Poemas para Mulheres que Sao Lideres
A Loba
Furiosa, selvagem, criatura indomável,
teu perfume e tua beleza são iscas de desejo.
Nos dias comuns, és tempestade de corações,
um ser raro que arrasta suas presas
ao leito em chamas —
teu covil de pecado entrelaçados em delírio desejos e amor.
O orgulho, a vaidade, a ambição desmedida, a ilusão de grandeza e a avareza são os alicerces silenciosos da ruína do ser humano frustrado.
Esses vícios, disfarçados de virtudes em uma sociedade que exalta aparências, corroem a alma e distorcem o propósito da existência.
Vivemos em busca de reconhecimento, acumulando bens e títulos como se fossem escudos contra a efemeridade da vida.
Mas, no fim, todos chegamos ao mesmo destino: nascemos de mãos vazias — e partimos sem espaço no caixão para as riquezas que tanto idolatramos.
O que permanece não é o que se possui, mas o que se compartilha.
A verdadeira grandeza está na humildade, e o legado mais duradouro é aquele que se escreve nos corações, não nos cofres.
Insistimos em alojar memórias que não voltam. São fragmentos do tempo que merecem repousar no silêncio do passado,
ecos de um passado que já cumpriu seu caminho.
Foram momentos — belos, intensos, feridos —
mas talvez seja melhor deixá-los onde dormem,
guardados no silêncio das lembranças antigas,
esquecidos no lugar onde o tempo os deixou.
Leve como a neblina que acaricia o amanhecer, são teus olhos — fascinação pura, lindos, meigos, cativantes.
Não há fuga possível desse olhar, pois nele não existe fraqueza nem força, apenas a entrega serena de quem se perde e se encontra ao mesmo tempo.
Estar perto de você é sentir a magia que transforma o instante em eternidade, é descobrir que o amor não precisa de explicação, apenas de presença.
É felicidade que floresce no silêncio, é ternura que se faz poesia, é o coração que pulsa mais forte só por existir ao lado do teu.
Ultimo adeus
No descanso da dor singelos são os passos que buscam a estabilidade,
escondida nos gestos a sinceridade se identifica como a resposta das provações,
sentimentos nativos perdidos, pensamentos cativos rendidos, correnteza sem direção,
na frequência do abandono a simplicidade do imaginar é o sonar para o resgate pago como sons de música de ninar e suas doces melodias,
nos mistérios da intimidade, com a casa livre ou retraída a mesma luz que aquece o que pulsa sabe resfriar o que pensa,
nas emoções escondidas o encontro com as despesas do olhar cansado é entediado com o silêncio da saudade,
nos recados dos ventos e preso na insanidade do tempo os relâmpagos do teu rosto foram o meu ultimo abrigo e o meu ultimo adeus.
'PAREDES'
As paredes dizem muitas coisas.
São olhos que rodeiam.
Algumas parecem falar.
Presenciam.
Quando mudamos e elas ficam,
um pedaço fica ali.
Gravado.
Cada parede é um retrato
que tanto presenciou.
E quando se tem uma ligação íntima,
elas fazem parte.
É um velho amigo de infância.
Tantas lembranças vêm.
Algumas estão intactas.
Vigorosas.
Outras caíram.
Rachaduras perceptíveis
quando mal construídas.
Tantas escondem suas vulnerabilidades com tintas.
Têm aquele esplendor aparente,
mas por dentro, apenas resíduos.
Poucos não a percebem.
Ali. Parada. Muda.
O essencial é saber que,
elas permanecem vivas.
Com suas particularidades.
Fazendo parte das nossas vidas.
A maioria delas, sem importância.
Ações de amizade que seguem orientações de uma cartilha não são verdadeiras.
A amizade real nasce do coração, cresce com o cuidado diário e se torna eterna.
— Anderson Silva
Palavras são letras empregadas
Frases são palavras bem empregadas
Versos são emprego de pensamento
Pensamento é cair em si
Final de estrofe letras em caixa
Saca essa...
Ganhe criatividade de poeta
Gaste vocabulário
Saindo daqui...
Com os bolsos cheio de letras...
Leonardo Mesquita
Hoje
Os dias são de inverno
No inverno
os dias sempre são mais curtos
Mas existe a solidão lá fora
Embora
ela esteja aqui dentro há tempos
Pois os tempos não voltam
E as lembranças remontam
O meu dia aos avessos
E a cada dia mais frio
Tão frio quanto a madrugada
Desses dias de frio inverno
Resta escrever poesia
Fria, em seus mornos versos
O latido de cães
E as cantigas de roda de outrora
Agora, tudo isso
é coisa por demais antiga
Saudade verdadeira
Verdade da boa
O forno de pão
O chão de terra batida
Violão e conversa
Lembranças tão dispersas
Quanto estrelas no Céu
Isso é a vida
No início
Um papel em branco
... e bonito
No final
Um livro escrito de qualquer jeito
Com direito à notas de rodapé
Em tempos de outra estação
Infância de poetas
São sempre as mais felizes
ou talvez as mais tristes
de vez que o poeta existe
Pra que elas sejam sempre algo mais
Mesmo que sejam somente
as mais distantes
tão distantes que agora
Não existe diferença
entre as verdades e as mentiras
O vento sopra e a roda gira
Uma longa lista de lembranças
As quadras,
cantigas de roda
e canções pra lá de antigas
Pondero
Que nunca mais eu cantei como antes
Pois a dura vida de ontem
vivida de hora em hora
Eu vejo agora
Parece que durou
somente um mero instante.
Edson Ricardo Paiva.
Demora
E de tanto que demora
Tem vezes que os rios secam
São coisas que não se explica
A gente apenas as aniquila
Enquanto isso
O Sol no Céu
Ele só desfila
Tem horas que ele faz isso
No mais, as flores se vão
Cada uma disse o que pensa
Em suma: tranqüila tonalidade
Seu credo, seu medo ou crença
A gente não sabe o que sente o Sol
É hora, tem horas que eu sei
Que a frase bonita passou
Vai chegar dezembro, conforme os planos
Mas a diferença é de tantos anos
Cá no meu canto
Planto prantos e poesias
Quem sabe um dia
Por tanto plantá-las
As uso
Num triste dialeto
de tantas falas
Mas não traduzo
Hoje eu já sei
Que nunca vai ser agora
Demora!
Edson Ricardo Paiva.
"A vida da gente são várias estradas
Só quem se sentiu perdido vai saber
Vai saber que todo caminho te leva pra distante
A cada dia mais distante
Da paisagem que se via em tempos idos
Quando a gente olhava lá de longe
Talvez seja essa a tal graça da vida
Um dia, nada é igual como era antes
Porque antes até mesmo um mero espelho
Refletia de manhã só a imagem que a gente esperava
Hoje, espelhos tem vontade própria
E tem hora que aquele que a gente vê
Não chega a ser nem de perto
Aquela boa pessoa
Aquela pessoa tão boa, aquela miragem que a gente era
A vida da gente é uma espera
Uma estrada de ida, única e sem cópia
E quem nunca se viu perdido
Nem de longe viu o melhor da vida
Porque todas aquelas estradas
Todas elas nos levavam pra lugar nenhum
Porém, aquela paisagem que se via em tempos idos
Era só um lugar sem nome
A graça da vida era aquela estrada enorme
Uma estrada sem nome, cujo nome era vida
Atalhos para outras vidas
Pra poder passar por elas
Fazer parte delas...e sair, ou não, deixando sempre o seu melhor...e assim ficar para sempre.
E quem não viveu assim
Viveu, sim...viveu, porém não leva nada pra contar...nem deixa.
A vida da gente tem dias assim, como esse
Em que a gente olha pro espelho e nem se reconhece
Em que a gente olha a velha estrada e segue
Persegue o seu caminho rumo ao nada
A gente se acostuma e segue e ruma
Sempre sob o complacente olhar de Deus...e até!
Pois, se a gente não leva fé
Não chega em lugar nenhum. "
Edson Ricardo Paiva.
Portas Invisíveis
Existem portas que não se veem, mas nos barram o caminho.
São muros feitos de olhares, de palavras que pesam mais que ferro.
Dizem o que podemos ser, julgam o jeito de andar, de falar, de sonhar. Erguem limites invisíveis, onde só deveria haver espaço para crescer.
Mas cada gesto de empatia, cada mão estendida, cada escuta sincera, rasga o véu das atitudes fechadas, e deixa entrar a luz da compreensão.
Não é a diferença que nos separa, éo preconceito que nos prende.Quebremos as barreiras atitudinais, para que todos possam caminhar livres.
Mas ali, no silêncio do meu arrependimento,
ouço passos de misericórdia se aproximando.
Não são passos de acusação,
mas de um Pastor que conhece cada ferida minha.
Ele não desvia o olhar da minha vergonha,
Ele a atravessa com amor.
E, com mãos marcadas por pregos,
não me aponta o dedo —
me ergue.
As lágrimas são expressões da alma, mas a fé é a linguagem do espírito.
As lágrimas mostram a dor, mas a fé mostra a confiança.
O choro revela fragilidade, mas a fé revela rendição.
A lágrima pede consolo, mas a fé move montanhas (Mt 17:20).
Há momentos em que o coração está tão ferido, tão cansado, que tudo o que conseguimos oferecer são lágrimas. E sim, Deus recolhe cada uma delas (Salmo 56:8). Ele é compassivo, conhece nossa dor e nos consola.
Mas quando falamos de mover os céus, de romper barreiras espirituais, de ver milagres e respostas, a Palavra é clara: é a fé que agrada a Deus.
Não é o desespero que convence o Pai, mas a confiança que deposita tudo n'Ele, mesmo sem ver.
Romanos 11:29 — “Porque os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis.”
Aqui está a verdade que sustenta nossa fé: o que Deus nos entregou não depende da vontade humana, mas do decreto soberano d’Ele. Se Ele te deu, é teu por direito em Cristo Jesus.
Salmo 149:6-9 mostra que o louvor é paralelo à espada na batalha.
Muitas vitórias são conquistadas antes mesmo da ação física, no campo espiritual.
Louvar é guerrear com confiança na vitória já decretada no Céu.
Há vidas que brilham tão forte,
Que a sombra não ousa tocar,
São corações que amam tanto,
Que a própria morte precisa esperar.
E o céu, que as conhece pelo nome, diz:
“Espere, morte… porque ainda há propósito em andamento. Ainda há feridas que essa alma vai curar, ainda há lágrimas que essa vida vai enxugar.”
Mãos que curam sem fazer alarde,
Olhos que enxergam além da dor,
São vasos tão cheios de graça,
Que transbordam o amor do Senhor.
São cartas vivas do céu,
Testemunhas do cuidado divino,
E enquanto houver um suspiro nelas,
Ainda haverá milagre e destino.
