Poemas Olavo Bilac sobre Patria
Quanto mais tempo fico nos Estados Unidos, mais nítida se torna, aos meus olhos, uma diferença crucial entre o Brasil de hoje e as nações civilizadas: é a completa ausência, no nosso país, de qualquer debate científico ou filosófico, pelo menos audível em público, ou mesmo de qualquer consciência, entre as classes alfabetizadas, de que esses debates existem em algum lugar do planeta.
Nunca tentei refutar alguma opinião, por mais estúpida que ela me parecesse à primeira vista, sem antes haver tentado argumentar em favor dela com todos os melhores recursos disponíveis. Não conheço, no Brasil, fora do estreito círculo dos meus alunos, um só opinador ou polemista capaz de tomar essa precaução.
Se você não é capaz de argumentar em favor de uma opinião com toda a seriedade, as objeções que você tenha a ela são apenas impressões subjetivas superficiais.
Aparentemente, não tenho alunos nem leitores: tenho seguidores, devotos, fiéis, militantes e cultores idolátricos. Todos iletrados e de baixíssimo QI. Ninguém discute as minhas idéias nem me cobra explicações. Ninguém ousa sequer fazer perguntas. Todo mundo recorta o que eu escrevo, gruda na parede, decora e recita antes de dormir para ver se ganha na loteria.
"Sofrer calúnias, injúrias, difamações, humilhações e injustiças é o que a Igreja chama 'o martírio do coração'. Agradeço àqueles que, me impondo esse sofrimento, me deram a oportunidade de oferecer algo a Deus pela salvação de tantas almas. Tudo o que escrevi e ensinei, sem esse sacrifício, vale pouco ou nada. Com ele, espero, começa a valer alguma coisa."
Quando eu defini a filosofia como a busca da unidade do conhecimento na unidade da consciência e vice-versa, em grande parte foi baseado na biografia do próprio Aristóteles.
"O cidadão precisa ter chegado à suprema perfeição da burrice para não entender, de maneira imediata, intuitiva e sem maiores explicações, que na frase 'A verdade não existe', a palavra 'existir' não significa absolutamente nada."
"O que se chama de filosofia em muitas universidades, especialmente no Brasil, é a convicção de que não existe realidade nenhuma e tudo é construído pela linguagem. [...]
A sofística, com o nome de 'desconstrucionismo', é o que hoje ostenta nos documentos oficiais o nome da sua velha inimiga, a filosofia."
"Um evolucionismo conseqüente teria de explicar-se a si mesmo como etapa da evolução, mas para isso seria forçado a abdicar da pretensão de veracidade literal e consentir em ser apenas mais um símbolo provisório depois de tantos, sujeito, como todos eles, a converter-se no seu contrário mais dia menos dia."
"O ideal da ciência como conhecimento universal apodíctico é ao mesmo tempo uma miragem inalcançável e o princípio efetivo que dá estrutura e validade ao esforço científico."
Tanto o evolucionismo quanto o criacionismo são mitos, isto é, narrativas analógicas, insinuações finitas de um conteúdo infinito, separadas do seu sentido por um hiato tão imensurável quanto esse mesmo sentido.
O conhecimento da verdade, no seu sentido pleno, material e formal ao mesmo tempo, é um privilégio da consciência individual humana. Pode ser repassada de um indivíduo a outros, mas cada um tem de fazer por si mesmo o esforço de apreendê-la. Não existe verdade comunitária.
Um aluno isolado pode compreender a explicação que escapa totalmente ao resto da classe, mas é impossível que a classe como um todo apreenda algo que nenhum dos seus membros entendeu individualmente.
A tensão entre a independência individual e a participação numa comunidade de inteligências afins é um dos traços mais constantes da História ocidental. [...]
O equilíbrio dinâmico esboroa-se, porém, quando a atividade intelectual e criativa se padroniza ao ponto de identificar-se com a participação numa determinada categoria profissional.
Só o apego irredutível à liberdade da consciência individual, contra todo compromisso deformante, liga um ser humano à fonte da experiência viva de onde nasce toda grande literatura, toda grande arte, todo grande pensamento.
Mostrar respeito a quem não o merece é aviltar a dignidade humana. Mas, no Brasil, é a primeira das obrigações cívicas.
A envergadura de um livro não se mede jamais pelo gigantismo do seu tema, mas, ao contrário, pela destreza com que seu autor chega a verdades essenciais pelo exame de detalhes concretos...
A tentação dos temas vastos e abstratos revela amadorismo, despreparo, presunção juvenil e esterilidade. Nada do que se vem publicando com esse espírito sobreviverá na memória das próximas gerações, por mais que seus autores se badalem uns aos outros até o limite da demência megalômana...
Só um amor ilimitado ao bem nos dá a força de olhar o mal com a frieza necessária para combatê-lo eficazmente. Se você ainda fica chocado com o mal, é porque resta no seu coração uma esperançazinha de que ele se torne bom.
"George Steiner observa que poucos seres humanos são tão abertos à tentação da violência, da crueldade e do totalitarismo quanto aqueles que vivem protegidos no ambiente artificial e burocratizado das universidades, incapazes de imaginar a 'vida real' senão como inversão truculenta de uma paz que receberam sem esforço."
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