Poemas e Poesias
”Grito a revolta que sinto, com as palavras que não digo.
Grito a revolta de todos os que foram esquecidos.
Grito a revolta de quem um dia foi oprimido.
Grito a revolta de todos os destemidos.”
Roda pião
Olhinhos extasiados,
ele observa o pião
gira-girar acelerado.
Colorido,
o brinquedo se enrola no corpo listrado
e roda como bailarina
a esvoaçar o tule do vestido.
Aos poucos, se cansa,
arrefece,
perde a força,
cessa a dança.
No desencanto dos olhos da criança,
a ciranda do pião
reflete a própria vida:
ao girar em volta de si mesmo,
retorna sempre ao ponto de partida.
CRIANÇA
De água e mato a vaca faz o leite
de flor e voo a abelha faz o mel
de milho e pena o galo faz o canto
de folha e terra a planta faz a flor.
Uma criança, com seu corpo e alma,
se faz de amor, amor, amor, amor…
Nó na garganta
Estou sentindo um nó,
daqueles que surgem,
reto, sem dó,
lá, no fundo da garganta.
Parece ter sido bem feito,
na margem do anseio,
sobrevive o sacripanta.
Um calo na voz,
de uma voz que se cala,
segue faceiro,
sem galanteio, ganhando escala.
Globus faríngeo (é o nome do danado);
Assim foi batizado,
com a ansiedade mancomunado.
Me impedindo de respirar,
ofegante e desesperado,
devolva meu ar,
saia do meu canal,
sofrimento carnal,
coração despedaçado.
só se eu tivesse certeza que seriamos felizes
se eu soubesse que seriamos feliz
se soubesse que é isso que vc quer
se soubesse que isso ajudaria a curar minhas cicatrizes
se soubesse que superaria o que foi
se soubesse por um segundo que se não fizesse isso iria me arrepender
se soubesse
apenas se soubesse
talvez saberíamos que o resultado foi diferente
não enterrarei as minhas mãos
não enterrarei
as minhas mãos
por não caberem
na terra dos outros.
(Pedro Rodrigues de Menezes, "não enterrarei as minhas mãos")
malmequer negro
percorro pulsante o corredor
de pés mudos como muros
ergo o intransponível crânio
nascendo e dormindo prescrito
adio a translúcida sibilância
malmequer fulgente e negro
que levo ao peito como um sabre
recito pelo adejar rítmico dos lábios
salmos rituais ossos barro pó
fulgurante translação das veias
arde-me o míope sangue vertical
escorrendo pelo lantânio e lutécio
hei-de criar pedra sobre pedra
farei da luz dois vítreos ciclopes
pousarei nos pilares de hércules
a incorpórea maldição dos deuses
e levitando andarão as testas
dos homens e deuses
dos deuses homens
sit tibi terra levis[1]
requievit in pace.[2]
[1] que a terra te seja leve
[2] descansa em paz
(Pedro Rodrigues de Menezes, "malmequer negro")
Nos céus, um amor brilhante se revelou,
Deus, em Sua graça, Seu Filho enviou.
Tão profundo, o gesto divino, sem medida,
Ofertou-nos vida eterna, a luz da nossa vida.
Um Filho unigênito, divino presente,
Para que todo crente, em fé, se oriente.
A promessa de vida eterna, sublime e real,
Ofertada a todos, um dom sem igual.
No Filho de Deus, encontramos redenção,
A esperança eterna, a divina missão.
Assim, no amor de Deus, encontramos o lar,
Onde a vida eterna brilha, a nos guiar.
Por que foram te abandonar?
Pobre cachorro de rua
Triste essa vida sua
De um cão abandonado
Traído, rejeitado
E você, pobre gato
Não te deram nenhum afeto
O abandono, a rejeição
Também feriu seu coração
Sentem sede e tristeza
A dor é uma infeliz certeza
Reviram os lixos para comer
Covardia te fazerem sofrer
Às noites frias é sofrimento
Solidão o sentimento
É tão grande a dor
Vocês merecem tanto amor
Serem ignorados é uma atrocidade
Vocês fazem parte da sociedade
Por que foram te abandonar?
Quem fez isso não aprendeu amar
Alan Alves Borges
Livro No Olhar Mergulhei
"Por você, faço qualquer loucura de amor,
Navego mares profundos, subo a montanha maior.
Na dança da paixão, sigo a sua batida,
Porque, meu amor, sua felicidade é a minha vida." 🌹😚
Entretanto, não se pode um mundo assim, talvez jamais
se poderá um dia.
Enquanto existirem fanáticos, enquanto existirem regalias.
Enquanto existir pobreza, riqueza, centro e periferias
e essa mente demente insistente em ser indiferente,
só de meras palavras será a poesia.
Na terra do samba e do calor,
A triste educação é uma dor.
Desafios imensos a enfrentar,
No Brasil, é preciso transformar.
Escolas carentes de estrutura e luz,
O futuro das crianças em jogo, Jesus!
Professores lutam com paixão,
Mas falta apoio e investimento à nação.
Desigualdade, um muro a separar,
Oportunidades que deveriam igualar.
Mas no coração do povo, a esperança persiste,
Que a educação no Brasil, um dia, resplandeça em sua missão mais justa e realiste.
Amor Verdadeiro
Amar, muitos dizem, mas será genuíno?
Como alguém pode dizer "te amo" sem amar?
Há palavras que deveriam fluir do coração.
Eu acredito nisso e pratico com dedicação.
Por isso, eu só expresso meu amor com sinceridade.
Apenas para aqueles que ocupam meu coração de verdade.
Eu sei, às vezes posso parecer um pouco chato,
Com abraços e palavras de amor, mas é só o meu jeito de me expressar.
O amanhã é incerto, é a realidade que enfrentamos,
Então, a quem amo, apenas quero dizer, sem adiamentos,
"Eu te amo".
Aceitação da injustiça
Não, o mundo, ele não é justo, eu vejo assim,
É certo se afastar daqueles que amamos por causa dos outros?
Para mim, a resposta é não, mas para o mundo, é sim.
Como uma pessoa pequena que sou, aceito, sem queixa-me.
Não sou alguém que acredita em mudar o mundo, confesso,
Apenas aceito a realidade, não feliz mas aceito,
Sei que nada posso fazer, por menor que seja o problema,
Não, o mundo não é justo, ao menos para mim, é assim que vejo.
Harmonia Inexplicável
Sinceramente, sua presença me traz paz e segurança,
E eu não sei explicar como.
Estar perto de você me faz sentir que consigo tudo.
Bem...
Eu não acho que isso seja normal, principalmente pela minha condição,
Mas quando você está perto, é como se nada disso existisse.
A sensação é inexplicável, talvez a explicação seja você,
Ou o seu jeito de ser... talvez seja por isso que me sinto tão seguro quando você está por perto.
Nas raras ocasiões em que nós nos abraçamos,
A paz é tão grande que é como se apenas eu e você existimos naquele ambiente.
Bem...
Eu não escrevo as melhores poesias, mas escrevo o que eu sinto, e é isso.
Soneto: Sedução e Desejo
Na dança das estrelas, a sedução,
Um jogo ardente de desejo e fogo,
Teu olhar, chama acesa, tentação,
Em cada gesto, um convite, um jogo.
Na pele, o tato suave, feitiço,
Carícias que incendeiam a paixão,
Desejo que se acende, como um vício,
Nos labirintos do meu coração.
Tua voz sussurrando segredos quentes,
Em versos que revelam a luxúria,
O tempo para, e nós, serpentes,
Dançamos na luxúria, sem censura.
Sedução e desejo, nossa sina,
No calor do amor, a noite ilumina.
Reflexões da Alma Inebriada
Em meio à vastidão do universo silente,
A alma, inebriada, canta o seu encanto.
Oh, vida! Serás tu mero acaso latente,
Ou o propósito de um sonho exuberante?
Ecos da existência ressoam na mente,
Na melancolia da solidão, me encanto.
Nas ruelas estreitas da memória, de repente,
Surge a euforia do amor, e então me levanto.
Sob os telhados de uma cidade adormecida,
Contemplo as estrelas, sentindo a dor da vida.
O tédio, por vezes, pesa, opressor, voraz.
Mas na vasta jornada do tempo e do espaço,
Encontro o sublime, o belo, o abraço,
E na poesia, a vida faz sentido, enfim, capaz.
Amanhecer da Esperança
Na vastidão do céu, vejo a luz brilhar,
Estrelas cintilam, guias do destino.
Oh, vida! Em teu seio, sinto o amor pulsar,
Em cada amanhecer, um novo hino.
A brisa suave acaricia meu rosto,
Revelando segredos de um amor profundo.
No horizonte, o sol dá seu alento posto,
E em sua luz, encontro a paz do mundo.
Em cada gota de orvalho, sinto a vida,
No canto dos pássaros, a alma revigora.
No jardim da existência, sem ferida,
Florescem sonhos, a esperança aflora.
Na melodia do tempo, a alma dança,
E no amor, encontro a minha esperança.
Quando te vejo, o coração dispara,
Nossos olhares se cruzam, a paixão se declara.
Teu toque, um fogo que queima devagar,
Neste momento mágico, só quero te amar.
Teus lábios, convite para o paraíso,
No encontro de almas, o desejo é preciso.
Nossos corpos entrelaçam, num abraço ardente,
És a razão da minha paixão, eternamente.
A noite se torna palco da sedução,
Quando te vejo, é puro êxtase, a canção.
Nossos suspiros sussurram segredos profundos,
Neste amor ardente, somos eternos vagabundos.
