Poesia Animo Fernando Pessoa
Mesmo depois de todo esse tempo
o sol nunca diz à Terra
”Você me deve”.
Olha o que acontece
com um amor desses,
ilumina o céu inteiro.
Gosto dos plurais
naturalmente...
pois são abundâncias
e opções de ofertas
mas amo o singular
é BEM mais particular...
quando uma inspiração te poeta..
significa que as diversas possibilidades
já foram exploradas, testadas, medidas
e escolhida apenas uma no singular.
Odeio coisas "mornas"
deixo para experimentar
quando já frigida
estiver de corpo presente na lua álgida
dura e com as colunas rígidas.
Este teu sorriso de sol me encanta e
este olhar de mar é brisa a me acariciar
... E me encanta quando me canta,
com desejos de me encantar.
E ensejos de " Me tocar"
Tá confuso?
Me leva prá cama
e a gente poe tudo em "lençóis" limpos!
Encantador.
Elisa Salles
Quero tocar tua alma
com a genialidade de quem manuseia
um Stradivarius...
Solene, terno e apaixonado.
E com a simplicidade de quem faz amor no milharal
Assim,
Sagrado, ao mesmo tempo que carnal!
Vou tocar tua alma,
mas antes vou dedilhar as cordas do teu corpo.
o vazio me encarou
enquanto a música tocava
enquanto os pássaros brincavam
enquanto você me olhava
o vazio me encarou
enquanto suas palavras ecoavam
enquanto meu peito vibrava
enquanto nosso amor desmanchava
o vazio me encarou
enquanto os pássaros se distanciavam
enquanto a música parava
enquanto a porta fechava
o vazio me encarou
quando você me deixou.
o vazio me encarou
e eu encarei o vazio - a única testemunha do dia em que eu fiquei sozinho.
O GIGOLÔ
O gigolô do bangalô
vive a custa da sua flor,
suspira através d'ela...
Com olhar pela janela
e palavras de meu amor.
Piscou, pisca quando vela
ao beneficio da sua tutora
vez em quando arandela
trás uma flor p'ra donzela
e cachaça protetora.
Vai a farra e se esbalda
esbarra na sua amada
volta assim como fada
para casa da mandala
vai sonhar com a doutora
O gigolô de profissão
é peça na sua mão
manipula a paixão
que vive no coração.
Coitado é bem tratado
outros braços da caricia
trabalha como diabo
no intimo da sua malicia.
O gigolô do bangalô
é bambo em seu gingado
conta ponto com o pranto
e rir do seu rebolado.
Antonio Montes
Liberto
Com livre teor poético
Cheiro de café
puro expresso
pão com manteiga
e boas risadas
até dizer chega
sem pieguices
esteja amar
seja meiguice
é agradável ao paladar
Liberdade
Fragmentada
Tão limitada!
Posso ir!?...
Posso!
Posso vir?
Posso!
Até onde?...
Liberdade!
infinita...
Tão bonita
Liberdade!
Livre inclusive
Pra me perguntar
Posso tudo
De que me posso?
Se possuo a posse!?
Posso!!!
Mas devo?
Mulher,
criação magistral
de um artista detalhista.
Deus,
num momento de grande inspiração
deu vida ao amor
em forma de flor.
Mulher.
Sublimação.
Eu vou cuidar de ti
Zelarei de cada sorriso teu
Serei os sóis das tuas manhãs
Serei a ausência da tua dor
Serei a poesia que te encanta
e a música que te enleva e descansa das loucuras desta vida.
Serei teu vinho predileto e tua comida preferida
Serei teu amante
Teu amigo e teu rei.
... E se não for o bastante, querida,
serei o silêncio dos teus momentos
de introspecção.
Mas estarei sempre aqui.
Ao alcance do teu desejo de ser amada e da tua delicada mão.
Toca-me amor, toca-me
como nunca me tocara antes.
Não com teu beijo de amante
Não com tuas carne firme de desejo
Toca no fundo de minha alma
com o amor mais belo e mais sagrado,
dos meus sonhos velados,
dos meus anseios de menina
e com minha solidez de mulher.
Toca-me meu bem,
toca-me como eu quero
e como tu quer.
BALADA DO TEMPO (soneto)
... e o tempo passa, indiferente
apático, indo embora sem saber
poente na saudade, o alvorecer
mais um, outro, apressadamente
... dono dos gestos e do prazer
tristemente, tal uma flor dolente
que traga o frescor vorazmente
no ato da ação do envelhecer
e o tempo passa, inteiramente
sem que escolhamos perceber
e na lembrança, assim, assente
passa o tempo, e é para valer
sem que nada dele ausente...
Presente! Pois vale a pena viver!
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano
ÉS OCEANO EM MIM
Amo-te como quem ama o mar que amo
Deixo as ondas beijarem meus pés
Sinto no rosto a carícia da maresia...
Canto uma música,
recito um poema
Contemplo o céu azul de tudo
a enlaçar as águas profundas
numa conjunção perfeita no horizonte eterno.
Faço-me barco solto ao sabor do vento
Amo-te como amo o mar que amo
E volto para casa...
... Assim como não o posso te-lo junto à mim,
sem no entanto esquece-lo.
Tão paradoxal
Sem no entanto ser conflito.
Amo-te como amo o mar que amo.
És oceano em mim.
CHEIRO DE CERRADO
Quando a alvorada chegou, eu fui a janela
Sentei-me. O horizonte abriu, a vida arfava
Eu, ao vento, atraído, a essa hora admirava
E estaquei, vendo-a esplendorosa e bela
Era o cerrado, era a diversidade em fava
Céu róseo um mimo! A arder como vela
De pureza singela tal qual uma donzela
Que hipnotizava a alma, eu, observava
Então me perdi no perfume que exalava
O olhar velava com pasmo e com tutela
Aí, hauri toda a essência que fulgurava
E agora, fugaz, lembrando ainda dela
Sinto o cheiro, que na memória trava
Da alvorada do cerrado vista da janela
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano
Gosto de uns
desgostos de outros
meu paladar é eclético
Gosto de alguns
desgosto de outros
meu tempero é poético
Ela me chama
O meu peito explode como uma supernova
Dissipando o encanto alegre entre as minhas virilhas
O músculo tenro balança medíocre como um sino
A morte dança e geme desnuda à cada badalada
Me excita
Preciso fomentar o peito com padecimento
Calado no açoite ferir-me à clausura
Conciso e consciente
Morrer.
"" A cidade geme
pressão e calafrios ao amanhecer
pássaros cantam e voam alvoroçados.
a cidade é criança.
brinca de esconde esconde em cada esquina
é moça bonita que encanta
às vezes é o caos
mas se levanta
tem o mágico, a menina
que são capazes de torná-la feminina
quando sem medida
a abraçarem com amor...
TENTARAM CONTER OS POETAS...
Tentaram conter os poetas,
quando quiseram
engaiolar os pássaros
e domesticar as feras,
que nasceram para ser livres...
Tentaram conter os poetas,
quando tencionaram
avassalar os ímpetos das marés
e os ventos da montanha,
que não podem ser agrilhoados...
Tentaram conter os poetas...
Tanto fizeram...
Mas tudo foi em vão!...
A Poesia não se prende
às amarras da razão!
22/11/2014
© Pedro Abreu Simões
in MAR REVERSO (Ecos da Terra, do Mar e da Vida), Lisboa: CALÇADA DAS LETRAS, 2015. ISBN 978-989835262-0
PERDÃO (soneto)
Cá estou, meu Senhor, a pedir perdão
Tal o humano: muito errei no caminho
Se de tuas leis desviei, dá-me alinho
Tentei ser, do afim irmão, mais irmão
Se de meu olhar ausentou o carinho
Perdão! Aqui me tens em confissão
Me ensina rezar com Vosso coração
Na omissão, fui um ser mesquinho
Não matei, nem roubei, fui em vão?
Perdão! Me tira deste mal cantinho
Se declinei, pouca era minha razão
Compaixão por me achar sozinho
Se no amor não pude ser paixão
Perdão pela tua coroa de espinho!
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano
ATÉ AMANHECER
Toca aquela música de novo
E não retoca a maquiagem
Chega na bondade
E leve este amor pra viagem
Me toca e nota meu corpo
Se desfazendo em prazer
Se olha e perceba em você
Tudo que eu consigo ver
Me enxerga e me acerta
Me ama até amanhecer
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