Poemas que Falam de Realidade
Sonho distante!
Menina mimosa
Encanto do céu
Linda Formosa
Dos lábios de mel
O ipê lagrimosa
Na praça Miguel
Suas pétalas choram
No azul do papel
Senhorita ansiosa
Abaixo do véu
Resplandece a beleza
Do Ciano Babel
A temporada passa
O outono pincel
Pinta a marquesa
Do infante fiel
Leva consigo
O formoso papel
Que na frente dizia;
"A realidade é cruel."
Não seja “bonzinho” demais.
Porque coisas ruins acontecem com pessoas boas,
e o pior de tudo é que você ficará se perguntando o porquê dessas coisas acontecem e não terá respostas.
SONETO Nº 5
Algumas Verdades
nem tudo que é lógico
é óbvio
nem tudo que parece
é rótulo
nem tudo que eu quero
eu mostro
nem tudo que é forte
é sólido
nem tudo que é caro
é luxo
nem tudo que eu digo
é tudo
nem tudo que eu procuro
apuro
nem tudo que é lei
é seguro
nem tudo que é base
suporta
nem tudo que é briga
é revolta
nem tudo que é prático
é rápido
nem tudo que é simples
é barato
nem tudo que é feliz
é alegre
nem tudo que é fé
é prece
nem tudo que é unido
é junto
nem tudo que satisfaz
é muito
nem tudo que parte
separa
nem tudo que divide
é metade
nem tudo que falta
é saudade
e nem tudo que eu digo
é verdade
O tempo ...
Ah, o tempo!
Este fio que separa os espaços,
Segue na linha irreal do relógio.
Ensina, molda, testa e surpreende.
Tempo, realidades e percepções.
Todos alterados.
Egos egoistas, consciências vazias, conclusões.
Todas erradas.
Vem o tempo corrigindo, mostrando realidades, trazendo percepções, nos levando à essência.
À essência abandonada pela pouca consciência do tempo, do espaço, do real, do universal e da unidade.
Namastê!
Um homem invade uma creche e tira vidas inocentes.
Um homem que deveria proteger, violenta uma criança .
Um homem assalta e agride um idoso...
O tempo todo somos bombardeados por notícias tristes, e de difícil compreensão.
O "homem" perdeu o amor-próprio, o amor pelo próximo e o amor a Deus.
Sabedoria & Conhecimento
Então é esse o preço da Sabedoria?
O Vazio e a melancolia...
Entender que por mais que possamos nos esforçar, seremos inúteis aos efeitos do tempo?
A certeza de que, aquele que interpreta o melhor personagem social estará sempre em evidência?
Então é esse o preço do conhecimento?
A certeza de que por mais que possamos nos esforçar, oque teremos serão sempre aproximações e que para ciência nenhum cálculo será exato?
Então é esse o preço da Sabedoria?
Ver a revolta dos adultos sobre suas crianças internas.
Devolvendo nas outras pessoas como forma de vingança os traumas, medos e explorações que sofreram quando pequenas?
Eu Sou aquele que está em busca!
Esforçar-me na busca de sabedoria e conhecimento produz um vazio;
Quanto mais se sabe, maior é a responsabilidade;
Quanto mais se aprende, maior é o sofrimento.
INÚTIL
Plantastes à tua volta,
um jardim de inutilidades.
Pensas ser um modelo de
ser humano imortal.
Os que te seguem, algum
interesse têm, não sei qual.
Na realidade, são tão inúteis
quanto tú.
Com tuas atitudes pensas que
terás a glória da imortalidade.
Pobre ser, não reconheces que
nada serias sem os outros.
De ti nada restará após a morte.
Sómente débitos terás, com o alto.
Aqui, só os vermes por ti se
interessarão, enquanto carne tivéres.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista. R.J
Membro honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
Acadêmico da Acilbras - Cadeira - 681
Patrono - Maestro - Armando Caaraüra
Escravidão
Com toda sua compaixão
Princesa Isabel
Chegou à solução
Aboliu a escravidão
Será que foi tudo em vão?
Estamos presos a um sistema
Todos passamos por esse dilema
No panorama atual
A escravidão é habitual
Podendo ser física
ou intelectual.
A vaidade não deixa perceber
Que sem o dinheiro
não se consegue viver
Então uma atividade terá que exercer
É a unica chance para sobreviver
Devemos então temer?
Atualmente o "senhor" se chama dinheiro
Que rege o mundo inteiro.
Sem ele somos açoitados,
E jamais deixaremos algum legado.
Você absorve ou não o ambiente que te envolve, se integra ou não ao contexto no qual vier se inserir.
Quem você quer ser hoje? Quem se permite existir?
A sua pseudorealidade é mera projeção de sua própria perspectiva, e o seu mundo é um reflexo estampado daquilo que está em ti.
Sua cabeça é onde você mora.
Saudade
Haveríamos, talvez, de sentirmos melhor
sem as consternadas chagas suscitadas
pelos quantos sentimentos nostálgicos
que tão são permanentes na saudade ?
Quiçá, quando formos bagageiros
do atroz infortúnio da insensibilidade
ou enquanto meramente desprovidos
do banal condão da constatação...
Oh saudade, imperativa saudade!
Por que de tantas formas se disfarça,
por que de tantos trajes me reveste
se tão em paz me faz a realidade?
Criaturas das sombras, entidades sobrenaturais que insistem em permanecer em meus pesadelos.
Criaturas malignas, talvez.
Mas obviamente assustadoras que me amedrontam.
Com aparência indescritível, que fica por imaginar, a decorar, a esperar.
A aparência é um problema, pois o fato dela ser furtiva, oculta te faz pensar e querer imaginar como é esse ser temido.
E quanto mais você pensar, mais ela vai te atormentar. Até que chegue ao ponto de você delirar, e ao poucos você vai surtar e dessa forma da realidade você vai se distanciar.
E não há mais como voltar pois a criatura ao seu lado deve estar.
Me armo de livros
Me livro de balas
Dizia o cartaz
Da bela menina
De pais conscientes
Me faço de irmão
Me ponho ao lado
Do mal encarnado
Dizia o ignóbil
No grupo de crentes!
E se eu te disser que tudo na minha vida mudou depois da tua chegada,
vivo em passos flutuantes, os sonhos se confrontam constantemente com a realidade,
Quem é você?
Não vejo a hora de poder chegar e te encontrar
Poder te dar um beijo, e perguntar como foi seu dia
Dizer para você que eu estava morrendo de saudades
Te dizer que irei tomar um banho e que já volto para jantarmos
Sentar à mesa com você, e sentir que ali está o amor
Te deitar no meu colo, e vermos um filme juntos
Na hora de irmos nos deitar eu te olhar e te dizer o quanto sou louco por você
Se isso é apenas um sonho, não sei dizer, mas na minha vida você já é a minha realidade.
Eu pensei que tudo seria diferente
A unica coisa para mim era a distância.
Mas me dói em saber que foi em vao,
Não era a distância
Era o sentimento
Mas burro que alguém possa sentir
O amor em meio ao desprezo.
Me doi saber que criei expectativas
Me dói ter imaginado um futuro para nós,
Não sendo somente amigos
Me dói saber que nunca foi recíproco e nunca será.
Lágrimas rolam e escorrem pela pele,
Sem conseguir controlá-las.
Me doi.
Eu queria dizer, perguntar
Mas eu preciso me impor
Pelo menos por um minuto.
Sei que faz tempo
Mas no se faz tanto tempo assim
Ao ponto de deixar tudo de lado
Deixar tudo o que aconteceu
Eu ainda não esqueci
E sei que você também não
Mas pra que você complica?
Tudo poderia ser mais fácil, gostoso e suave.
A esperança que me restava, está morrendo a cada segundo,
sem você é um vazio.
Aos poucos vou me recompor e o pouco de autoestima que me resta,
Irei catando migalhas por migalhas,
Até preencher o vazio que tu deixastes
O buraco que ainda não foi coberto.
Quem és?
És a dor que transpira na noite pálida,
Com saudade de um dia ter visto
O amor, o sonho, a felicidade.
És o desvendar da virgem mata
És o horror, o choro, a verdade,
Do mundo erguido em casa máquina.
És lágrimas químicas do homem viciado,
O ganir dos animais torturados,
O morrer das plantas maltratadas.
És moléculas, átomos latejantes,
A ciência, a loucura, o medo.
És o crânio do progresso absurdo.
És a caneta do escritor esquecido,
Transcrevendo os amores e os risos
De uma vida entre homens amantes.
És triste e amarga realidade
De um ser nascendo espremido
Da boca de um tubo de ensaio.
Quem és?
_ Sou eu, crescendo e lamentando:
A fome, as guerras, a necessidade, mas,
Comandando o mundo mecanizado.
Os sonhos nos pregam peças deselegantes...
Nos trazem dissabores e lembranças, há muito suprimidas pela lógica emocional.
Parece que sonhamos com o coração, e não com o cérebro.
Acordo num misto de querer e não querer, com um perfume antigo morando nos pulmões...
Abençoado seja o amanhecer que me resgata diariamente pra realidade! Uma realidade não muito simpática, porém fiel!
Jefferson Vicente Teixeira
