Poemas Nao quero dizer Adeus

A sabedoria tem os seus excessos e não é menos necessário moderá-la do que à loucura.

Não há quem seja mais desprezível do que aquele que cobiça, pois até a sua alma vende.

Não é um notável talento o que se exige para assegurar o êxito em qualquer empreendimento, mas sim um firme propósito.

O amor tem a virtude, não apenas de desnudar dois amantes um em face do outro, mas também cada um deles diante de si próprio.

Chorarmos por daqui a cem anos não estarmos vivos é loucura semelhante à de chorarmos por não termos vivido há cem anos.

O coração de uma mulher galante é uma rosa da qual cada amante tira uma folha; não tarda que ao marido fiquem apenas os espinhos.

Não ficou para trás o momento de ser feliz. Pense no agora, no hoje e aja. As suas oportunidades estão aí, à vista. Saia à luta, hoje é o seu melhor dia. Aproveite-o. A lagarta não faz mais do que a obrigação ao querer ser borboleta.

O conceito de inimigo não é completamente certo e claro, a não ser que o inimigo esteja separado de nós por uma barreira de fogo.

O homem mais miserável, mesmo que julgue não mais amar, conserva ainda o poder de amar.

O fato de continuarmos a pensar que uma determinada coisa não é errada dá-nos uma aparência superficial de estarmos certos.

O tempo que passa não passa depressa. O que passa depressa é o tempo que passou.

A necessidade, a natureza e a história não são mais do que instrumentos da revelação do Espírito.

Não há menos tormento no governo de uma família do que no de um Estado inteiro.

Um ditador não passa de uma ficção. Na verdade, o seu poder dissemina-se entre numerosos subditadores anónimos e irresponsáveis cuja tirania e corrupção não tardam a tornar-se insuportáveis.

O mal que fazemos não suscita tanto a perseguição e o ódio como as nossas boas qualidades.

A gratidão, como o leite, azeda, caso o vaso que a contém não esteja escrupulosamente limpo.

Normalmente, são tão poucas as diferenças de homem para homem que não há motivo nenhum para sermos vaidosos.

Quando tiramos a vida aos homens, não sabemos, nem o que lhes tiramos, nem o que lhes damos.

O prazer que um objeto nos proporciona não se encontra no próprio objeto. A imaginação embeleza-o, cercando-o e quase o irradiando com imagens estimadas. Em suma, no objeto amamos aquilo que nós mesmos colocamos nele.

A calúnia é como uma vespa que o importuna e contra a qual não se deve fazer qualquer movimento, a não ser que se tenha a certeza de a matar.