Poemas e Poesias
Pra quem quiser ver e ler, o meu luar é de lua cheia que clareia os contornos do caminho onde coloco meus pés.
Se deixo pegadas não sei, mas se me enxergas é porque me acompanhas.
Sou clara no escuro do mundo que rejeitas.
O povo encaixotado
Disse o velho xamã
Vocês são o povo da caixa
Vivem dentro de caixas
Se deslocam em caixas
O povo da caixa se separa
Pela marca da caixa metálica
Que lhe faz viajar em segurança
Pela cidade na sua diesel lambança
Quanto maior a caixa que dorme
Maior sua preocupação noturna
Impostos e manutenção diária
Será menos triste a vida do pária?
Grandes vidros e prateleiras
Mostram produtos de última geração
O paraíso das compras desnecessárias
Shopping Center. Depressão é a sua cara
O mundo se transformou agora
Ficamos ainda mais encaixotados
Que no futuro, mais valor iremos dar
Ao ar livre, parques, natureza e ao caminhar
FILME
Há dias que não existo, simplesmente me abstenho da vida e inexisto, não vivo, não choro, não rio e não escrevo.
Carregado de amargor, vago sem proposito, não há o que fazer. O céu é cinza, o clima é encoberto de monotonia, chateação e desinteresse.
Por quanto tempo isso há de durar ? Até quando terei que sofrer por esse sentimento frívolo que me traz frustação e ansiedade ?
Eu só quero que isso passe, que o dia acabe, que o tempo se quebre e o sol exploda, durante esse período seco e insensível, meu combustível é o ódio.
Talvez eu só esteja sendo dramático, fazendo suspense por algo besta, tentando romantizar o tédio. Não sei
Acho que as vezes não há protagonismo em dias que somos figurantes.
Pela escrita ou pela fala,
Sou sílaba que não se separa.
Sou muitas de mim.
Sou palavra não inventada...
[..] Não irás sucumbir,
não podes.
Ainda que irado estejas,
não te amoldes.
Esta infame forma em que te puseram,
não é a tua cara
tua essência,
teu fulcro.
Te sujam e zombam,
tomam teu lucro.
Há gente chegando,
com garra e com brio
Te levantará dos escombros,
sê forte Brasil ! [..]
As flores do outono
A estação outono chega no Canadá
um novo ciclo começa e outro termina
Flores surgem do chão, folhas velhas terminam nele
o sol morno passa pelas árvores
Alaranjadas e floridas, com uma forte brisa os pássaros cantam numa paisagem
Maravilhosa
um ciclo começando e outro terminando, o ciclo da vida.
não era esta a independência que eu sonhava
não era esta a república que eu sonhava
não era este o socialismo que eu sonhava
não era este o apocalipse que eu sonhava
partido: o que partiu
rumo ao futuro
mas no caminho esqueceu
a razão da partida
(só perdemos
a viagem camaradas
não a estrada
nem a vida)
Quando Cabral o descobriu,
será que o Brasil sentiu frio?
Diz a História que os índios comeram o bispo Sardinha.
Mas como foi que eles conseguiram abrir a latinha?
Qual o mais velho, diga num segundo:
D. Pedro I ou D. Pedro II?
De que cor era mesmo (eu nunca decoro)
o cavalo branco do Marechal Deodoro?
MULHER SOFRIDA
Ela é eclíptica
Elíptica,
Assíndeto fantástico
No meio das frases
No pé joanete viril
Nos dedos pelos claros
Nas mãos: safira delicada
Joelhos, ainda, ralados
Nas feições: alegria constante
No coração: um grande calo
Sorriso de ternura e simpatia
Dureza dos chás de realidades .
Já nem dói as saudades,
Já não dói o vexame,
Nem o balde d’água fria
.
A marca de desprezo…
O descaso, rebeldia,
Tentativas de sabotagens
Com fins de nó no peito
Mágoas, brigas, tortura…
Nada dói como já doeu
Tão pouco alegra muito o elogio
Carrega a dor apenas
De suportar nos ombros
Seus sonhos profundos
Calejou, amorteceu,
Salinizou bastante a terra
Ainda assim floresceu
Para o algoz ela sorri
Para o amor ela sorri
Para o terror ela sorri
Segue nesse deboche
{sorriso
Transbordando paz. .
Qualquer drama, briga
ou encrenca
Agora são café ralo
em xícara pequena
Em uma dose se bebe
Nem se sente o sabor
O torpor do constante
sofrimento
A fez fugir para a Lua,
Lá despertou a felicidade
Cozinhou a garotinha crua
Só precisava de um clique
Estava dentro dela…
Ninguém a rouba mais.
Está bem mais esperta…
Ela já viveu muitos invernos
Sobreviverá a qualquer frio trépido. .
Já enfrentou níveis de polimento
Deixou o escarcéu por marolinha
E choro pela morte da Bezerra
Sou peito é escudo forte
Sua mente fincou no que acredita
Nenhuma arma de doces
Muda as mais fortes certezas
Ninguém a tira o amor
Ninguém a tira o calor
Ninguém a tira a delicadeza
Mulher sofrida
Pérola polida
A sua alma brilha
Em diamantes cintila.
Perspectivas
A libertinagem intesifica a reciprocidade
Não há sentido demonizar quem vive para o prazer
A religião que tornou a conduta profana
Esconde Deuses libertos alados às camas
Do que adianta dar asas aos anjos
se a ética não lhes permitir voar?
Bonecos moldados por uma falsa moral
Guardiões de um exército falido
Travestidos de bem, praticando o mal
Discussões evitadas, palavras não ditas
Quem sempre nega a culpa
Há de amargar o arrependimento
A dor do coração partido
Ao ver ela partir
Me revelou ser inútil
Enquanto esteve aqui
Todo amor vira ódio
Quando vencido pelo tédio
Consciência de inércia
Me fez assim tão só
" Já andei descalço em dunas ferventes,
senti o calor subir pelo corpo e precisei de água
já estendi as mãos a ingratos que não souberam dizer valeu
vi o mundo mudar, crianças crescerem
vi amores confundidos com amizades
e amizades maiores que amores
vi filhos deixarem suas casas
e suas mães chorando
já vi filhos chorando
a ausência de suas mães
e ai o mundo foi escola, lar
tribunal e verdade
já vi arrependimentos verterem em olhos cansados, vermelhos
e a dor acompanhar até o fim
vi mãos que nunca deram nem pediram perdão
já andei de sandálias novas e isso foi muito bom
conheci realidades, duras e belas sociedades
conheci o amor e a beleza da vida
conheci colo de mãe
e lá foi o melhor lugar do mundo...
DISCUSSÃO
Dizem os sábios,
talvez com justa razão,
que não se deve discutir,
política e religião
Penso que tudo isso é utopia
pois o homem não viveria
sem uma boa discussão.
Somos bons com as palavras
para ferir e acalentar
assim como a natureza
temos dom de destruir
e também de recriar.
Eu sou bom com as palavras
tenho a fagulha certa
para um fogo iniciar
sou capaz de trazer paz
para um coração sofrido
ao passo que sou perito
para flechas atirar
naquele que não comunga
do meu modo de pensar
Eu sou bom com as palavras
todavia, a culpa não é minha
não fui eu quem as inventou
a culpa é da humanidade
que tantas armas forjou
fez do verbo a lâmina fria
e a minha garganta cortou.
Eu não te ordeno, te peço,
Não é querer, é desejo;
São estes meus votos - sim.
Nem outra cousa eu almejo.
E que mais posso eu querer?
Ver-te Camões, Dante ou Milton,
Ver-te poeta - e morrer.
Ela! minha estrela, viva e bela,
Que ameiga meu sofrer, minha aflição;
Que transmuda meu pranto em mago riso.
Que da terra me eleva ao paraíso...
Seu nome!... Oh! meus lábios não dirão!
Nas Praias do Cuman / Solidão
Aqui na solidão minh'alma dorme;
Que letargo profundo!... Se no leito,
A horas mortas me revolvo em dores,
Nem ela acorda, nem me alenta o peito.
No matutino albor a nívea garça
Lá vai tão branca doudejando errante;
E o vento geme merencório - além
Como chorosa, abandonada amante.
E lá se arqueia em ondulação fagueira
O brando leque do gentil palmar;
E lá nas ribas pedregosas, ermas,
De noite - a onda vem de dor chorar.
Mas, eu não choro, lhe escutando o choro;
Nem sinto a brisa, que na praia corre:
Neste marasmo, neste lento sono,
Não tenho pena; - mas, meu peito morre.
Que displicência! não desperta um'hora!
Já não tem sonhos, nem já sofre dor...
Quem poderia despertá-lo agora?
Somente um ai que revelasse - amor.
Poeta eu não sou.
Não sou poeta nem ao menos sei escrever, mas conheço de amor
Dores que me fez sofrer, conheço de sentimentos não correspondidos
Conheço de frases não faladas ou não ouvidas,
Conheço de magoas não apagas e ressentidas
Mas o que mais conheço é o recomeço, pois não existe amor sem recomeço,
Não existe feridas sem curas, cicatrizes sem marcas
Passados sem lágrimas,
Mas do que isso importa, não preciso ser poeta para expressar sentimentos em uma folha branca de papel, não preciso ser poeta para falar de amor, pois ser poeta não é escrever poesias e sim despertar sentimentos no pouco que se escreve com alma despertar naquele que lê não o que está escrito em uma folha papel, mas sim na poesia escrita em seu olhar que consigo ler com minha alma.
Realmente prefiro não ser poeta, pois é tão mais fácil colecionar palavras que não tenho coragem de usa-las, as vezes é mais fácil calar os lábios e abrir a alma.
Deixo o dom da poesia a quem escreve, me contento em ser apenas um simples amante do escreve minha alma e reflete os meus olhos.
" Vamos fazer história
devorá-la
com menta refinada e chiclete
salivas doces
encontrar o amor e fazê-lo acontecer
florescer antecipado
cair nas graças da vida...
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
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