Poemas Nordestinos
Fazenda.
A fazenda é um lugar
pra quem gosta de viver
espera a chuva vir molhar
olhar pro céu e agradecer
quem nasceu pra trabalhar
vai plantar e vai colher.
A Força do Nordeste.
Essa é a terra que me sustenta
da flor da palma a flor de lis
da seca que me arrebenta
da chuva que me faz feliz
o nordeste é quem representa
a parte forte deste país.
Vida no interior.
Lugar assim me satisfaz
tem vida de qualidade
todo aquele que é capaz
de buscar tranquilidade
todo ser que planta paz
só vai colher felicidade.
Ir à luta.
Não pare pra lamentar
fale menos que escuta
nunca deixe de estudar
que o futuro é uma disputa
quem tem sonho pra buscar
se levanta e vai à luta.
"Serra seca,
Serra molhada,
Serra avistada, pelo coração do cangaço.
Serra trabalhada, no suor do mormaço.
Serra inquieta, com suas terras pulsantes.
Aguardando a chegada da água da vida.
Oh serra querida, calmamente espera.
Seu ciclo de vida!" - Adriana Assali
💜💙💜
DEIXE-A CAIR!
– Mamãe, você está chorando?
Mesmo disfarçando ela percebeu. De mãos dadas na porta de saída do restaurante, observávamos a chuva que havia iniciado e nos impedia de seguir.
– Sim, meu amor, mamãe está ficando velha e boba e se emocionou com a chuva. – Reparei então, pelo seu semblante, que não havia entendido bem a minha resposta. Continuei: – Chuva é riqueza para nosso povo tão pobre de água.
– Mamãe, mas estamos sem guarda chuva. Como chegaremos até o carro? Está bem forte. – Alertou a minha pequena, sempre tão prática e racional, e naquele momento também preocupada com o horário do prometido cinema.
– Não se preocupe, filhinha. Para a chuva, temos todo o tempo do mundo. Deixe-a cair! O Sertão está com tanta sede… E vê-la assim, tão densa, é bem melhor do que qualquer filme, tenha certeza.
Nesse momento, ajoelhei para ficar da sua altura. Eu poderia ter só me abaixado, é verdade, mas era de joelhos que todo o meu Ser queria estar naquela hora.
Na perspectiva visual da minha menina, pude observar ao longe um grupo de jovens em algazarra tomando banho na chuvarada, gritando, cantando, dançando e pulando poças. Nos edifícios, várias pessoas debruçadas nas janelas, sorrindo e observando a água cair. Os carros passando, vagarosamente, vidros entreabertos e os “caronas” com as mãos para fora (pelo jeito buscando sentir as grossas gotas ao encontro da própria pele).
Um senhor que passava ali portava um guarda chuva fechado (e não parecia ter a intenção de abri-lo), e o vi pedir muito sorridente um “saquinho plástico” ao garçom do restaurante que estávamos, decerto para proteger o celular enquanto enfrentasse o aguaceiro. Cada um demonstrando a sua emoção de um jeito diferente.
Continuamos ali paradas por mais alguns minutos, abraçadas, nos deliciando com o cheiro, o som e a visão daquele precioso evento, que alegrou sobremaneira o nosso domingo.
Retrato de uma flor
Tão delicada era, que muitos julgavam ser feita de porcelana. Finos traços faziam dela única. Exoticamente bela simples era ela. Parecia pintada a mão, feita por um hábil artesão. Se dela fosse tirada uma fotografia, muitos diriam que aquela pequena rosa, era frágil, e só podia ter brotado na mais bem cuidada estufa. Mas só bastava, que o fotógrafo desse uns passos para traz, e capturasse o cenário no qual crescera a ternura. E todos se espantariam. Como é possível tão bela flor no sertão?
Lugar onde a felicidade se esconde
Lugar onde o que você procura
Há de encontrar
Lugar que antes um cerrado
Numa cidade viera se transformar
Lugar de gente bonita e cultura invicta
Lugar de mineiro do queijo e
Gaúcho do chimarrão...
Tu és Chapada Gaúcha...
Cidade no meio do sertão.
CADÊ VOCÊ.
Te esperei na primavera
prá regar minha plantação
já se foi outra quimera
não ouvi um só trovão
e a chuva quem me dera
dê um banho nessa fera
que maltrata o meu sertão.
Em um lugar esquecido com secas cíclicas no interior do nordeste
Uma população desesperada esperando um cabra da peste
Que irá salva-los da carência e da fome
Antônio conselheiro foi esse “home”
Fundando o arraial de canudos no interior da Bahia
Pobres miseráveis, ex-escravos e fanáticos religiosos ai vivia
Uma comunidade pacata vivendo com as próprias leis
Sem pagar impostos irritando os burguês
Após uma madeira não entregue começou os combate
Matando 150 sertanejos, foi mais um abate
Elite de Juazeiro se sentia ofendida
Com aquela gente pobre tendo uma boa vida
Considerando uma afronta atacaram canudos
Que tiveram 3 vitórias o que não deixou os jornais mudos
Fanáticos Monarquistas querem acabar com a republica
Querendo aplicar sua própria doutrina bíblica
Após pedidos do povo acionaram o poder federal
Euclides cunha jornalista atual, foi documentar os fatos
Testemunhou um massacre, todos foram aniquilados
Após essa desilusão escreveu um livro contando essa tragédia do sertão
Os Sertões foi o nome da obra que tocou milhões
Até hoje essa calamidade toca nossos corações
Esse final triste ainda choca
A revolta de canudos ficou pra história
No Ceará leva na caixola
O Humor no coração
Nascem com ele pronto
Isso é fato da região
Tem Chico Anysio!
Tom Cavalcante!
Tudo cria do sertão.
Vizinhos: Música country na casa ao lado
Já passava da meia noite
As botas batiam as solas no chão
O som do banjo soou alto
Um chapéu voou rumo ao sertão
Com seu cinto afivelado
O vizinho não pôde se conter
Ergueu logo seu laço
E seu quadril começou a remexer
garimpo
entre cascalhos pouca a suavidade
passei pela idade e por ela os sonetos
eu os explorei os coloridos e os pretos
fados, todos de amor, e de verdade
e pelas gavetas sonhos ali secretos
cada qual nas prateleiras, dificuldade
suspiros, cometas, e tal multiplicidade
eu só queria estrelas, e sólidos tetos
o meu poetar é engatilhado, infinidade
e nesta esgrima, rima, ares inquietos
e os meus paradeiros, olhares eretos
das fissuras dos desvalidos, a metade
vasculho os sentimentos e quem diria
dos devaneios, garimpei a ousadia...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
22/09/2019
Guaianases, São Paulo, SP
Eita saudade estranha, que fere, que arranha, mas que desaparece como se nenhuma saudade tivesse.
Eita desejo sem rumo a procura de um norte, mas indo pro leste tentando encontrar o sertão do Nordeste.
Eita confusão danada, ora malvada que a mente enlouquece e em minutos desaparece.
Eita sabor do seu beijo que ainda imploro se saudade tivesse no sertão do Nordeste que confusão danada.
Eita!
Sentado á mesa, de frente para um prato de fava com farinha, minha tia me olha e diz: O menino come de tudo! e eu à respondo: Mas tia se eu for escolher eu vou ficar com fome!
Meu sertão.
Falta!
A família brasileira
cada vez mais esquecida
sem nada na prateleira
não encontro uma saída
não tem água na torneira
no prato sobra poeira
e na mesa falta comida!
verde da cor.
Arde no peito essa chama
por este sol abrasador
do sertanejo que clama
a Jesus nosso Senhor
que bote fim nesse drama
e mande o verde da grama
que sossega a nossa dor.
sertanejo.
Que um dia Deus permita
que a chuva reapareça
que a terra fique bonita
que o verde dela floresça
e que essa dor infinita
que o sertanejo acredita
que ela enfim desapareça.
Meu chão!
É com a enxada que puxo
a semente pra esse chão
não trabalho pra ter luxo
basta o dinheiro do pão
tenho a terra que repuxo
boto a comida no bucho
e agradeço ao meu sertão.
Fé em Deus.
Hoje amanheceu chovendo
Aqui na minha cidade
Agradeço ao meu Senhor
Tamanha felicidade
Se você pedir e crer
Ele vai te atender
Vai cair chuva a vontade
Eu creio que o nosso Deus
Ouve as nossas orações
Nesses dias eu vou ver
Os relâmpagos e trovões
Obrigada Senhor Deus
Que não esquece os seus
E ouve nossas petições.
