Poemas e Poesias
TEM QUE SER ASSIM?
já cansei!
já cansei!
Quanto custa o amor? Onde comprar?
Em que mercado o posso encontrar?
Se não, quem pode, pra mim, fabricar?
Já cansei de investigar. . .
Em que loja posso achar um querer?
Quem pode, por caridade, vender
Tal virtude, tal bem, esse prazer?
Já cansei de buscá-lo. . .
E alegria? Como hei de conseguir?
Que arquiteto há de, dela, me cobrir?
Que feitiço fá-la sempre sumir?
Já cansei de almejá-la. . .
Quem pode, a paz, ao meu peito transpor?
Que súplicas devo orar, por favor?
Que preço pagar e granjear amor?
Já cansei de pesquisar. . . já cansei!
Amor, querer, alegria e paz;
Meios de consumo que não têm mais.
Jóias raras -- saíram de cartaz!
Já cansei de procurar...
já cansei!
já cansei!
TODOS AMAM AS CORES
Muitos gostam do vermelho, a cor da vida;
Da chama ardente, que corações balança.
Muitos gostam da cor verde da esperança;
Da ramagem donde brota a flor querida.
Muitos escolhem o azul do céu sereno,
Que refresca os olhos e acalenta as almas.
Muitos preferem o branco das nuvens calmas;
Da paz tão rogada no globo terreno.
Preferências variam, pelas mil cores,
Revelando os mais diferentes valores
De tons, que reflete o arco-íris composto.
Só uma questão se faz no mundo aquarela:
- Afinal. . . o que seria do amarelo,
Se todo indivíduo tivesse bom gosto?!
PENÚLTIMA ORAÇÃO
Salve, minha Rainha, onde quer que estejas!...
Minha Rainha antiga, de um reinado antigo,
De um sonho deslumbrante que eu vivi contigo!
Quando naquela véspera, sob as cerejas,
Qual anjo enfurecido tu alçaste voo,
Desmoronaste o templo. . . mas eu te perdoo!
Perdoo pois pressinto que ainda voltarás,
Pois nosso amor foi grande, foi belo, foi puro,
Foi algo que não morre, não se esvai no escuro.
Não sei por onde andas, nem sei como estás,
Mas sei que sentirás toda a palpitação
Que sai deste lamento em forma de oração:
Não quero ser o elétrico azul celeste
A coroar planícies de um futuro bem.
Bastava ser um ponto, pra não ser ninguém!
Não quero ser a noite, que as angústias veste,
Ou mesmo a madrugada que lhes dá guarida.
Bastava ser um instante dentro em tua vida!
Não quero ser o banzo, ou mesmo a nostalgia,
Martirizando a fonte da felicidade.
Bastava ser um leve sopro de saudade!
Não quero a pretensão de ser pura alegria
Exposta em gargalhadas, mas de ser, no entanto,
Sorriso refletido no teu rosto em pranto!
SE EU MORRESSE AMANHÃ
Quantas vezes alguém perece em vida
Sofrendo a angústia de um amor desfeito!
E muito embora a dor lhe aperte o peito,
Consola-se na lágrima vertida.
E cerra os olhos (lembrança sentida).
Rememora o passado, satisfeito
De carregar um coração estreito,
Porém saudoso da paixão perdida.
Por isso é que eu me enlaço na paixão.
Por isso é que eu creio na salvação
Da alma, pelo amor que se perdeu.
Porque quem vive sem paixão. . . não vive!
Quem a domina. . . só metade vive!
Quem por ela morre. . . ao menos viveu!
TEMPO SEM TEMPO
Três meses passam... mas não passa a nostalgia.
Três meses passam... vai crescendo dia a dia
Uma revolta... uma saudade... uma esperança...
Três meses passam... e esta espera me atordoa.
Três meses passam... e a cidade me magoa
Com o mesmo chão... mesma rotina... igual lembrança...
Três meses passam pelo tempo e vão passando...
Três meses passam... e um de nós dois vai ficando
Sem mais revolta... com saudade... com esperança...
Três meses passam... três estágios da partida.
Três meses passam... fica apenas a sentida
Dor do tempo. Dor da espera. Dor da privança.
Três meses chegam... a alegria quase vem.
Três meses chegam... e um de nós agora sem
Uma revolta e uma saudade... só esperança...
Um ano passa... pouco tempo vida nessa.
Um ano passa... passará muito depressa
Com um ficando com coragem e confiança.
Três meses passam... passa tudo e nada volta.
Três meses chegam... despedida da revolta.
Tempo sem tempo... sem surpresas... sem mudança...
Um ano passa... passa a prova da saudade.
Ano de amor... ano de busca... de amizade...
Tempo de dar... de ter... de amar... sempre a esperança!...
Canto maior
Eu sou como gente-chuva
Cai, levanta, gira, sofre
E corre para o mar.
Aprendi
Que o meu espaço
Sou eu mesmo que o faço
Para eu poder viver.
Eu sou como gente-fogo
Vai, enfrenta, briga, alastra,
E foge para o ar.
Quero a dor da gente
Dor que o povo sente
Volto a gritar ferir.
Não me faça um estandarte
Ponto e vírgula
Esta arte
Pode acontecer.
No meu cordão
Em meu refrão
Não há lugar incerto.
Livro: Travessia de Gente Grande
Ademir Hamú
Lembra que houve um tempo
em que era tudo imaginação?
E agora é real.
Imagine.
Quantas coisas lindas
começamos a tornar reais
no momento em que as ousamos
imaginar.
Às vezes é preciso fugir da onda
Seguir sem olhar pra trás
Ali, depois da marola
Tem areia fofa em terra firme
É preciso deixar a maré baixar
É preciso se sentir seguro
Para conseguir entrar e mergulhar de cabeça
Chorar não resolve, falar pouco é uma virtude, aprender a
se colocar em primeiro lugar não é egoísmo. Qualquer
escolha é seguida por alguma consequência, vontades
passageiras não valem a pena, quem faz uma vez, não
faz duas necessariamente, mas quem faz dez, com
certeza faz onze. Perdoar é fácil, esquecer é quase
impossível. Quem te merece não te faz chorar, quem
gosta cuida, o que está no passado tem motivos para não
fazer parte do seu presente, não é preciso perder para
aprender a dar valor, não precisa mudar para conquistar e
os amigos ainda é possível contar nos dedos.
você percebe o que vale a pena, o que se
deve guardar pro resto da vida, e o que nunca deveria ter
entrado nela. Não tem como esconder a verdade, nem
tem como enterrar o passado, o tempo sempre vai ser o
melhor remédio, mas seus resultados nem sempre são
imediatos. Simplesmente dê tempo ao tempo.
O PORQUÊ DO VOO
Vejo-me voando, teto alto
acima das nuvens pardas
e dos velhos sentimentos
mas percebo nos voos de meu ânimo
a degeneração, o peso das asas.
Ainda assim, sigo decolando
arremetendo-me no abismo
de meus intentos por quem
sempre arrebatou meus sonos.
Não obstante, sinto-me brando
no espaço vago, finjo-me quedo
a mente flutua em ar fresco
resfriando os frenesis inúteis.
Imagino-me planando, guiado
por uma águia, ave invejada
altiva que orienta-me o descortino
a alguém que tenho como fito.
Mesmo que não esteja por perto
ou no além do amanhã, no imponderável
que pode ser a plena existência ou o nada
o nada exterminador dos sentidos
que ainda me habitam, antes do fim.
São estes sentidos que me transmitem
a certeza, de que, diante do depois
nesta viajem paradoxal, nada dar-se-á
pois quem almejo, lá não estará
e se este for o destino que pressinto
estará longe de ser meu desiderato.
A PROCURA
Ensaiei muitas formas amorosas
Conspirei, feri meus sentimentos
Tramei, tentei quase tudo, sonhei
Amores, paixões, lamentos, não sei.
Mas a ânsia na busca só exaure
Arranha a alma, lanceta o corpo
Faz crispar as mãos e caleja a pele
Amalgamando na mente, dor e sabor.
Não obstante a índole, ela branda reage
E já sem tempo, maturo-me, aprendo
Que a paixão só instiga e a amizade é confidente
Só a alma amiga é o amor consequente.
O poeta pega palavras
E as vai entrelaçando...
Ele costura, alinhava,
Faz ajustes...
Nada além disso é o poeta,
Apenas um artesão.
O escolho dele é fazer
De algo tão fluido...
Um objeto quase matéria.
Sinto saudade de sei abraço
Dos seus doces beijos
Do seu cheiro
De você por inteiro
Sabe quando o peito aperta
O coração se sente triste
E a saudade só aumenta
É assim que fico
quando estou longe de você
- Sheila Tinfel
a arte de amar
A arte de amar e um mistério que por hora surpreende
E nos remete ao confundível ato do saber...
Mas: 💘💞
Amar-te -ei seus frágeis temores, bem quando estiver segura
No vale por hora sensível, e quando estiver nas alturas
Pois como posso amar-te tanto, mesmo longe sem tocá-la;
Amar-te o jeito leoa, bem como a gatinha manhosa
Amar-te a boca tão linda, mesmo sem poder beijá-la
E mesmo por entre espinhos sentir o perfume da rosa.
Amar-te as curvas do corpo, sem poder acaricia-la
Amar-te-ei eternamente, linda, meiga e carinhosa...
Amar sua inteligência, amar o seu nada saber
A decisão corajosa, bem quando O medo te preocupa.
Amar a postura tão sabia, amar o seu jeito menina.
Como posso amar-te a alma, e no seu corpo me perder
Amar o vazio da ausência, lugar que a saudade ocupa...
Amar-te-ei quando séria, e no sorriso que me fascina.
E assim sendo, amar-te-ei quando a saudade aperta
E o coração geme como sem uma direção Certa
Amar-te-ei em mim mesmo como se solta no ar.
Na lembrança do seus lábios amar-te-ei sem temores
Seu corpo nu estonteante, seus encantos seus sabores
Me perder em suas curvas, qual barquinho em pleno mar.
Silvano Silva R
Aceitei que nem sempre as coisas acontecem
como vinha esperando...
Uma hora ou outra aparece alguma dificuldade
Mas não vai adiantar ficar me lamentando
Melhor dar um jeito e resolver antes que seja tarde
Aprendi que, na vida, vou passar por
momentos bons e maus
E que viver é dançar conforme o caos
Noites acordadas
Memórias recordadas
Lembro sempre na madrugada
Dos momentos com a minha amada
Em meus sonhos estás presente
Mesmo após ter ido embora
Não consigo te esquecer
por mais que eu tente
Em meu coração você ainda mora
Quando te encontrei,
O preto e branco dos meus sentimentos ganhou cor
Você foi o primeiro oceano no qual naveguei,
Meu primeiro amor
Inexperiente, sem saber que rumo tomar
Deixo-me ser levado por você a me guiar
Navegando sem radar,
Hoje estou distante de qualquer outro mar
Será preciso uma longa viagem
até eu deixar de te amar
A velha torre
Ela era uma torre forte, muito bem firmada
mas habitou nela por logos anos um vírus letal.
Hoje essa torre está desmoronando, deformada
extremamente sensível, em uma nevasca sentimental.
Não está pronta para ninguém habitar
está fechada para uma grande reforma
sem querer as vezes despenca, tende a precipitar
e atinge alguém que quis se aproximar
Nesse momento é melhor nem à visitar
suas rachaduras, indicam grande risco
precisa primeiro se alicerçar
e só então levantar, colocar tudo no lugar
Não sei quanto tempo essa pode durar essa reforma,
mas será para o bem de todos que a admiram
no momento, está vazia e totalmente transtornada;
mas garanto, que surpreenderá a todos que a sucumbiram.
Em lampejos me recordo
sombras de noites viradas
um sorriso acalorado
colhendo sinceras risadas.
Contra a maré de paradigmas
um encontro breve e intenso
depois de um relativo tempo
me sinto um tanto ainda tenso.
Ela abordava alguns assuntos,
mas eu ainda não entendia...
Com certeza um outro mundo
e hoje vejo o que eu perdia.
Infeliz de ter encontrado
justamente naquele tempo
com meu ser despedaçado
tempos difíceis, lamento.
Mas eu realmente agradeço
eu carecia dessa amarga dor
a consciência me acompanha
lhe pintarei com muita cor!
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