Poemas Sombrios
Tenho medo…
Você diz que ama o sol,
mas quando ele aparece, se esconde numa sombra.
Tenho medo…
Você diz que ama a chuva,
mas quando ela cai, se esconde sob o guarda-chuva.
Tenho medo…
Você diz que ama o frio,
mas quando ele chega, se esconde entre cobertas.
Continuo com medo…
Você também diz que me ama.
Passamos a vida tentando vencer a sombra, sem perceber que ela só quer ser ouvida.
Quando a reconhecemos e a integramos, o que era dor se torna força, e o que era medo se transforma em consciência.
SOMBRA
Me escondo desta luz,
com ódio da emoção,
ao perceber que era uma sombra
da minha própria ilusão.
"W.Poi"
Tenho Fé
Por entre as árvores e seus galhos secos, a sombra da sua presença é sentida;
No caminhar, a sensação de que algo está para acontecer a qualquer momento é percebido;
Mais alguns passos mata á dentro sozinho e trêmulo, o desespero toma conta do meu ser;
O medo do inevitável ganha força quando o que era dúvida se torna realidade, o que se apresentava como vulto sai das sombras das árvores e da dois passos lentos com olhar firme e poderoso;
Não adianta correr, gritar, chorar ou reagir, o pesadelo á frente é mais forte, ágil e veloz, o medo é percebido com o bater descontrolado dos dentes e as travas repentinas das pernas;
O dia de sol quente propício para um gostoso piquenique a beira do rio com alguns amigos e familiares parecia chegar ao fim;
O mundo parou naquele momento, as batidas do meu coração faziam barulhos semelhantes a uma bateria de escola de samba, o meu sangue acho que evaporou de tão suado e pálido que fiquei;
Comecei á rezar e implorar a Deus por misericórdia, por um milagre, porque á minha frente estava nada mais, nada menos, que uma onça vigorosa e cheia de maldade no olhar;
Ela ficou parada me olhando por um longo e duradouro minuto, então; respirou forte e sumiu no meio da mata densa;
Acredito que a fé em Deus move montanhas, assim como nos protege e nos da fôlego de vida para continuarmos seguindo em frente...
Não busques em mim a sombra já finda,
a melodia que o tempo calou.
Sou o novo verso em página ainda límpida,
a alma que refez e se revelou.
O Vazio Exorbitante da Alma
Não há berço vazio a chorar na casa,
Nem a sombra fria de uma dívida que arrasa.
O mundo vê a pele que não sangra, limpa e sã,
E pergunta à alma: "De que sofre, ó artesã?"
Pois onde não há perdas visíveis, nem tragédia,
O sofrimento parece uma comédia, uma lenda.
Mas a dor que me habita é a do invisível laço,
Um grito que não ecoa neste vasto espaço.
O Choro Sem Filho é o Choro Pela Luz,
O desejo de ser porto, e não a cruz.
É o luto pela forma que o amor não me alcança,
A eterna espera por uma real aliança.
A Dívida Ausente não alivia o meu fardo,
Pois devo a mim o afeto que me foi negado.
Devo o calor que a frieza do dia a dia esconde,
O eco vazio da pergunta: "Onde? Onde?"
É o sentimento em chama, o apego a se rasgar,
A fome voraz de ser aceito, de pertencer, de amar.
A necessidade que pulsa, crua e exposta,
Por uma presença que nunca me foi aposta.
E por trás do sorriso que a vida me empresta,
A frieza diária me veste e me orquestra.
Mas o silêncio é o manto onde a dor se aninha,
A falta exorbitante que me faz só, e só minha.
Querida
Enquanto encaro sua sombra que se move sozinha
Imagino o que eu faria se tivesse o mesmo poder
Se pudesse me mover,
Me soltaria das minhas dores
Uma vez livre, enxugaria meu rosto
E você me daria um abraço
Depois que me confortasse,
Eu faria aquilo que amo
Escreveria sobre o amanhecer, sobre amar e recordar
Escreveria sobre madrugadas, odiar e esquecer
Cada letra carregaria um sentimento profundo
Minhas palavras cortariam mais que facas
Uma vez estancando os cortes,
Você me daria um beijo
Então, me sentiria segura
Eu faria algo novo
Desenharia minha loucura, seu rosto e nossas bocas
Desenharia nossas mãos tímidas a se tocar
Depois, você virá com água e a derrubará
me encararia e me daria um tapa no rosto
Você me chamaria de louca?
Você me acha uma completa louca?
Ao fim do tapa, me prenderá novamente
Atiçará minhas dores e temores
Me trancará no vale do esquecimento
Me deixará apodrecendo
Até que eu morra
Em meio ao tormento.
"Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque Tu estás comigo...”
(Salmo 23:4)
Deus não se ausenta na dor. Ele se aproxima. Ele não apenas vê, Ele sente contigo.
Hoje, o Céu ainda clama:
“Escolhe a vida, abandona a sombra,
lava tuas vestes no sangue puro,
e caminha no temor do Senhor”.
Porque o pecado é sentença de morte,
mas Cristo é a Ressurreição e a Vida.
Há vidas que brilham tão forte,
Que a sombra não ousa tocar,
São corações que amam tanto,
Que a própria morte precisa esperar.
E o céu, que as conhece pelo nome, diz:
“Espere, morte… porque ainda há propósito em andamento. Ainda há feridas que essa alma vai curar, ainda há lágrimas que essa vida vai enxugar.”
Sombra
A melancolia é minha sombra
Flertar com a tristeza, alimenta um
rio de sentimentos
Para alguns, a caixa de pandora só
carrega as mazelas da humanidade
Mas também, dentro dela reside
a luz da esperança
Trago em mim, em eterno conflito
A dualidade do Caos e da Criação.
Angélica F L Masullo
Há muita verdade
Nada além da verdade...
mas não toda a verdade.
Tudo verdade
sim, nem sombra de dúvidas.
Tudo o que sai de sua boca
é verdade.
Verdade que não é toda a verdade,
mas tudo é verdade.
Há verdade nas suas palavras,
verdade nos seus olhos...
todo o seu corpo só diz só a verdade,
não é verdade?
Mas não toda a verdade...
O sol que desperta nossa alegria
Aquece a sombra fria
Até o cair da tarde
Quando desenha de cores o horizonte
Sorrindo se esconde
Porque, sabe que é a vez da lua
Iluminar a nossa noite escura.
As arvores cobrem o céu nublado
Folhas caiem sobre o chão molhado
Eu sou como uma sombra que caminha pela rua
E se penso, logo escrevo, na noite escura
ONDE ELAS ESTÃO?
Antes elas verdes, por toda parte
O homem plantava, cuidava
Pela sombra compensaria qualquer esforço
Principalmente hoje teria que plantar mais árvores.
Ho sombra fresca! Que saudade!
Que homens são os de hoje?
Deixa-se de plantar árvores para construir calçadas
Que é que sinto? Um calor danado!
Cadê as folhas que não balançam mais
O ar quente está insuportável
Em todo lugar há necessidade das árvores
Eu não queria poetizar sobre as árvores nesse estado
Queria sim enxergar o vento em folhas de muitas árvores
O que vejo? Crianças correndo com poucas sobras para brincar!
(Nelson Locatelli, escritor)
"Sem sombra de dúvidas, o nosso melhor professor é o TEMPO.
Com ele aprendemos 'quem', 'onde', 'quando', 'como' e 'pq'.
E por mais que muitas vezes quebremos novamente a cara, quase com a mesma situação, ainda assim, com o tempo aprendemos a se decepcionar e esperar menos."
Fico A Me Perguntar
Porque Tenho que Olhar cada sombra Passar.
A Cada Vento Sobrar.
A cada Mascara Quebrar.
A cada Olhar Ah Chorar
A Cada Sorriso Acabar
A Cada Sonhar A Desintegrar.
MORTE
O sono da morte repousa na sombra;
esvoaçante, no espírito adentra.
Chama na noite com voz inumana
e o brilho da vida na angústia naufraga.
Esfacela-se o corpo, traga-se a alma
e o homem, por fim, gelado de horror, se cala.
