes ou abdômen sarado.
A beleza se esvai com o passar do tempo.
É como uma chuva passageira, que molha a cidade inteira, porém
Não atinge seus reais objetivos;
É como uma rocha forte e grande, que mesmo com estas características
Nunca será capaz de brecar, a ação do tempo e sua corrosão impetuosa.
A beleza é tão frágil quanto uma criança sem amparo;
O conhecimento é tão forte quanto a rocha, com uma diferença gritante:
Nem mesmo o tempo será capaz de atrofiá-lo;
Já para a beleza, o ontem e o hoje se entrelaçam constantemente.
Até mesmo as flores murcham depois que são pisadas.
Assim também é com o amor minha cara
Por maior que seja, um dia ele acaba, se esvai como a areia por entre os dedos.
O amor deve ser como águas calmas de um mar sem fim; mas nunca um pesadelo indescritível.
Os sorrisos causados pelo amor devem ser incompreensíveis; mas nunca tristes.
Depois que os cravos fincaram-se no peito,
Depois que os lamentos foram todos em vão;
Depois que a saudade corroeu o coração,
Depois que a solidão penetrou-lhe os músculo como lança
Pontiaguda;
Nada mais adiantou. nada mais lhe serviu.
O tempo não mais sorriu; as flores não maios desabrocharam;.
A saudade, a solidão, o lamento, o desespero,
Todos estes falaram mais alto que sua sanidade!
E que sanidade?
Não sei ao certo; a sanidade do homem talvez seja em vão e sem nexo...
BARQUINHOS DE PAPEL
Crianças fazem barquinhos de papel
Adultos criam arranha-céus.
Crianças preferem carrosséis
Adultos preferem motéis.
Crianças fazem barquinhos de papel
Adultos jogam suas vidas ao léu.
Crianças preferem doces e salgados
Adultos sofrem antecipado.
Crianças fazem barquinhos de papel
E com eles são felizes.
Adultos se entregam as mazelas e,
Nunca cortam suas raízes.
Barquinhos de papel que vão e que vêm
Como as ondas do mar.
Num barquinho de depositei minha esperança
Pois Já fui, sou e ainda serei, criança.
"Eu vejo seu rosto, triste como uma noite sem luar.
Imagino um sorriso de um canto ao outro refletindo um brilho à quem olhar.
Entristece-me ver alguém desabroxar,
Mas em seu olhar não ter motivos para continuar.
Como uma flor que nasce em meu jardim,
Quero lhe ver crescer.
Quero lhe ver crescendo,
e com o tempo toda essa dor se esquecer.
Os seus espinhos podem até machucar,
Mas sei que por muito tempo essa dor não irá perdurar.
Enquanto teu aroma em meu ar permanecer,
saberei que ainda estará ali para me amar."
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