Poemas de Ternura
"A cada beijo dela, um pedaço de mim, com ela se vai.
A cada abraço, a cada toque, a tristeza, da minh'alma se esvai.
Eu não sei o que fazer, tão pouco sei, o que ela faz.
O que eu sei? Ela é demais.
As palavras, que a pouco, eram-me coisas das mais vazias, hoje me completam mais.
Minha força, quando em seu abraço, por completo se vai.
Ela por completo, quando em meu amor, a ternura se faz.
O que eu sei? Ela é demais.
Juntou-me os pedaços, colou-os com carinho, hoje um novo eu se faz.
Hoje, das aguas da decepção, já não bebo mais.
Amo quando o vento da madrugada, o seu cheiro doce, me traz.
O que eu sei? Ela é demais.
Também sei, que a cada beijo dela, um pedaço de mim, com ela se vai.
E a cada pedaço do meu eu, pra ela perdido, eu me completo mais..."
Solstício
.
Quero o doce dos teus beijos
E sempre estar em suas mãos...
Minha vida e sua vida
Presos num só coração.
.
Sou dela um tempo
E outro tempo
A todo o tempo
Que o tempo nos concede...
.
Menininha pequenina
Que me enche de paixão...
É moça que me encanta
E mora no meu coração.
.
Ela é a minha primavera
Em qualquer das estações,
Me aquece com teu corpo
Igual solstício de verão...
.
Edney Valentim Araújo
1994...
Viva ela
.
Que saudade eu tenho
Nesse dia vagaroso
De correr para os braços
Da amada que me espera.
.
Nada quero mais do dia
Que me venha noite bela
Sempre que ao repouso
Eu me encontro aos seios dela.
.
Pare o tempo de passar
Quando estou com meu amor
Para me aquecer no seu calor.
Via ela, viva eu...
.
E para sempre
Viva o nosso amor.
.
Edney Valentim Araújo
1994...
Caminho
.
Colho flores no caminho
Que me é o teu carinho
E não me deixa andar sozinho,
O teu perfume
É a flagrância desse amor
Que me entrega a ti
Pra ir contigo por onde for...
.
Que seja longo esse caminho
Onde eu não ande mais sozinho
E não me perca desse amo...
O teu perfume enlaçou o meu destino
Pra nos dar um só caminho
E caminhar pra um só lugar, o amor.
.
Edney Valentim Araújo
1994...
ABRAÇO
O mundo se acostumou
a não ter nenhum abraço;
dois beijinhos já se foi,
faz tempo que eu não faço.
Hoje quem vive com zelo
usa só o cotovelo,
não dá mais aquele amasso.
Você
.
Me vejo assim feito menino
Que encontrei no meu caminho
Seu o amor para crescer,
E se me fosse a vida
Só um instante em que te vejo
Eu já teria nela mil motivos para viver...
.
Todo presente que eu desejo
É um dia após o outo com você,
E se um pedido eu fizesse
Seria ele
Que não me deixe te perder...
.
A vida passa
E eu busco nela o meu viver,
Eu só encontro nela vida
Quando estou perto de você...
.
Edney Valentim Araújo
1994...
Transbordo
.
Um dia e outro dia vem
Quando a ela me entrego de amor...
Minutos, segundos e horas
Eu conto pra ter seu amor.
Se me faltasse dela esse amor,
A quem eu daria esse corpo?
Se a ela entreguei o coração
Com todo o meu amor...
Me falta juízo e um pouco perdido
Caminho meus passos,
Se perco tuas mãos
Neste enlaço...
.
Nada te falo se não num sorriso
Nesse meu mundo perdido
De amor e embaraço escondido.
Por ela eu encontro meu riso.
.
Se te amasse um pouco menos
Do muito que te tenho em mim,
Ainda teria transbordo desse amor
Para um amor tão infindo.
.
Edney Valentim Araújo
1994...
Sem pudor
.
Encontrei o meu sossego
No calor do teu amor.
Não me deixe teus abraços,
Venha a mim como se encontra
Seja agora e como for...
.
Não há beleza noutra flor
Que me traga teu perfume
E a flagrância deste amor.
Seja bela esta fera
Que me fere sem pudor.
.
Cai as pétalas desnuda nesse tempo
Que não tira meu intento
De me aquecer no teu calor.
Sou dela hoje e sempre
Pra viver o nosso amor.
.
Edney Valentim Araújo
1994...
COMO?
como AMAR se no coração não há espaço para o PERDÃO.
como? ser CARINHOSO se suas mãos são carregadas de ESPINHOS.
como? olhar com TERNURA se em seus olhos há apenas RANCOR!
como? dar a ATENÇÃO se em seus pensamentos há apenas o EGOISMO!
como? dizer que AMA se tudo o que planta é ÓDIO entre irmãos.
como? pregar a PAZ se tudo que fazes é a DESUNIÃO.
Como? ser FELIZ se não aceita a FELICIDADE do seu IRMÃO.
Não deixo
.
Quando ela chega,
Sei que vem pra ficar...
Manda embora a saudade
Que me tinha sem lugar.
.
E me traz dela
A minha metade
Que sempre vai
Onde ela está...
.
Nada digo no silêncio
Em que me vejo em teu olhar...
Sabe o tempo que me trouxe
Que não deixo de te amar.
.
Edney Valentim Araújo
1994...
Vem florear
.
Essa flor do meu encanto!!!
Tem perfume e seus espinhos,
Mas não perde o meu amor...
.
O tempo passa
Tão alheio a tua beleza
Sem roubar-lhe a fragrância desse amor.
.
É como vinho envelhecendo
No carvalho do meu peito
Fermentando o coração...
.
Do nascer ao por do sol
Ela embriaga a minh’alma
De encanto e magia...
.
Há!!! Essa flor tão bela,
De estação em estação
Vem florear meu coração...
.
Edney Valentim Araújo
Teus carinhos
.
Como poderia eu lembrar,
Fazer-me recordar
De quem nunca esqueci...
.
Não temos um passado
Nesse amor que é tão presente,
Vivo eu e só você em mim...
.
Passa o tempo
Marcando nossos corpos
Sem tocar a minh’alma apaixonada.
.
A menininha dos teus olhos
Abrandou o meu tímido grito
Sem me entregar teu coração...
.
Não me negaste teu sorriso
E os teus sonhos tão infindos,
Só não me deste a tua mão
E os teus carinhos.
.
Edney Valentim Araújo
1994...
Calmaria
Aqui, neste porto seguro,
pacífico, delicado, sem palavras, sem vento...
Deixo o silêncio chegar,
nesta bonança que me invade o peito,
e me toca a alma com ternura!
E o tempo passa, irremissívelmente progressivo...
-- josecerejeirafontes
'EU SÓ QUERO VIVER...'
Eu só quero viver. Esquecer a solidão que enche à alma de esperanças vãs. Aprender a chutar as amaldiçoadas sequelas da vida. Amanhecer e não ver as feridas nessas paisagens. Nem passagens medonhas cristalizando a alma a cada dia. O rio calmo definhando o coração espera-nos silenciosamente...
Eis de pôr as mãos nesse solo sagrado devastador. Deitar ao lado da escuridão e agradecer pela dores da vida. Por mais que sobrevivamos, quero agradecer os despenhadeiros trilhados, clãs vagando dolorosamente. Que a dormência acabe com os pesadelos periódicos, paradisíacos...
Quero abrir olhos e avassalar vaga-lumes alumiando os vernáculos. Adentrar a casa de palha que tanto sonha-se. Voltar a ser criança por um fio. Deixar o frio da madrugada percorrer a espinha nas horas incertas. Lembrar do filme que passa em segundos afugentando a trilha percorrida...
Vou respirar ares refutados. Esquecer as tristezas inesperadas que afagam o coração em formigamentos. Ter como sentimento a liberdade para ir e vir. Sonhar ao ver os olhos da esperança balançando bonança...
Só se quer alguns passos para abraçar pai e mãe infinitamente. Ver filhos brincando fazendo jardinagens. Olhar para a sinceridade cercando os dias felizes. Já tem-se outras vidas plantadas ao lado esbanjando Jovialidade. Pegar a imortalidade que aflige hábitos e costumes, fazer deles perfumes dos mais elaborados. Eu só quero a liberdade, de lado, suspirando outra vida...
'AMNÉSIA'
Recentemente, encontrei uma das minhas irmãs e dei-lhe um forte e longo abraço. Desses que nunca mais esquecemos. Eu não sabia onde morava. Tinha esquecido quem eu era. Para onde ia. Estava andando ao léu, talvez perdido como sempre. De repente, emocionado, falei-lhe:
- Sabia que eu sinto falta de todos vocês?
Naquele exato momento, o coração jorrava uma saudade repentina de tudo e de todos. Talvez do tempo perdido. Das conversas jogadas que nunca tivemos. Nós choramos por algum tempo abraçados...
Sua casa estava bem diferente da última lembrança. Tinha uma área bem simples na frente. Atrás, um lago enorme, onde dava para ver meninos pescando o almoço. Alguns peixes em fieiras estavam à mostra, ditando abundâncias. - O que você faz aqui?
- Estou meio perdido - Falei!
Os olhos dela estavam abatidos, mas por trás da retina consegui ver o brilho que tinha quando éramos crianças. Tomando banho na chuva. Fazendo traquinas. Vendo o pôr-do-sol em outra perspectiva...
Eu tinha uma lembrança e ela estava ali à minha frente, viva, pouco sorridente. Falando das coisas diárias e banais, outras surreais. de repente perguntei-lhe: - quem eu sou, onde moro?
- Você não lembra? Sua casa fica algumas quadras daqui. Vá direto e vire à esquerda, na terceira quadra.
- Quem você é? É uma pergunta difícil de responder. Você é o que é! E ninguém vai tirar isso de você! É um homem bom, com seus erros e acertos. Logo após, despedi-me e fui embora. A memória meio confusa, expressando a saudade de uma vida toda...
'RODADA'
Desesperançados pelas madrugadas
O olhar veemente [de todos] pede rodadas de Ilusão nas veias
Sem ceias de profusão à mostra
Sem respostas imediatas
Algumas pitadas de desilusão nos fins de semana
Vai deixando a vida menos ´monótona...
Fardos de subterfúgios nas costas replicando visões decaídas
É disso que todos precisam: viver menos!
Mais uma rodada de ilusão por favor!
- Sem pedaços de percepção
Precisamos cair no chão como sempre
Pois foi de lá [sem querer] que todos viemos...
Rodeados de amigos nas horas incertas
As rodadas sempre acabam uma após uma
Os camaradas também [se vão]
Espalhando confusão para quem assiste ao lado de fora
Talvez alguns não voltem
- Quem se importa?...
Tentamos aniquilar a vida tediosa
Pouco importa a aparência de zumbi
Somos guaranis nas selvas esquecidas
Homicidas nas rodadas diárias que nos mantêm vivos
Intrusivos
Tal qual espécies isoladas
Sinônimos de extinção...
'A ´ÁRVORE'
À minha frente uma árvore
Frágil
Porém
Jorrando vida e ar fresco
Caule submerso sob o pequeno rio
Sugando seus nutrientes para a vida...
Ressentida com alguns galhos quebrados
Ela nunca será mais a mesma
Os ventos vindos dos quatros cantos não são amigos
Porém
Ela resiste por um tempo...
Ainda está no começo
Pequenina em meio à tantas
Sufocada
Sua pequena sombra irá fazer falta nos dias de sol
Faltará seus dias trazendo felicidades pelas manhãs...
Seu caule precisa vencer a sujeira das águas
Sugar apenas o que é bom
Seus galhos secos caem um a um
A árvore está morrendo
Não há nada a fazer...
Apenas esperar o improvável
Frutos que nunca virão
Outras árvores suspiram a infelicidade da pequena
Já sem vida
Cair no esquecimento...
'TRAJETO II...'
O trajeto sempre oblíquo, faz da caminhada aceitação, mistérios. Para que esperanças nos sonhos? As pedras sempre afundam quando jogadas nas águas. Para quê admiração/espanto? Que diferença isso faz?...
Ele joga suas pedras demonstrando confiança. Mas o inóspito acerta-lhe o coração. Contratempos triviais e pontiagudos atingi-lhe diariamente e as pedras afundam: uma a uma. Lágrimas têm poucos significados nessas horas...
Ele viaja nos vagões. Sem passado ou futuro. Tudo sem sentido. Dicotômico e áspero. Percorrendo muros como sempre. Abrindo a geladeira pelas manhãs. Jogando petecas. Fingindo liberdade...
A viagem não é nada acolhedora. Algumas pedras flutuam fazendo mero acaso, como se o tempo fosse gentil. As cortinas são as mesmas. Início e fim são os mesmos. O trajeto continua, até que a esperança aconteça. Demarcando um novo ciclo...
Se alegrar
.
Todos os anos se passaram
Pra chegar aonde cheguei
Pensando ser aqui
Onde encontrar felicidade.
.
Queria eu que fosse assim,
Tão volúvel quanto queira,
Que se sirva de um tanto
E outro tanto se transborde.
.
Mas não é algo que se encha
Do quanto dela se retenha...
A tanto tenho entendido
Que se alegra repartindo
Com quem sabe partilhar.
.
A cada ano nova vida,
E tudo é felicidade
Quando brilha numa vida
O sol de cada dia
Que nos faça caminhar.
.
De muito eu compreendo
Que a tal felicidade
Não é onde se vai chegar
Nem quanto eu devo caminhar.
.
Felicidade é caminhar
A vida a cada dia
Em toda forma de amar...
.
Não é feliz
Quem sabe ser feliz,
Mas é feliz
Quem sabe se alegrar...
.
Edney Valentim Araújo
Transcende
.
Os teus olhos me encontraram
Num Flesch desta luz
Que me dura
Vida inteira...
.
Ai de mim,
Que sou poeira e pó
Carregada pelo vento
Do brilho prisma em pensamento...
.
Mas cada grão te me entrega
É um elo do destino
Deste amor que é infindo
E nos transcende sem caminho.
.
Edney Valentim Araújo
1994...
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