Poemas Olavo Bilac sobre Patria
Muitos escritos filosóficos são de alto valor literário, mas nem sempre os grandes filósofos são também grandes escritores. Não cabe comparar os voos poéticos de Platão com os rascunhos compactos de Aristóteles, a elegância e a graça de Leibniz com as desesperadoras circunvoluções verbais de Schelling ou a limpidez cristalina de Louis Lavelle com a complexa engenharia lógica de Edmund Husserl.
A base de TODA formação cultural é o domínio estético da linguagem. Você pode ler milhares de livros de sociologia, economia, filosofia, política, teologia e ciências naturais. Sem uma extensa CULTURA LITERÁRIA -- ficção, poesia, teatro, ensaios --, você continuará sempre um selvagem enfeitado.
Marxismo, pragmatismo, nietzscheanismo e freudismo nada nos dizem a respeito da realidade, mas tudo a respeito da mentalidade de seus adeptos. São os quatro pilares do barbarismo contemporâneo.
Reconhecemos uma paixão pela facilidade com que, por ela, nos privamos do resto. Ubi amatur, non laboratur. Aut si laboratur, labor amatur.
Há anos eu descobri que isto é um princípio: jamais aceite explicações sociológicas quando elas estão ali para substituir a verdadeira explicação histórica, que é a narrativa real do que aconteceu, efetivamente como se passou.
Em história, quando você tem de apelar para explicações sociológicas, é porque você não tem a narrativa histórica certa. A explicação sociológica é meramente hipotética.
Ortega y Gasset dizia que as únicas idéias que valem são as idéias dos náufragos: na hora em que um sujeito está se afogando, agarrado a uma tora de madeira para não morrer, as coisas nas quais ele ainda acredita nesse momento são sérias para ele; o resto é brincadeira, superficialidade. Nós temos de buscar na filosofia essa mesma seriedade total, porque é ela que vai nos dar o critério do certo e do errado, do verdadeiro e do falso.
Conclusão de meio século de estudos de História: as teorias têm mais efeitos práticos do que qualquer idéia prática. Só que os porras dos homens práticos não sabem disso.
Sou católico há 68 anos (com intervalos de indiferença) e, depois de tudo o que aprendi a respeito, embora saiba defender perfeitamente o catolicismo contra a militância ateística e contra os inimigos do cristianismo em geral não me considero qualificado para defendê-lo com argumentos teológicos adequados numa polêmica com protestantes. Prefiro deixar isso para quando eu estiver mais crescidinho, e sugiro que meus alunos façam o mesmo.
"O antipetismo e mesmo o anticomunismo são apenas desenvolvimentos laterais do meu trabalho, cujo objetivo essencial é a formação de INTELECTUAIS CAPAZES E HONESTOS. Se, em nome do antipetismo e do anticomunismo, devo sacrificar o objetivo essencial, consentindo em endossar lendas urbanas em lugar dos fatos e da honradez intelectual, toda a minha obra e a minha vida se tornam automaticamente desprovidas de sentido. Quem me exige isso não é, decerto, meu amigo."
Se ferir brutalmente os sentimentos dos cristãos fosse crime -- como hoje em dia é crime incomodar um pouquinho os membros de qualquer grupo minoritário queridinho das esquerdas --, todos os jornalistas estariam na cadeia junto com um monte de professores universitários.
Se o cristianismo fosse apenas uma doutrina, não haveria problema em reinterpretá-lo mil vezes até que se transformasse, como ocorreu com o marxismo, até mesmo no seu oposto dialético.
Mas a Ressurreição de Cristo é um fato único e imutável, de modo que, para mudar o sentido da fé cristã que esse fato determina, será preciso esperar pela ressurreição do Leonardo Boff.
Minha sorte foi não ser professor universitário. Se fosse, teria sido tentado a iniciar um combate cultural pela expressão oral pura e simples, em vez de escrever livros primeiro. E teria só levado porrada sem conseguir persuadir ninguém. O livro ainda é e será sempre o instrumento maior nesse tipo de confronto. Principalmente se não é livro de mera polêmica jornalística, mas tem um valor cultural por si próprio.
Um método é um conjunto de proposições auto-evidentes (ou provadas com base nelas) que delimitam um objeto e os meios de conhecê-lo. O bom método não define o seu objeto, mas recebe essa definição de uma prévia descrição fenomenológica.
A religião existe para revelar aos homens um OUTRO mundo, infinitamente maior e mais real do que este. A moral existe apenas para ensiná-los a comportar-se bem NESTE mundo pequeno e transitório. Desde que Kant inverteu as proporções, fazendo da moral a base da religião em vez do oposto, aconteceu o inevitável: as pessoas não só passaram a pensar exclusivamente neste mundo, mas a acreditar que só ele existe.
Responder com explicações polidas a rotulações extemporâneas, calculadas para embolar a discussão, é coisa de trouxa, evidentemente. Mas até para xingar é preciso alguma engenharia, para não cair na mera expressão impotente de uma reação emocional. Todos os meus palavrões são antecipadamente pesados na balança da estilística e da semântica.
A burrice pomposa não mede esforços e não tem escrúpulos nas suas tentativas de liquidar qualquer sinal de inteligência, que pela sua mera presença é para ela uma humilhação intolerável.
"Nada revela mais a vulgaridade de uma mente do que o assanhamento por místicas orientais acompanhado de uma sobranceira ignorância do cristianismo. Infelizmente isso é endêmico."
Desde o início da minha aventura de estudioso, estou persuadido de que a sabedoria – ideal a um tempo móvel e derradeiro da filosofia – não consiste em verdades gerais cristalizadas em formulas doutrinais repetíveis, mas na apreensão do sentido universal das situações particulares, únicas e concretas vividas pelos seres humanos reais.
Um professor tem de concentrar-se de tal modo no OBJETO da sua exposição, que não precise nem possa pensar na impressão que está dando à platéia. Um professor não é um pregador em busca de conversões, nem um ator empenhado em produzir emoções, nem um advogado ansioso para obter uma sentença favorável.
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