Poemas Sombrios

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Largue qualquer sombra do passado ao chão do tempo, qual a árvore que lança de si as folhas mortas.

Quem, de três milênios, não é capaz de se dar conta, vive na ignorância, na sombra, à mercê dos dias, do tempo.

Plantar um bosque na alma, e curtir a sombra, o vento, as crianças, o sossego. Não precisam ser reais. Eu até acho que a realidade não existe: existe o que nós criamos, sentimos, vemos ou simplesmente imaginamos.

Mesmo em meio a uma grande luz pode existir alguma sombra. Até o sol tem manchas

O amor de um pelo outro é como uma extensa sombra que se beija, sem qualquer esperança de realidade.

Anaïs Nin
NIN, A., A Casa do Incesto, Assírio e Alvim, 1993

Cresci no meio de livros, fazendo amigos invisíveis em páginas que se desfaziam em pó cujo cheiro ainda conservo nas mãos.

Carlos Ruiz Zafón
A Sombra do Vento

Cada vez que um livro troca de mãos, cada vez que alguém passa os olhos sob suas páginas, seu espírito cresce e a pessoa se fortalece.

Carlos Ruiz Zafón

Nota: in A Sombra do Vento pág 9

Impossivel é uma palavra criada pelas pessoas para se sentirem melhor ao desistirem de algo

Nos meus olhares psicóticos, carrego
A frialdade de uma alma mórbida.
Eu sou apenas mais um ser subestimado por aqueles que insistem poluírem minha visão com seus rótulos idiotas!

⁠– Não gosto desse tipo de lugar. Mas valeu a pena vir. Só por um motivo.
– Qual?
– Conhecer você.

Sombras, 2010

Um peso, uma tristeza,
Frustações, cansaços.
Sensação do nada,
Desilusões.
Vazios, sombras,
Passadas.
Não mais reconheço
Minha natureza
De outrora.
Fim de jornadas,
Ciclo de vidas,
Vividas,
Em mil lugares;
Perdidas,
Em mil pedaços.
Dores, alegrias,
Sofrimentos.
Vitórias, conquistas,
Derrotas, arrependimentos.
Encruzilhada do ser
E do não-ser.

Noite tempestuosa

O céu das opacas sombras abafado,
Tornando mais medonha a noite feia,
Mugindo sobre as rochas, que salteia,
O mar em crespos montes levantado;

Desfeito em furações o vento irado;
Pelos ares zunindo a solta areia;
O pássaro nocturno que vozeia
No agoireiro ciprestes além pousado;

Formam quadro terrível, mas aceito,
Mas grato aos olhos meus, gratos à fereza
Do ciúme e saudade, a que ando afeito.

Quer no horror igualar-me a Natureza;
Porém cansa-se em vão, que no meu peito
Há mais escuridão, há mais tristeza.

Seja como o girassol: volte-se sempre na direção do sol, deixando as sombras atrás de você.
Faça um esforço contínuo para ser feliz e se dar bem nas suas tarefas. Não fique triste quando seu trabalho for visto com indiferença ou não te valorizarem.
Lembre-se que todos os dias, ao nascer, o sol dá um espetáculo maravilhoso para uma grande plateia que ainda dorme.
O importante é a tua própria luz, que ninguém consegue apagar.
Busque sua felicidade!

MURMÚRIO

Traze-me um pouco das sombras serenas
que as nuvens transportam por cima do dia!
Um pouco de sombra, apenas,
- vê que nem te peço alegria.

Traze-me um pouco da alvura dos luares
que a noite sustenta no teu coração!
A alvura, apenas, dos ares:
- vê que nem te peço ilusão.

Traze-me um pouco da tua lembrança,
aroma perdido, saudade da flor!
- Vê que nem te digo - esperança!
- Vê que nem sequer sonho - amor!

As Três Irmãs do Poeta

É Noite! as sombras correm nebulosas.
Vão três pálidas virgens silenciosas
Através da procela irrequieta.
Vão três pálidas virgens... vão sombrias
Rindo colar num beijo as bocas frias...

Na fronte cismadora do Poeta:
"Saúde, irmão! Eu sou a Indiferença.
Sou eu quem te sepulta a idéia imensa,
Quem no teu nome a escuridão projeta...
Fui eu que te vesti do meu sudário...
Que vais fazer tão triste e solitário?..."

- "Eu lutarei!" - responde-lhe o Poeta.
"Saúde, meu irmão! Eu sou a Fome.
Sou eu quem o teu negro pão consome...
O teu mísero pão, mísero atleta!
Hoje, amanhã, depois... depois (qu'importa?)
Virei sempre sentar-me à tua porta..."

-"Eu sofrerei"-responde-lhe o Poeta.
"Saúde, meu irmão! Eu sou a Morte.
Suspende em meio o hino augusto e forte.
Marquei-te a fronte, mísero profeta!
Volve ao nada! Não sentes neste enleio
Teu cântico gelar-se no meu seio?!"
-"Eu cantarei no céu" - diz-lhe o Poeta!

Castro Alves
ALVES, C., Espumas Flutuantes, 1870

Era uma história de um amor proibido.
E por mais que nas sombras tenha sofrido,
nem dele ela era, nem nunca tinha sido.

Significa "Caçadores de Sombras: mais bonitos de preto do que as viúvas de nossos inimigos desde 1234".

(Os Instrumentos Mortais: A Cidade dos Ossos)

Eu me revisto na tua Luz para caminhar nas tuas "sombras".

Bênçãos Plenas

RECORDAÇÕES (perdidas)

No espelho da vida
revi mil rostos,
velhos, cansados, perdidos
em passado já distante.
Em meu espanto percebi
quem fui, pois,
na luz que refletia
finalmente eu via
o tempo que passara:
rápido, irônico, implacável.
Pedaços de mim
eram outras fisionomias,
que não eram mais
como um dia foram.
Lutei por descobrir
vestígios de outrora:
em vão!
Pois eram apenas traços,
fugazes traços.
Lembranças de rostos,
sorrisos, abraços,
carinhos, beijos.
Tempos passados,
passadas vidas,
uma palavra, um adeus.
Pensamentos decompostos
de imagens tão queridas.
São presente.
São feridas
que ficaram
na Alma.

Vozes do Passado

Acordei, e me percebi mais velho,
e era natural, sendo meu aniversário.
Porém, ao me olhar no espelho
notei o fato extraordinário;
eu estava muito mais velho ainda,
talvez muito mais do que deveria,
porque no espelho eu refletia
a imagem triste e cansada
sem o mesmo viço antigo.

Na surpresa, afastei a cortina
que me separava do passado.
Pouco a pouco notei antigos rostos,
que vinham belos a sorrir saudades,
mas que sorrindo se transformavam
em nuvens densas de poeira cinza.
De vultos velhos e curvados.
O andar trôpego se arrastando
na névoa escura do caminho,
não me permitia identificar.

Em meu espanto,vi surgir ao fundo
outra figura entre as sombras,
que refletida em mim. Era Eu,
cada vez mais velho, mais triste,
cada vez mais só, sem sorrir,
sem esperanças, sem ninguém.
Mas a solidão não me magoava,
apenas refletia o passar do tempo,
que corria e zumbia nos caminhos
de outrora, inclemente, em gritos
estridentes de muitos adeuses.

E, do fundo também se ouvia
o canto repetido e nostálgico
dos espectros das vidas passadas.