Poemas Sombrios
“O céu também projeta sombra: não para apagar a luz, mas para lembrar que até o infinito precisa de contraste para ser entendido.”
Quando vires a sombra de um gigante, olha a posição do sol pra ver se não se trata da sombra de um anão.
Vanna é aquele suspiro que se transforma em vento, o momento em que a sombra da perda deixa de encobrir o caminho, e o indivíduo, como uma semente que rompe a terra após a seca, busca florescer em seu emocional, fortalecer-se em seu físico e ascender em seu espiritual, provando que a evolução é a mais sublime resposta à decepção.
O medo ronda, mas não governa, é sombra frágil diante do peito em chamas, um invasor que nunca tomará morada.
A coragem brota no território do medo, um jardim feroz que floresce na sombra, vida que desafia as trevas.
Já fui engolido pela sombra da depressão, rendido a desistências repetidas, contudo, aprendi seus segredos. Hoje acendo faróis na noite de outros, ofereço a mão que me foi estendida, sei guiar por atalhos do labirinto onde tantas vezes me perdi.
Minha alma ergue muralhas invisíveis, mais forte que qualquer dor, abrigo que nenhuma sombra destrói.
A paciência que plantei deu árvore forte, ela abriga-me e dá sombra a quem chega, sementes de calma rendem frutos sólidos.
Deus deu-me o deserto para ensinar o valor da sombra, é ali que a alma aprende a esperar e a poupar forças.
Minha amada, você é a macieira que se destaca no bosque comum, e eu só desejo a sombra onde a paz e o fruto proibido coexistem.
Meu rastro na solidão foi a bússola que te trouxe até mim. Nenhuma sombra, nenhum abismo deteve os passos do teu amor. Tu vieste sem cansaço, somente com propósito.
Queima, Jesus. Que Teu fogo atravesse cada sombra do meu ser e transforme em cinza as raízes do ódio e da mágoa. Que o Teu sacrifício caia sobre mim como neve, imaculada, lavando tudo o que me prende. Toca-me com Tua unção mais profunda, que minhas feridas se tornem portas e minhas memórias, cânticos. No Teu amor, faz-me renascer.
Falo com a minha sombra como se fosse confissão. Ela não responde com palavras, mas conhece meus segredos. Permanece quando todos os outros vão, como testemunha muda. Às vezes a abraço e sinto que as coisas podem voltar a ser. Outras, a empurro e desejo que se torne apenas um traço.
O afeto verdadeiro não se pauta por retorno imediato. Ele planta árvores que só darão sombra para outros. Quem ama assim não contabiliza juros ou notas. Ama porque o mundo precisa de sombra e de fruta. E espera, paciente, que alguém sente a semente.
Viver é segurar a própria sombra pela mão e aceitar que ela caminha conosco. É reconhecer que luz e escuridão não são inimigas, mas complementos. E que só existe cura quando deixamos de fugir de nós mesmos. A partir daí, o resto é reconstrução.
