Poesia Amor Nao Realizado Olavo Bilac

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mansidão

as paredes estão caladas
as janelas numa mansidão

as portas foram silenciadas
para não inquietar a solidão

eita casa vazia!
prostração
tagarela só a poesia

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2019, meados de outubro
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

vai um cafezinho?

há no cerrado um gretado
ali ressequido, árido chão

no verão ele é molhado
no inverno devastação

sem a cor do encantado
mas encanta a fascinação

ele tão pálido, incendiado
insiste em renovação

aguerrido nosso cerrado
dedicado o nosso sertão

hoje todo cafeinado…
põe açúcar ou não?

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
quarta 16/10/2019
Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

Que nos corações conservadores possa existir o humanismo para poder chamá-los de homens.

Que o ódio seja ponderado no calvário do bem.

Que não sejamos indiferentes ao aracati tardio de um crepúsculo sem estrelas.

Somos o "eu te amo" no leito das amantes. Um apátrida cantando hinos nacionais.

Declame o horizonte do Brasil sem ser poeta.

Inserida por gnpoesia

O canto triste e melancólico
da sabiá-laranjeira
que reside aqui em frente,
invade minha solidão.

Formamos um belo par de solitários,
ambos fora de tom:
ela, com seu canto,
lamenta o amor que se foi,
eu, em meu canto,
lamento o amor que não veio.

Inserida por zatonio

Usamos todos a ilusão
de fabricar a vida:
história, constelações
de sons e gestos

Usamos todos a suprema glória
do amor: por generosidade
ou fantasia, ou nada, que de nada se fazem
universos

Inserida por pensador

Tanto
tempo a pensar
divino esforço
que adormecendo
deus sonhou consigo:

Sonhou braços e pernas
e cabeças,
sonhou paisagens
de mental pudor
conversas calmas
com o quase feito

E esforçado ficou
e exausto se quedou
ao ver-se assim traído
pela obra criada

Só em sonho

Inserida por pensador

Escrevi milhares de versos
para esquecer. Amei algumas mulheres
para lembrar. Agora já posso dizer
o som em carne viva.

Inserida por pensador

Por dentro era o som dum violino
por fora havia um vago marulhar
menos que nunca penso no destino
e bebo a tua sombra devagar.

Inserida por pensador

Lembro, em primeiro plano,
tua estatura de planta
e recomeço a esculpir-te
em miolo de pão, pétala a pétala.

Inserida por pensador

no primeiro jardim
da via láctea

fica assim combinado
o nosso piquenique

eu vou de bike
com meu tênis da nike

e não vejo a hora
de avistar o teu

sputnik

Inserida por pensador

venha
me livrar
dessa vidinha à toa,

enquanto
eu fernando,
você outra pessoa:

rapte-me da cama,
leoa!

Inserida por pensador

Incertezas no cerrado

Primavera, verão, outono, inverno
Qual estação no cerrado é decisão
Ficar ou partir neste desejo interno
Em ebulição no meu mesmo coração
Saudade? Tristeza? Encanto? Dorido?
Aqui debruçado na vida, em suma
Como sabê-lo? Se o incerto está partido
E os trilhos da razão dão em parte alguma.

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
07/03/2016, 05'55" - Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Qual o critério da confiança?
Da segurança?
Do lançar-se em águas desconhecidas?
Do acreditar sem hesitar? Sem pestanejar?
Sem nem por um segundo duvidar?
Qual o momento em que ficamos cegos, surdos e mudos
diante de alguém novo?

Diante de alguém que não conseguimos ler.
O que há em mim que sempre me perco em ti?
E por que tenho ainda receios em me envolver?
Tudo em mim grita que está tudo bem, que posso confiar
e que ninguém além de mim vai mudar isso.

Mas como posso crer se a todo momento me vejo esmorecer,
me render e novamente descrer.
Talvez seja porque há tanta verdade e amor guardados em mim
que, ao meu ver é quase impossível não repartir e dar a ti.
Obrigado por olhar pra mim.

Inserida por Maria_ao_mar

Ainda hoje você me perguntou o que eu podia querer de presente
Eu tola, respondi que nada!
Que resposta errada!

Quero de ti tudo que não tem preço
Tudo que o dinheiro não pode comprar
Quero seus carinhos, seu toque, seus beijos
Quero seus abraços mais que tudo na vida

Quero seu sorriso ao me ver
Quero poder abrir os olhos e ver você
Quer te procurar a noite e te encontrar
Quero seu peito pra descansar

O que quero de ti é afeto
Sempre ouvi que boas pessoas só recebem em troca o afeto
Talvez por isso sempre quis ser uma boa pessoa
Porque sempre soube que não se pode comprar afeto
Não se compra carícias, beijos e abraços
Não dá para agregar valor aos sentimentos

Quero que continue a me abraçar a alma
Quero que continue a me ler os olhos
Quero que nunca deixe de mexer nos meus cabelos
Quero que nunca me deixe sem teus beijos

Inserida por Maria_ao_mar

Poema num sábado de aleluia

No apagar da quaresma
Qual cinza restou
Ou será a mesma
Se fica ou se vou

Os sinos tocam, sábado de Aleluia
Anuncia a reflexão da traição
Retire suas culpas da cuia
Da omissão. Seja oração...

Perdão

Vamos nos aconchegar
Na misericórdia
E ter braços para ofertar
De que vale negar, ter discórdia
Se somos filhos, iguais, no altar
Da criação Divina. Livres na história

Livres para sonhar
Na fé vitória
Sábios para perdoar

Ao nosso "Judas", executória
A solidariedade atar
A paz e bem, gloria!

É vigília pascal
Trajetória
No amor, o amor incondicional

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
26/03/2016, 06'10" – Cerrado goiano
Sábado de Aleluia

Inserida por LucianoSpagnol

Apanhador do cerrado

Uso o meu olhar para apanhar o cerrado
As palavras tortas compõem o mato crivado
De cascas grossas, cascalhos e céu estrelado
O chão na temporada de sequia, é maltratado
Os jatobás fatigados tão firmes como as perobas
Rodeiam os pequizeiros, tão "bãos" como as guarirobas
Cheiro forte sabor da terra, como as doces gabirobas
Entendo bem o sotaque é o povo deste chão
Sou daqui, tenho respeito a toda esta tradição
Povo das sucupiras, flores rasteiras e abelhas arapuá
Tudo aqui tem força, tem suor, é aqui, é acolá
Assim como a magia do canto da seriema e do sabia
Deste cerrado místico, torto, certo e errado, sempre a brotar
Que o tal desencanto encanta o poeta no poetar
Este quintal que é o maior do mundo, que faz sonhar
Me faz ser apanhador do cerrado, no meu versar.

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
30/03/2016, 22'22" – Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Eu

Este mundo imenso, imenso mundo
De pessoas que nem sempre se acham
Grandiosas, este mundo de pessoas
Que acreditam em valores e perdem valores.
Mundo de vapores
E construções, pessoas em estilhaços
Amordaçado – coração.
Mundo imenso, imenso mundo de seres viventes,
Mundo movente, comove por dentro
Pega fogo e se consome – exausto.
Tudo vai perdendo o sentido,
Como esse mundo vasto e imenso,
Querendo ser explorado, explorado
Mundo incompreensível.
E assim vai seguindo o mundo,
Este mundo imenso, de máquinas
Movidas a vapor, combustível
Ou sangue – mundo imenso,
De pessoas que fingem amar,
De pessoas que se acham donas da outra,
Que firmam a posse, e se acham
Únicas, e perde a que se mostrar
Inferior.
Este mundo imenso, imenso mundo.

Sorriso

Sorriso pinta a tua dor
Da cor que se desejar
É ofertar com uma flor
O triste pra se alegrar

Sorriso abrevia o vazio
Se nada mais restar
Sorria um mirar macio
Aprazendo o alheio olhar

Sorriso traz à vida luz
E aos dias só encanto
Sorria para a sua cruz
Sorria pro seu pranto

E assim sorrindo, amar
Num teatro fulgente
A maioria irá pensar
Que és um ser contente

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
Abril, 2016 – cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Outono no cerrado

Cerrado. Ao horizonte escancarado. Escancaro o olhar
Sob o céu acinzentado, admirado chão de cascalho calçado
O vento rodopiando, a poeira empoeirando a anuviar
O minguado frio sequioso outono dos planos do cerrado

As folhas bailam, rodam, caiem em seu leito ressequido
A chuva se esconde, onde o céu não pode chegar
Os sulcados arranham e ondulam o ar emurchecido
Do desconforto calado entre os cipós e galhos a uivar

Olho o céu purpúreo desenhar o frio chegando ao porto
Os arbustos rodeados de cascalhos num único flanco
Rangendo o outono no amarelado e árido cerrado torto
Num verdadeiro espetáculo de pluralidade saltimbanco

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
28/04/2016, 14'25" – cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Os estudantes

Estudantes mendigando carona ao motorista de ônibus,
Que fechou a porta na sua cara, e na face do futuro da nação,
Este sequer recebe direito o salário de quem o subordina,
Diz muitos que dar carona a estudantes não é obrigação…
Nas mãos de alguns estudantes, caderno, livros,
Em seus bolsos (parecia vazio)
Quem sabe faltava lápis, caneta, borracha…
Eles tinham uma grande arma, o estudo
Os livros, a ideia, e quem sabe lá na frente
Façam a revolução.

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