Poemas que Falam de Pessoas Imperfeitas
Estações que Mudam
Apaixonei-me pelo sopro do vento,
Sobrevivo nas tormentas deste elemento.
E como num pé-de-vento espalho meus segredos
Na mudança das estações.
Vivo sem contestadores,
Preso pela delação dos hipócritas
Escondido nos cantos das paredes,
Como uma estante de porta-retratos,
Como pilhas de livros na cama, na estante e sobre a mesa...
É hora de acordar de minhas memórias,
Fotografias de um tempo grudado em meu suor,
Heróis de brinquedos que eu criei e que se quebraram,
Amores, rumores, primores, flores, pudores,
Palavras que jurei esquecer...
Desejo somente uma coisa,
Mas tenho outras que deixo perder.
Vivo como se pudesse decidir o que vai me levar,
Se a lucidez ou a insensatez,
Não sei, só resta a tarde pra compreender,
Ou então, me transcender, me entender,
Me surpreender, me conceder... Me perder,
Grito,
Não me escute,
Apenas me ame, me aclame, me reclame, me esparrame,
Queria uma estação pra refrescar, para suar,
Para amar e para tomar chá,
Uma paixão, não, uma paixão não,
Um vislumbre, talvez, de um flerte sem maldade,
Que me fizesse em trapos, com sopapos, de gato e sapato,
Que deixasse remendos em mim,
Queria teus braços, teus laços, teus traços e teus pedaços,
Que me sustentam enquanto digo que não,
Enquanto o vento me leva embora daqui...
No coração da liberdade, encontra-se o amor verdadeiro, pois sem a livre escolha, oamor se torna prisioneiro.
Amar é se entregar por vontade própria, enão por imposição ou convenção,
É escolher o outro e ser escolhido, sem restrições ou qualquer obrigação.
Não há amor sem liberdade, pois o amor não é submissão, é uma união de almas livres, que se entregam sem coação.
E se algum dia a liberdade faltar, oamor perderá a sua essência, pois o amor verdadeiro é livre, e só existe na plena consciência.
O amor sem liberdade é prisão, que a liberdade seja a base do amor que queremos encontrar, e que juntos possamos caminhar, sem amarras ou qualquer prisão a nos separar.
POEMA LAMENTO
Um mau poema
Sem tema
Alcance ou lema,
É tudo o que te posso dar.
Não sei mais.
Ela não quer nada comigo
E como castigo...
Também não quero ir mais longe
Não quero levar vida de monge
Porque monge
Sem capuz,
Já o sou nesta minha cruz.
Não pretendo nome
Ou cognome,
Estejam descansados
Para vosso bem.
Se o quisesse, alcançaria
Mesmo da noite para o dia!
Um bom poema
Para minha pena
Mas sem vontade de chorar,
É coisa que não te posso dar.
Lamento!
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 22-04-2023)
O PÓS E O PRÉ
Lembro-me ainda de quando era velho
A cair de podre.
O ventre saído desmesurado
Expelido
Inchado
Como que a rebentar
A bomba fatal
Tal odre
Que estoura
Em excessos
Possessos
De processos
De químicas
De álcool com salmoura.
Menino, agora, já sou outra vez.
Com pés a caminho da cova,
Voltarei ao pó
Pó, pó, pó, pó
E cinza adubada.
Vou tornar a ser
Um novo ser
A nascer,
Não demora nada.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 22-04-2023)
Enfim encontrou seu par,
Para dançar a noite toda,
Nessa sinfonia chamada vida,
Que às vezes nos parece tão louca.
E juntos eles se entregam,
Ao ritmo da música que toca,
Movimentos sincronizados,
Como se fossem um só em cada nota.
E ali, no meio da pista,
Eles se olham e se entendem,
Sem precisar dizer uma palavra,
Só com um sorriso se compreendem.
E dançam, dançam sem parar,
Até que a noite acabe enfim,
Eles se despedem com um beijo,
E sabem que esse amor não tem fim.
Pois encontraram um ao outro,
E juntos seguirão nessa dança,
Nessa sinfonia chamada vida,
Que agora ganhou mais esperança.
Espinhos
Alguém do começo,
Aquela , aquela pessoa do início né
Mas me fala , o que você fez pra cultiva-la
O quanto você entregou
Todo mundo quer aquele alguém do início
Sem esforço sem cuidados sem amor
Quer algo crescido e forte
Sem ter cuidado ou regado
O que te faz pensar que você merece alguém do início
Se você mesmo não consegui ir até o final
É muito fácil gostar nas palavras
Mas vai lá e ama nas brigas na raiva na discussão , na dor na ansiedade
Na depressão , ama ,cuida
Vai lá não abandona não vai embora
Não é prós fracos é pra quem fica .
Sussurros do passado me assombram.
Quando o mundo foi dormir, fico com nada além dos ecos de meus gritos silenciosos, em um anseio por um doce esquecimento.
Ninguém entende a minha dor, nem sabe o que se passa em meu interior. Sou um estranho em um mundo sem amor, e a solidão é o meu único senhor, a solidão se torna minha única amiga.
Despindo-se das amarras e das convenções.
A mente mergulhada em trevas, e o silêncio dos sonhos que se esconde entre os escombros.
Os relógios marcavam o tempo, e o som ecoava por toda a casa, enquanto eu pensava em meu destino, e em como a vida pode ser tão escassa.
Mas não, eu não temo a morte, pois a vida já me matou, e várias vezes.
Nossa mente acelerada, tão cheia de afazeres que mal percebemos as correntes invisíveis que nos prendem a uma vida de trabalho incessante, de consumo desenfreado, de uma liberdade ilusória.
Cada dia é uma corrida, um empilhamento de tarefas, um constante estado de urgência, que nos impede de contemplar a beleza do mundo. De nos conectarmos com outros, de vivermos em plenitude.
Estamos tão cheios de afazeres que nos tornamos escravos de uma cadeia que não vemos, de uma prisão que criamos com nossas próprias mãos.
Temos tanto a fazer, tantos compromissos a cumprir, que mal percebemos a cadeia invisível que nos mantém presos sem sentir.
A corrente que nos aprisiona, não é de ferro ou aço, mas sim a pressão do mundo, que nos faz viver como embaraço.
Precisamos desacelerar, reconhecer as correntes, e nos libertar.
Às vezes me sinto perdido, sem lugar para pertencer, mas abraço a liberdade que me faz viver.
Eu sou um estrangeiro em qualquer lugar, sem raízes fixas, sem um lar para chamar. Eu sou um estrangeiro, um viajante sem lar. Não tenho terra, não tenho bandeira, apenas a solidão a me acompanhar.
Sinto a distância, o desconforto. Tento me encaixar, sem sucesso, como se eu fosse de outro porto.
Não me sinto em casa em nenhum lugar, nem na cidade, nem na natureza.
Sou um estranho, sem lar para habitar, sem pertencer a essa grandeza.
Colecione memórias, meu amigo. Não bens que se desfazem com o tempo. Não há nada que valha mais a pena do que guardar momentos.
Guardados em caixinhas de madeira, cada lembrança é um tesouro a mais.
Não há nada que traga tanta alegria quanto recordar momentos de paz.
Esqueça as quedas, não há fracasso, apenas aprendizado, a cada tentativa, um novo resultado.
Não tema a incerteza, a mudança, pois é ela que traz a esperança.
Erguer-se com toda a disposição, é o que nos leva à superação.
Entre o lixo e o caos da cidade,
As flores encontram sua verdade.
Crescem fortes, persistentes,
Em meio aos detritos e aos entulhos aparentes.
A vida surge onde menos se espera,
A beleza brota mesmo na sujeira.
Nas ruas escuras e abandonadas,
As flores são a prova de que a esperança não está morta.
Elas se erguem em meio à poluição,
Como uma mensagem de resiliência e superação.
Seu perfume inebria os sentidos
E traz um pouco de beleza aos corações aflitos.
Que as flores nos inspirem a seguir em frente,
A encontrar a luz mesmo na escuridão presente.
Que a vida renasça em cada canto,
E que o amor floresça em meio ao que é tanto.
vodu
por entre os dedos da terra
sem pressa
sem deter
discorre sem forma
e incolor
o deus terrível
profundo
silêncio cálido
que inebria e incapacita
que engole
sem mastigar
os ásperos calos
deformando
as minhas trémulas e gélidas formas
encerrando os olhos
com o capim
e as pedras
e as folhas tardias
do longo inverno
na caverna aberta deste crânio quartzítico
incandescente luz que me atravessa
imobilizado pelas asas abismais
ouço e vejo o temporal
contra a gruta do meu próprio templo
eu sou o templo e a sua ruína
os seus antepassados futuros
isto é o princípio do meu renascimento
e por isso estou estendido nesta catarse
envolvido pelo frondoso sudário da floresta
aguardo a tácita palidez da minha própria morte
talvez eu próprio seja este terrível deus
porque ouço a voz da lua e o corpo do sol
invocando em extintas línguas os meus nomes.
(Pedro Rodrigues de Menezes, “vodu”)
Pai das estrelas,
do céu e da terra e de toda a criação:
"Sê exaltado, ó Deus, acima dos céus e em toda a terra brilhe a tua glória."
Anda por aí muita gente camuflada em trânsitos de santidade que julga que estou apanhado do clima.
Após breve leitura de algum escrevinhar que fazem, concluí:
Quem seria o iluminado que estabeleceu as primeiras regras de loucura, sabendo de antemão que já era louco por natureza?
Da pedagogia: quero que me ensine o bê-a-bá do amor.
Da medicina: que abra o meu peito e coloque um novo coração.
Da advocacia: que me liberte da prisão, que é a solidão.
Minha filha não conheceu meus pais
mas eu conheci meu neto
Por isso faço versos
para que ele saiba
o que meus retratos sentiam por dentro
"Vagante"
Parei naquela janela
Li e reli todo sentimento
Estagnada ,
Refém daquela prisão
Feito folha seca
Jogada de um lado para o outro
Naquele vento tempestuoso
Na enxurrada de tristeza que cai sobre mim
Na penumbra desgastante ,
Findada aqui
Encurralada ,
Estive em te .
baobá
procuro nos outonais trâmites do teu corpo
o insofismável vestígio das tuas raízes
salgueiro que jaz e se curva obliquamente
eterna a bênção, terrível o fim do tempo
deserto, areia, sol, miragem, saudade
serás sempre o antes e o depois de nós
e nós seremos tão pouco e tão poucos
depois de ti secarão todas as welwitschias
África não renascerá da força dos tambores
mil homens sangrarão entre solenes rituais
as grávidas abortarão com sede de terra
e o céu encher-se-á de conchas e espinhas
e virão os deuses deste mundo e do outro
velar a desgraça efémera da sabedoria
ninguém saberá mais falar, escrever ou viver.
Poema dedicado a Catarina Pereira do Nascimento
(Pedro Rodrigues de Menezes, “baobá”)
CORDÃO UMBILICAL
Quando nasci
cortaram-me o cordão umbilical,
só esqueceram de cortar
o fio que me deixou atado ao tempo
O brasileiro que não grita com ardor
“Lula ladrão, seu lugar é na prisão”
Como está sendo feito no exterior
São brasileiros que perderam a razão
E vivem no mundinho de um bandeador
Na mais completa alienação.
Ela é como a luz do sol,
Que brilha mesmo em dias nublados,
Uma mulher tão especial,
Que mesmo com tantos afazeres,
Não perde a doçura e a gentileza.
Com sua beleza encantadora,
Ela ilumina a todos ao redor,
E mesmo com tantas tarefas,
Não deixa de ser cuidadosa,
E meiga como uma flor.
Seu coração é tão bondoso,
E sua alma tão pura e nobre,
Que é impossível não se encantar,
Com essa mulher tão bela,
Que em tudo sabe se dedicar.
Ela é um exemplo de amor,
De força e determinação,
E mesmo com tantas coisas a fazer,
Não perde sua essência,
E continua sendo uma inspiração.
Então, a essa mulher tão linda,
Que é tão especial e bondosa,
Deixo aqui minha admiração,
E que sua luz continue brilhando,
Iluminando a todos com sua doçura e cuidado.
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.
Entrar no canal do Whatsapp