Poemas para uma Pessoa Querida

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Eu sei que não sou nada e que talvez nunca tenha tudo. À parte isso, eu tenho em mim todos os sonhos do mundo.

Fernando Pessoa

Nota: Trecho adaptado do poema "Tabacaria" de Álvaro de Campos, heterónimo de Fernando Pessoa.

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Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir. O que confesso não tem importância, pois nada tem importância. Faço paisagens com o que sinto.

Fernando Pessoa
PESSOA, F. Livro do Desassossego, por Bernardo Soares. Vol. II. Mem Martins: Europa-América, 1986.
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E a minha alma alegra-se com seu sorriso, um sorriso amplo e humano, como o aplauso de uma multidão.

A espantosa realidade das coisas é a minha descoberta de todos os dias. Cada coisa é o que é. E é difícil explicar a alguém quanto isso me alegra, e quanto isso me basta. Basta existir para se ser completo.

Fernando Pessoa

Nota: Trecho do poema “Poemas Inconjuntos” in Poemas de Alberto Caeiro (heterônimo de Fernando Pessoa).

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Não é o tédio a doença do aborrecimento de nada ter que fazer, mas a doença maior de se sentir que não vale a pena fazer nada.

Fernando Pessoa
PESSOA, F. Livro do Desassossego, por Bernardo Soares. São Paulo: Montecristo, 2012

Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe porque ama, nem sabe o que é amar...

Fernando Pessoa

Nota: Trecho de "O Guardador de Rebanhos", do livro "Poemas de Alberto Caeiro", de Fernando Pessoa (heterônimo Alberto Caeiro).

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Segue teu destino, rega tuas plantas, ama as tuas rosas. O resto é sombra de árvores alheias... Vê de longe a vida. Nunca a interrogues. Ela nada pode dizer-te. A resposta está além dos Deuses.

Se depois de eu morrer quiserem escrever a minha biografia, não há nada mais simples. Tenho só duas datas: a de minha nascença e a de minha morte. Entre uma e outra, todos os dias são meus.

A vida é o que fazemos dela. As viagens são os viajantes. O que vemos não é o que vemos, senão o que somos.

Outras vezes oiço passar o vento,
E acho que só para ouvir passar o vento vale a pena ter nascido.

Fernando Pessoa
Alberto Caeiro, "Poemas Inconjuntos", 1915

Não sei o que sinto, não sei o que quero sentir, não sei o que penso nem o que sou.

Fernando Pessoa
Livro do Desassossego por Bernardo Soares. Lisboa: Ática, 1982.

Acontece-me às vezes (...) um cansaço tão terrível da vida que não há sequer hipótese de ato de dominá-lo.

Fernando Pessoa
Livro do desassossego por Bernardo Soares. Lisboa: Ática, 1982.

Algo especial só acontece quando não tem explicação, e sempre vem através de alguém especial.

Mesmo a ausência dele é uma coisa que está comigo. E eu gosto tanto dele que não sei como o desejar.

Feliz quem não exige da vida mais do que ela espontaneamente lhe dá, guiando-se pelo instinto dos gatos, que buscam o sol quando há sol.

Sem verdade, sem dúvida, nem dono. Boa é a vida, mas melhor é o vinho. O amor é bom, mas é melhor o sono.

Fernando Pessoa

Nota: Trecho de poema do livro "Poesias Inéditas (1930-1935)", de Fernando Pessoa.

Encontrei hoje em ruas, separadamente, dois amigos meus que se haviam zangado . Cada um me contou a narrativa de por que se haviam zangado. Cada um me disse a verdade. Cada um me contou as suas razões. Ambos tinham razão. Ambos tinham toda a razão. Não era que um via uma coisa e outro outra, ou um via um lado das coisas e outro um lado diferente. Não: cada um via as coisas exatamente como se haviam passado, cada um as via com um critério idêntico ao do outro. Mas cada um via uma coisa diferente, e cada um portanto, tinha razão.
Fiquei confuso desta dupla existência da verdade.

Fernando Pessoa
Obra Poética

Todas as cartas de amor são ridículas, não seriam cartas de amor se não fossem ridículas.

Fernando Pessoa

Nota: Trecho de poema do livro "Poesias de Álvaro de Campos", de Fernando Pessoa (heterônimo Álvaro de Campos). Link

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Bendito seja eu por tudo o que não sei
gozo tudo isso como quem sabe que há o sol

Sou feito das ruínas do inacabado e é uma paisagem de desistências que definiria meu ser.