Poemas que Rima com o Mundo

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Haverá ainda, no mundo, coisas tão simples e tão puras como a água bebida na concha das mãos?

Mario Quintana
Caderno H. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.

Possam as aparências serem menos essências. O mundo ainda se ilude com ornamentos.

A loucura vem após um surto de lucidez, porque ninguém consegue viver lúcido nesse mundo insano.

Você está certo em exibir ao mundo tantos dentes e tão brancos. Eu é que estou errada quando paro um pouquinho para olhar com tristeza esses sustos do amor. Não tem mais você tirando sarro quando eu não aguentava a dor no peito e te dizia no escuro que era mais ou menos amor mesmo. Porque era. Porque é. Se você soubesse o estado que estou agora, zumbi, pegando detalhes seus por aqui, e doendo tanto que nem sei mais por onde começar. Eu não aguento mais começar. Queria tanto continuar. Não sei, não aguento, ainda não posso, mas queria continuar.

Nada no mundo real é tão bonito como as ilusões de uma pessoa prestes a perder a consciência.

Amor de verdade é quando não se existe sem alguém, e se prefere morrer a ficar longe. O mundo inteiro some e nada mais importa além daquela pessoa ali.

O negócio é que, quando você se apaixona, você fica doida e o mundo fica diferente e você faz qualquer coisa pela pessoa.

Toda a história do mundo se resume no fato de que, quando as nações são fortes, nem sempre são justas, e quando desejam ser justas, não são mais fortes.

Considerando-se a impermanência de tudo, em um mundo em constantes alterações, o apego representa a ilusão para deter a marcha dos acontecimentos e reter tudo mais, impossibilitando o surgimento da realidade.

Cansei de ser a boazinha para todos e só receber falsidade em troca. O mundo conspira com a minha felicidade. Todos amam me ver triste. Ninguém se importa, por que eu me importaria?

"O mundo moderno perdeu o juízo, não tanto porque aceita o anormal, mas porque não consegue restabelecer a normalidade".

Chegamos a estranhas conclusões neste mundo: dizemos que vivemos em sociedade mas ao mesmo tempo vivemos vidas solitárias.

Quando a vida me deixa triste, eu toco a minha guitarra. O resto do mundo pode seguir as regras, mas eu tenho que seguir o meu coração.

Tanto morre o sábio como morre o louco, de herói a bandido todo mundo tem um pouco!

Um dos maiores enigmas do mundo é a maneira como funciona a tristeza. Ficar muito triste pode ser parecido com ser queimado, não só por causa da dor descomunal, mas também porque a tristeza pode se espalhar por sua vida como a fumaça de um enorme incêndio. Você pode achar difícil enxergar alguma coisa além de sua própria tristeza, assim como a fumaça pode encobrir uma paisagem a tal ponto que tudo o que você pode enxergar é a escuridão. Você pode descobrir que as coisas felizes são maculadas pela triseza, do mesmo modo que a fumaça de um incêndio deixa tudo com cor de carvão e cheiro de queimado. E pode descobrir também que, se alguem despeja água em cima de você, você fica molhado e perturbado, porém não curado da tristeza, assim como um corpo de bombeiros pode abafar o fogo, mas não recuperar o que foi destruido.

O mal só aparece no mundo quando há a deformidade no exercício do livre-arbítrio dado ao homem por Deus.

O mundo só se tornou viável porque antigamente as nossa leis, a nossa moral, a nossa conduta eram regidas pelos melhores. Agora a gente tem a impressão de que são os canalhas que estão fazendo a nossa vida, os nossos costumes, as nossas ideias. Ou são os canalhas, ou são os imbecis, e eu não sei dizer o que é pior. Porque você sabe que são milhões de imbecis para dez sujeitos formidáveis.

Estamos todos mortos, dentro deste mundo invisível, onde as pessoas preferem a guerra e a destruição, ao invés do afeto e amor...

Ainda existem algumas pessoas nesse mundo com as quais nos importamos, então eu digo que devemos tentar ajudá-las a se tornar pessoas boas. Por que não? É melhor do que não tentar, certo?

De nada sei. Que se há de fazer com a verdade de que todo mundo é um pouco triste e um pouco só.

Clarice Lispector
A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.