Poesia Animo Fernando Pessoa
VAMOS P'RA ROÇA
Tá na hora... Tá na hora...
Tá na hora de acordar,
acorda menino!
vamos acordar...
Acorda que está na hora,
na hora de trabalhar.
Passarinho que não deve
já voa pelos os orvalhos
está cordado faz tempo,
o leite já esta no coalho,
o café esta pronto na mesa...
sob a caneca esmaltada
acorda menino acorda
vamos com a madruga.
Antes vá até a cacimba
e traga água na moringa
p'ra bebermos cm o sol
e amenizar a fadiga.
Depois...
Vamos pegar as enxadas
e subir morro arriba...
Menino, vamos p'ra roça
escrever sem caneta ou giz
roçar, carpir e rastelar
e plantar para ser feliz.
Acorda menino acorda!
Sinta o gosto do crescer
acorda para trabalhar...
Até o dia de morrer.
Antonio Montes
GUARDA-CHUVAS
guarda-chuvas todos na chuva
apanhando as gotas d'águas
para não cair, todos nas ruas!
P'ra não fazer, represa e poças
para que as pedras que possam
façam suas piabas na lua.
Guarda-chuvas todos na chuva
livrando os bordados das pumas
junto as suas falcatruas....
Fazendo fitas na garoa
enfeitando o seu designer
no pôster, de gente boa.
Eu guardei a chuva perene
em uma caixinha de presente
para molhar meus sentimentos
e assim, ficar contente.
Antonio Montes
SURFE DE SENTIMENTO
Seu moço... E esse frio!
Que esta assim como gelo
treme o queixo e o pescoço
... Navalha cortando osso
em padecer com o medo.
Ah seu moço, eu preferia...
Aquele velho calor,
que com ele...
Eu se atirava nas águas!
Nadava que nem piaba
surfaria, pelas areias da praia
e esqueceria, aquela dor.
Antonio Montes
Tenho alma de Borboleta digital
Estou sempre voando nas ideias
Tantas são as artes etcetera e tal...
Rabisco sonhos nas pétalas das catleias
Repouso as longas madeixas
Sobre a fronha com arabescos
Pinto borboletas e gueixas
Qualquer coisa me inspira agora
Quando algo não me agrada
Lembro como é doce renascer d’aurora
Disperso os suspiros respiro profundo
E como já disse Clarice
Há um mundo de delícias la fora
Simplesmente me deixo
E me voo indo embora...
As saudades que
tenho são traquinas.
Saudades do corredor
que corria.
Saudades da bronca
daquele dia.
Saudades de um tempo
que não volta.
Quando criança eu tinha um mundo,
mas quando adolescente descobri
que o mundo é que me tinha.
Quando casei o mundo
não era mais só meu
e quando fiquei velho descobri que
o mundo não me queria.
Quando morri
encontrei um mundo
que me quis.
EUFORIA DA SOLIDÃO
Sobre a calçada da noite...
A lua, com seu lençol prateado,
pendulava, cobrindo os passos
do dançarino...
E esse, embalado pelas notas frescas
de um sanfoneiro...
Marcava a tristeza, com sua euforia.
Ali, n'aquele momento...
Enquanto ele dançava a musica da solidão
em seu peito enchia ritmado...
Pelas batidas desconsolada de um coração.
O tempo esse, ah tempo não via.
E as lagrimas d'água...
despencava pela nostalgia fria.
Antonio Montes
Existem 3 tipos de poetas, e embora pareçam semelhantes, não se confunda.
O primeiro é o de café e cigarro, normalmente escreve sobre a beleza da vida em melancolia, o que há de sublime no ar sombrio da vida.
O outro seria o de bebida e cigarro. Esses costumam escrever através de suas visões realistas sobre as dificuldades, problemas, e mazelas que enfrentam, mas utilizando um tom cômico, o famoso "rir da própria desgraça".
E por último, os apaixonados. Ah, esses são um problema em particular. Normalmente só podem ser entendidos por aqueles que passam pela mesma situação, ou todas as palavras soam como melosas e desnecessárias.
"A alma da poesia só é captada por quem lê, quando o mesmo coloca - se no lugar de quem escreve."
Eu sei que meu coração nunca mais será o mesmo
Mas eu estou dizendo a mim mesma que eu vou ficar bem
VINHO VIVO
Eu vi o vinho, vivinho...
O vinho do parreiral do vizinho
frutos maduros, frutos verdinhos...
junto ao chilrear dos passarinhos.
Ouvi o sino tinindo...
no labirinto do velhinho
que outro dia ouvindo
tiniu com o seu carinho.
Eu vi a idade, subindo...
a cada ano, um pouquinho
mosquitos zunindo a pino
enrugando o vovozinho.
Vem idade, não me leve
entregando as rugas suas
essa vida já é tão breve
por favor, não me destrua.
Não me entregue por ai
como se eu fosse um pacote
tu sabe, que meu existir
nunca foi assim, tão forte.
Não sou vinho, sou menino
para idade do planeta
menino ainda novinho
candidato ah perneta.
Antonio Montes
AMOR...
Acho incrível e até estranho,
o fato do meu amor não depender de você...
Meu amor não é afetado por sua indiferença
Por sua ausência
Sua presença
Seu sim
Seu não.
Meu amor é maior que eu
É maior que você
É maior que nós
É plenitude
É vastidão
Subsiste além, mesmo, de nós
Por isso é amor
e é AMOR por tudo isso!
"" Abro para você
as portas de um coração maior que o mundo
saudade aqui não tem vez
só há amor na alma
e tudo que faço é amar
e tudo que quero é sonhar
sonhar com os seus beijos
tudo pode enfim renascer
basta haver amor e querer
abri a minha vida
e cantei
as flores que plantei para você
estou cuidando do nosso jardim
e tudo que faço é amar
e tudo que quero é sonhar
sonhar com os seus beijos
abro um coração para você
maior que tudo
maior que o mundo....
solidão, tão só
e quietinha.
Dá-me dó
te ver sozinha
nesse teu canto só.
Não sei que segredo
tens para viver-te
tão bem sozinha
no teu canto só.
Gabriel Marques
A MALA DO MALA
O mala, com a mala, embala
... Pelas marés do mar,
pelos ventos em sua cara...
Já é costume o mala,
carregar a mala, com ela um dia...
O mala em sua ingeria, levou bala
agora, o mala com essa mala
as vezes fica mudo
as vezes se cala, não fala
e nós e que pagamos o preço
pelos adereços d'essa mala.
Essa mala, já levou bala
navegou pelo ar
flutuou pelas águas
e o seu dono, não esta nem ai!
Se essa mala afundar, ele cala,
pois na mala, nada é dele,
e o povo, só sabe reclamar sem cara.
O dono da mala, se apertar encara
pois sabe, que tudo se resolve na fala
e agora, ele tem a proteção da mala!
Com a mala, ele compra tudo
o mundo e as poses de cambraias
e depois, poderá mudar de lugar
desde que tenha...
As chaves da mala.
Antonio Montes
TINA DA TINA
Tina, oh Tina!
Cada presepada tonta,
que a Tina atina
que mesmo sem ser hora pronta
ela as vezes desatina.
Outro dia a dona Tina
entrou na tina... Na tina por sina,
com Água
... Saiu pingando sem pinga,
sem toalha, molhada, toda espuma,
e foi mostrando o sorriso
como se não fosse nada.
Se não e de ti, p'ra que carranca
nada é da sua conta!
não se faz de tonta,
se é minha ah apronta
me roga praga.
Tina oh Tina!
Eu me lembro ainda,
você pequena, menina
olhares por riba
e o povo dizia... A tina tem sina
tem auto estima
a Tina tilinta e pinta com sua tinta
os seus cento e trinta.
A Tina acredita no que pinta!
Assim como na poesia da sua rima
... E o poema que em ti, tilinta.
Antonio Montes
AÇOITE NEGREIRO
Nasce a índia nasce a negra
jogam o laço e as cobiças, atiça
... E a cima da pele morena
na rua com sua noite escura
nasce a cura do capeta.
Pé de morro, pé de plano, Socorro!
grito no cume da vida, é estorvo
sem alforria p'ra inocente, doutor
só para mim que sou negro, sou autor...
Vou pagar... Vou pagar com minha dor.
E a lama? Foi pra mim o que sobrou
dos gritos abafados de uma noite
censura enclausurada do horror
o goro o show... O mal do olho,
flecha no peito expressão do senhor
O som amargo, que a vida amargou.
Minha barra me barra na barraca
e roda nas águas, que morro derribou
minha esperança, feita de velha lata...
se amassa e enferrujam amassadas
na calada, da noite calada.
Minha garrafa sem vinho, teve cartas...
Bilhete de pedido, socorro, salvação
fiz oração sob escuro de um porão
lúridos, escondidos dos tinidos
e dos ouvidos, do meu terrível irmão.
Já fui negro no negreiro sem amor
tive esposa, tive filho meu senhor!
Que as águas e o vento me levou
sobrou para mim, esperança iludida
e o mourão, açoitando a minha dor.
Antonio Montes
MURIÇOCA
A muriçoca, mutuca, soca
... Seu ferrão soca p'ra pior
devora, saúde soca e poca...
Poca, pipoca e nos faz anzol
e os passos, não podem andar.
Soca, mão de pilão e pipoca
pipoca e poca a pipoca no ar
para fazer uma passoca
soca pilão, p'ra cima soca
com a molecada a vadiar.
Soca, soca essa joça
em nossa volta tudo soca
soca a casa de Jacó
soca a palhoça na roça
soca o fogo em dia de sol.
Maré de rio, trilho poça
peixe bagre e jiripoca
bolo puba da mandioca
casa de índio já foi oca...
Flecha e arco de cipó.
Muriçoca, jiripoca, roça
chocando o seu paladar
rodando, engenho, carroça
taboca, fossa, e chocar,
na roça, pena de cocás.
Antonio Montes
PONTO
Quando Deus criou a vida
fez do momento um trampolim
para o futuro...
É d'ele que, todavia
... Içamos o nossos vôos,
para as marcas do passado.
Antonio Montes
ORAÇÃO DA ALMA
O silencio é a oração
da nossa alma...
É nele que, navegamos
pela, eternidade de Deus.
Antonio montes
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