Poesia
''Eu vejo um mundo aonde a gente tloque o R pelo L
E ao invés de fazer as coisas com ARMA faremos com ALMA.''
Eu não tenho uma vida perfeita a te oferecer
Eu não tenho uma promessa de um perfeito amanha
Eu não te garanto um final feliz
E muito menos tenho o mundo pra te dar
Mais tudoo que eu tenho de mais valioso é seu
Rapaz acorda para a vida e vê se ficas atento,
Eu não quero ser uma lenda,
só quero fazer parte da história e do movimento.
nem sempre irão te amar como
você merece, e você sabe disso
mas cabe somente à você
a escolha de permanecer
em espaços pequenos
onde é preciso se diminuir
para fazer morada
(não se diminua para poder amar)
Me deixou
Ultimamente
Você tem se afastado de mim
Tem deixado de lado tudo o que temos
Ou tudo o que tivemos
Como se fosse chiclete sem gosto
No começo era incrível
Falávamos sobre tudo
Compartilhávamos segredos
Marcamos de nos ver
Marcamos de nunca deixar um ao outro
Marcamos
É estranho
Você vir e me levar nas nuvens
E depois ir embora e deixar uma depressão
Hoje essa marca tão profunda
Fica dentro do meu coração
Perdoar é trazer em si a solução.
Porque, se tudo tem dois lados, receber
Vai ser reflexo de oferecer perdão.
Espécie de arte
Ela é espécie
do gênero arte.
É música,
pintura, teatro,
dança, poesia.
É encanto, desencontro,
tormento e melodia,
de uma nota só.
Homofobia
Não se tem direito de escolha
Podem lhe machucar com palavras,
Podem lhe esmurrar,
Podem lhe dar um tiro,
Podem dizer que foi em nome de Deus.
Você não tem o direito de escolha
Podem lhe isolar,
Podem fazer a sua caveira,
Podem lhe encarar,
Podem lhe reprimir,
Podem lhe oprimir,
Podem chamar a polícia,
Podem lhe expulsar
(Como se aqui não fosse o seu lugar)
Na casa do Pai eterno,
Você sequer pode entrar,
Não pode comprar a aliança,
Não pode firmar no papel,
Não pode orar,
Não pode chorar,
Já lhe excomungaram.
A sociedade mal quer saber
Quem seja os dois ou as duas,
Lhe excluem de tudo e de todos,
Não se tem o direito de escolha.
Quem amar?
Quem beijar?
Com quem se casar?
Não pode escolher.
Não há escolha, o coração
Que manda,
A vontade que fala,
O impulso que une,
As almas se atraem,
(Não escolhe sexo)
E o preconceito?
O preconceito tem
De ser quebrado
E se converter
Em amor,
Amor ao próximo,
Respeito...
Sei que Deus mora em mim
Como sua melhor casa.
Sou sua paisagem,
Sua retorta alquímica
E para sua alegria
Seus dois olhos.
Mas esta letra é minha."
_
(PRADO, Adélia. "Direitos Humanos" In Poesia Reunida, pg. 345 (Ed. Record - 2015)
E se a saudade fosse bem-vinda será que entraria sem bater?
De qualquer forma eu mentira se eu dissesse que não vai doer e que logo vai passar.
É porque o tempo da dor é o passado, é a despedida sem aceno, é o telefone sem recado, é o ainda que não passa.
E ainda que não tenha mais nada encontra um espaço só para deixar aquele sorriso guardado.
Fazendo do peito um lugar pequeno deixando um coração enorme apertado.
Mas vivo e qual o motivo?
Só para a tristeza entender que já não tem onde ficar pois já me tirou o chão.
Então foi na memória que eu encontrei para morar.
Às vezes o que resta é viver de lembrança só para não morrer de saudade.
E mesmo que a vida me leve tudo pois eu levo em mim o que eu não esqueço.
Eu levo o teu sorriso guardado só para sorrir quando me lembrar de você.
E assim toda perda é um recomeço para quem não perde a esperança e mesmo que seja na lembrança encontra uma razão para viver.
Eu levo em mim o que não esqueço só para viver sem medo de te perder.
A borboleta é um ser incrível.
Ela é humilde, sofrida e conhece as mudanças mais profundas desta vida.
Sua missão é ensinar ao mundo, que a adversidade pode ser vencida em silêncio.
O frágil pode ser forte;
O feio pode ser belo;
E o desamado se tornar amado.
Ser borboleta é olhar o mundo com mais sentido;
Apreciar o perfume das flores,
Conhecer a importância do tempo,
Saber o valor das pequenas maravilhas que a vida oferece.
É ser admirada, sem perder a simplicidade;
É ser aplaudida, sem se ensoberbecer;
É encantar, sem perder a sua essência.
Ser borboleta é aprender a voar sem desprezar quem está embaixo;
Porque ela sabe melhor do que ninguém, que a lagarta que hoje se rasteja, pode se tornar a borboleta que voa mais alto amanhã.
As revoluções sempre foram o lugar certo
para a descoberta do sossego:
talvez porque nenhuma casa é segura
talvez porque nenhum corpo é seguro
Sou prateado e exato. Não tenho preconceitos.
Tudo o que vejo engulo imediatamente
Do jeito que for, desembaçado de amor ou aversão.
Não sou cruel, apenas verdadeiro –
O olho de um pequeno deus, de quatro cantos.
Na maior parte do tempo medito sobre a parede em frente.
Ela é rosa, pontilhada. Já olhei para ela tanto tempo,
Eu acho que ela é parte do meu coração. Mas ela oscila.
Rostos e escuridão nos separam toda hora.
Parece um vírus
Um ciclo vicioso
Quanto mais eu tento fugir
Mais eu me envolvo
Mesmo que eu tente
Eu não consigo te esquecer
É se me perco em minha mente
Eu só encontro você
Lágrimas não derramadas
esperam em lagos pequenos?
Ou serão rios invisíveis
que correm para a tristeza?
Vou me encontrar definitivamente
quando eu te seduzir o bastante para se perder no penhasco entre meus seios.
... Ajuda-me à encontrar-me meu bem.
Perca-se!
Sozinha
em meu
quarto
lendo poemas
de amor...
Ao som da
chuva
Fecho os
meus olhos
e penso em
você
com ardor...
Sinto um
arrepio...
E imagino,
o leve toque
das suas
mãos,
fazendo-me acreditar,
que mesmo
distantes,
estamos
juntos...
Em um só
corpo & coração.
Tatiane Oliveira-10.01.2013*
Na juventude, era o meu jeito
Fazer o meu melhor para agradar
E, a cada homem que passava,
Me adequar às suas teorias.
Mas agora eu sei as coisas que eu sei
E faço as coisas que eu faço,
E se você não gosta de mim assim,
Vá para o inferno, meu amor.
Alegra-te
“Deus criou o universo em momentos de sua quietude mental; quando a mente eclodiu; ele criou-te e se orgulhou”.
A voz de minha mãe
ecoou baixinho revolta
no fundo das cozinhas alheias
debaixo das trouxas
roupagens sujas dos brancos
pelo caminho empoeirado
rumo à favela.
A minha voz ainda
ecoa versos perplexos
com rimas de sangue
e
fome.
A voz de minha filha
recolhe todas as nossas vozes
recolhe em si
as vozes mudas caladas
engasgadas nas gargantas.
A voz de minha filha
recolhe em si
a fala e o ato.
O ontem – o hoje – o agora.
Na voz de minha filha
se fará ouvir a ressonância
o eco da vida-liberdade.
