Poemas me Ame no Silencio
Se em coisas banais repousar o meu silêncio, ali viverei.
A luz já não precisa ser branca, luminosa, transparente, não tem que provocar nada, não necessita de aprovação.
A luz é só luz de novo, intimista, queimada de amarelo, uma teoria antiquíssima, um trajeto percorrido repousando numa clareira. Entre o ser e o estar, o que existe, entre a onda e a partícula, a incandescência.
Um repouso trabalhado, desejado, esperado por milênios, uma torre alta e o vento que nos rouba o ar. Os feixes de realidade decompostos em manchetes criminosas que aquecem os sonhos das fachadas cinzas, de homens raquíticos e empoeirados.
Onde tudo é verde a força é natural e despreparada, a luz é filtrada, e o canto dos pássaros nos distrai..
No gélido silencio de uma madrugada comum, vejo-me sozinho em fantasias que pouco a pouco me aproxima da realidade.
Eu olho pela janela, e sinto a noite invadir o quarto, e a contemplo como um bicho acuado diante da imensidão de um céu iluminado,
O medo de estar sozinho se esvairia pelo corredor, dando espaço a ondas de reflexões intensas,
Deparo-me diante de meu reflexo espelhado na mente, e as duvidas me consomem, mas a cada pergunta uma suposta verdade é revelada...
Meu córtex está aquecido, e em décimos de segundos é produzido um novo pensamento, juntamente com a necessidade de expô-los eu contento-me com este silêncio agonizante. ’’
‘’Mas a contradição está presente, pois este silêncio possui uma dualidade com o bem estar, nele eu me encontro... E me perco.
Até parece uma brincadeira, mas assim do nada sou criança, frágil, confusa, tenho medo, dramático...
A dramatização e a melancolia me presenteiam com os desabafos, às vezes chato de se ouvir, cansativo aos olhos de se ler, mas verdadeiro em sua essência...
Eu passo o dia em silencio
O relógio olha e debocha
Passando as horas vagarosamente
Enrolando e vendo meu desespero
Qualquer atividade simples
Que era antes rapida
Agora é uma eternidade
Parece que foi assim
Como quem é nocauteado
E fica desnorteado, sem direção
Não culpo mais o tempo
Afinal é tudo culpa de um espaço
Imperceptível e não comunicado
Não te culpo
Vivo 21 anos comigo e já não me aguento mais
Entendo perfeitamente!
O silencio propaga-se
estremece na quietude
o prazer de estar vivo
sentindo o desconforto
do confronto
beirando
rondando
procurando
propagar ruidosos
cânticos de caos.
20190213
os dias partiram
mas não sem nenhum significado
no silêncio delas,
expectativas que não são ocas.
Todos lugares são apenas uma jornada.
Era para continuar...
ter lutado, ser maior, mas as notas do destino
é tênue e frágil ao coração.Adeus!
frívola, vaidosa e passageira;
Eis aí, a beleza do existir.
Adeus!
O que fazer?
O que fazer quando na abundância das palavras há o silêncio?
O que fazer quando num mar de gente há solidão?
O que fazer quando se está inundando em sentimentos?
O que fazer quando não se acha mais solução?
Olhar para dentro de si e sentir medo de quem possa encontrar...
Ver que em todos esses anos não conseguiu o alvo alcançar...
Sentir o fracasso lhe pesar nas costas como um elefante...
E que por mais que tente o certo seu erro sempre será gigante..
O que fazer quando a resposta não for satisfatória?
O que fazer quando não se sabe onde procurar?
O que fazer quando és sabotado por sua memória?
O que fazer quando a dor insiste em perdurar?
Olhar pra dentro de si e sentir mais compaixão!
Ver que em todos esses anos se aprendeu uma lição!
Nem sempre teremos todas as respostas e está tudo bem!
Saber que pra cada momento podemos contar com alguém!
🍂
Dentro da tarde,
No crepúsculo do sol
à escuta e a pausa
Nos levando ao silêncio
-
A experiência interior
em tempos barulhentos
chegou, sentou
e ouviu.
Batizou-me Solidão
Aquela que ao silenciar de tudo e todos
fala, grita, urra
O silêncio que preserva com tanto zelo
valioso é
Tal tesouro assemelhou a mim
De tudo que sou
me resumiu:
Espírito dum riacho
preso ao serpentear dentre a floresta
calmo e sutil
minha sonoridade de águas cristalinas à vazar sobre o solo
folhas, raízes, pedras
Quietude
tão silenciosa
tal silencio cuja a solidão é a única a proporcionar
Fez-me companhia
porém sou solidão
Fez de mim controvérsia
dilema
Porém preciosa
tamanha raridade que me engrandeço e sorrio
só
Desde a nascente
até o encontro
onde me perco
pois sou
solidão
Sabrina
espírito dum riacho
presa ao próprio serpentear
Infinito surgir
Para sempre se acabar, sumir
deixar de existir.
VERSO ...
Instante vazio. Um silêncio carrancudo
E a inquietação ativada no sentimento
Tudo é parado, nem mesmo o vento
Cochicha na mansidão, está tão mudo
Eu fico a versar, em um rogo agudo
Vejo, solitário, o vão do pensamento
Que em tal momento é tão sedento
Tão inútil e, que no engano me rudo
Ó divindade desta razão tão bonita
Que dá relevo ao agrado e, acredita
Na consolação das solidões tortas
Cede-me a poética e distinta calma
Para que, no soneto traga pra alma
Fôlego, e não quietas horas mortas...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
06/03/2021, 10’10” – Triângulo Mineiro
Reserve sempre um tempo e contemple o silêncio
É forte como correnteza
Suave como essência
Luz que ilumina a consciência .
Grande é a dor que eu preciso sentir
Pra gerar algo produtivo em mim..
São noites sem dormir peito a apertar
Não dar pra viver assim
Assim não quero ficar.
Em cada dor sai uma poesia
Em cada verso uma canção
Alguém pode achar que sou fria
Mas dentro de mim existe um vulcão.
Pronto ele estar pra explodir
Entrar em erupção
Se acontecer será meu fim..
Rastro de mim restará? NÃO
Preso as correntes da culpa...
Dementado pelos meus erros...
Eu devaneio pelo sabor dos teus beijos...
Sigo sentido uma dor distante...
Sigo em silêncio constante!
Discutir sem conhecimento de causa, é o mesmo que procurar motivos para se exaltar e ter sua ira inflamada sem motivos.
A outra pessoa também poderá ser isenta de tal conhecimento, e se são dois despreparados para falar sobre o que ignoram, e isto for percebido entre eles, estes se sentirão donos desta razão, mesmo sem tê-la.
É neste momento que seu silencio valerá mais que ouro.
(Teorilang)
Nós não temos a mínima obrigação de dizer e nem afirmar nada a ninguém.
Porém se foi dito, você se tornará refém das consequências desta ação.
Pense e repense muito antes de proferir o que quer que seja, pois o silencio poderá te proporcionar momentos mágicos e insuperáveis de felicidades,
além de aguçar sua sabedoria.
(Teorilang)
DEVANEIOS
Ó caro silêncio, por que se fazes presente aqui?
Quem lhe chamou? Quem o convidou?
Submerso estou nas águas mais profundas de um imenso oceano.
E quem se faz presente? Você, ó silêncio.
Poderei um dia ouvir o som das águas agitadas e das bolhas de oxigênio estourando na superfície?
Me deixe sair, me deixe sentir.
Não seja egoísta querendo tudo pra si!
Me deixe em paz mas não me deixe.
Tu sabes, ó silêncio, que és rude, mas ao mesmo tempo, ironicamente, tu és, ó silêncio, meu companheiro.
Meu isolante, aquele que me faz pensar no oceano mesmo sem ouvi-lo.
Obrigada, caro silêncio, por me permitir refletir. Isso e somente isso, é pelo que serei grata.
Agora me deixe sair e tentar.
Não me deixe com esses devaneios excessivos, pois tu sabes que os tenho.
Me deixe silêncio, e só volte quando eu mandar.
Digamos que...estou azeda,
Remeto-me ao silêncio que me ensurdece mas que não estorva com o enorme estrondo que em mim provoca - já não há palavras.
Que mundo estranho é este em que vivemos!
