Poesia Agua de Mario Quintana
A chuva te traz
Quando se aproxima uma nuvem cinza,
algumas imagens me aparecem,
com a água que em gota pinga,
vêm lembranças que não te esquecem
a chuva te traz a mim
por uma pequena fração de tempo,
como aguando todo o jardim,
dando um frescor ao pensamento
posso te enxergar paixão profunda,
mesmo você não estando ali,
num temporal que a terra inunda
e transborda o amor por ti
por um momento,
a chuva me faz de ti lembrar,
e, como uma folha ao vento,
desaparece devagar
Tem de saber / que o grande busílis da poesia / consiste na arte de agradar, / e essa arte está toda na magia / de mover, de remexer, da forma como se quiser, / todas as paixões que escondemos no coração.
A crítica é a consciência ou o olho da poesia, a mesma obra espontânea do gênio reproduzida como obra refletida pelo gosto.
A poesia é o esquecimento da alma no objeto da sua contemplação; a crítica é o esquecimento da alma na poesia.
Seus sonhos são seus
Em nada se parece com outros
As semelhanças são a ocultação de suas motivações
As particularidades são o repertório de sua vida
Por mais ordinário que você seja
Seus sonhos são seus
A guerra perde todas as vezes que desafia a paz
Pois elas não são forças opostas
Em nome da guerra matamos uns aos outros
Em nome da paz matamos uns aos outros
Não pretendo que a poesia seja um antídoto para a tecnocracia atual. Mas sim um alívio. Como quem se livra de vez em quando de um sapato apertado e passeia descalço sobre a relva, ficando assim mais próximo da natureza, mais por dentro da vida. Porque as máquinas um dia viram sucata. A poesia, nunca.
Talvez a poesia não passe de um gênero de crônica, apenas: uma espécie de crônica da eternidade.
Poesia não é a gente tentar em vão trepar pelas paredes, como se vê em tanto louco por aí: poesia é trepar mesmo pelas paredes.
Minha mãe dizia que eu era como a água. A água abre caminho mesmo através da rocha. E diante de algum obstáculo, ela encontra outro rumo.
Beba água da fonte onde os cavalos bebem - um cavalo nunca vai beber água ruim. Estenda sua cama onde o gato dorme. Coma a fruta que tenha sido tocada por uma larva. Naturalmente colha o cogumelo em que os insetos pousem. Plante a árvore onde uma marmota cavoque. Construa sua casa onde a cobra fique para se aquecer. Cave seu poço onde os pássaros se protejam do calor. Durma e desperte nas mesmas horas que os pássaros o fazem - você colherá todos os dias grãos dourados. Coma mais verde - você terá pernas fortes e um coração resistente, como os seres da floresta. Nade com frequência e você se sentirá na terra como o peixe na água. Olhe para o céu quantas vezes for possível e seus pensamentos se tornarão leves e claros. Fique calado o bastante, fale pouco - e o silêncio entrará no seu coração e seu espírito será calmo e cheio de paz.
Se a mulher foi, muitas vezes, comparada à água, é entre outros motivos porque é o espelho em que o Narciso macho se contempla; debruça-se sobre ela de boa ou de má-fé. Mas o que, em todo caso, ele lhe pede é que seja fora dele tudo o que não pode apreender em si, pois a interioridade do existente não passa de nada e, para se atingir, ele precisa projetar-se em um objeto. A mulher é para ele a suprema recompensa porque é sob uma forma exterior que ele pode possuir, em sua carne, sua própria apoteose
Uma pessoa é a própria essência. Mas se você jogar um balde de água fria na cabeça de uma pessoa, não espere que a mesma continue quente.
A água flui, vai para a frente. Isto também vai passar. Mas não compreendo. Então um lado meu pensa: é sina, é fado, é destino, é maldição. Outro lado pensa: não, é mera neurose, de alguma forma sutil devo construir elaboradamente essa rejeição. Crio a situação, e ouço um não. Desta vez, eu tinha tanta certeza.
Não devemos servir de exemplo a ninguém
Mas podemos servir de lição
Já dizia Mário de Andrade
é só aprendermos
a observar os sinais
do universo
da linguagem
de fumaça
de amor
de compreensão
da bendita lição
a ser aprendida
ou aplicada
com fé em Deus
no fim tudo da certo!!!
Aceitarás o amor como eu o encaro?
Adaptação do poema de Mario de Andrade, por José Adriano de Medeiros
...Alvo e bem leve, lindo, suavemente como sua pele
Tudo o que há de melhor e de mais raro
"Vivo" em teu corpo nu de ardente
Meu olhar preso ao teu perdidamente.
Não me exijas mais nada, além do desejo
A realidade é simples, e isto apenas.
Também mais nada te exijo, só teu beijo
AO POETA MÁRIO GOMES
Me perco por ai
Dentro de
Qualquer rua
Que me
Aceite,
Que me
Conforte,
Que me
Descreva.
Pelas praças,
Pelos grandes
Centros,
Me embriago
Com bebida,
Poesia
E com meus
Próprios
Pensamentos.
Como as esculturas
nascidas prontas
na Natureza e libertadas
pelo Mário Avancini,
Sou eu a esculpir
poemas com os versos
capturados no ar
para seduzir e encantar,
e jogando bem alto
conseguir te conquistar.
O homem vive por aquele punhado de água que escorre pelos dedos. Mas àqueles que seguem a Jesus Cristo vivem para aquela expansão infindável de mar.
