Poemas de Sol

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Eu sob a nuvem
A nuvem sob o Sol
E o Sol, num Céu que não tem fim
Mas, se existisse mesmo a infinitude
Qual seria a razão
Dessas simples existências
Eu, a nuvem, Sol e Céu
Juntos, nesse mágico momento
Que há de ser mais um, entre muitos
Qual de nós tem mais motivo
Pra estar vivo
Amanhã ou depois?
Pode ser que nenhum
Ou um
Talvez dois
Pequeno pedaço de espaço
Curto traço sem chão
Nem feio e nem bonito
Estranhamente finito
Perante tamanha amplidão.

Edson Ricardo Paiva.

Inserida por edsonricardopaiva

Depois da chuva
O carisma da tarde
Uma ponta de saudade
A luz do Sol me alisa
Uma brisa suave
Parece até que chove leve, ainda
Um prisma no Céu
Um sinal que à luz decanta
A clara luz que ontem brilhou
E mesmo assim
Ainda me leva
Pra algum lugar longe ou perto
Só não deixa ficar onde estou
Me vem lembrança
de uma rua escura e estreita
De algum sonho que há tempos sonhei
A noite cai
Tudo se ajeita
Pode ser que este mundo
Não seja perfeito
Mas ele sempre melhora
Na hora que eu tenho você aqui perto
Peço ao vento pra levar
Um olhar, um pensamento, a saudade
Quem sabe na volta
Ele traga o alento da lembrança
De algum sonho em que você estivesse
Te juro
Se soubesse onde está
Eu mesmo ia lá
Te buscar.

Edson Ricardo Paiva.

Inserida por edsonricardopaiva

O Sol ainda brilha lá fora
Eu sinto que luz e calor
Não me pode alcançar
Corpo frio
Longe de tudo
Até mesmo da própria vida
Coração vazio
Nada mais prende mais atenção
Que a vontade de ir embora
Lá no fundo do quintal
O ruído, pouco mais que gemido
De uma alma chorando escondida
O desejo de orar me toma
Mas Deus não há
Há somente a vontade que implora
Com voz que ninguém pode ouvir
E agora?

Edson Ricardo Paiva

Inserida por edsonricardopaiva

A nuvem parada
No Meio do Céu
Pedia ao Sol que não viesse
Mas o Sol sempre vinha
A pedra da beira do rio
Pediu à nuvem
Pra que essa não chovesse
E o pássaro que ia pescar
Desejou que a pedra
Não fosse escorregadia
A Plantinha diminuta
Existente por sob o galho
da árvore onde o pássaro vivia
Pediu ao pássaro que voltasse
Desejou que o rio corresse
Sorriu para o Sol todo dia
Até hoje eu não sei como acontece
Mas tenho a impressão
Que essa prece
Era a única que Deus ouvia.

Edson Ricardo Paiva

Inserida por edsonricardopaiva

Longe se vai
O tempo que eu fui menino
de cara queimada de Sol
Joelho repleto de machucados
de quem sobe em muros
Cai de árvores
Maceta mármore em lata
Corre atrás das pipas
E não pára quieto um instante
Lá se vai ao longe
O tempo do Sol a pino
A rolimã que rangia
A metade de um dia eu tinha
Pra resolver os problemas
Que arrumava de meio-dia em diante
Sem atentar para o fato
Que eu já os tinha e eram muitos
Eram tantos
Que até hoje minh'alma duvida
Que mesmo se hoje eu tivesse
Toda calma que existe no mundo
Eles pudessem ser resolvidos
Em somente uma vida
da mesma maneira que
Naqueles dias que longe se vão
Sem pensar, eu apenas desatava
Em questão de segundos
A mesma espécie de emaranhado
Que hoje, me faz calado e me dói no peito
Pois um dia a gente cresce
... e esquece
como era o jeito que se fazia.

Edson Ricardo Paiva.

Inserida por edsonricardopaiva

Você, parado
Sentado ou de pé
Olhando um lugar onde havia Sol
Recorda com saudade
O brincar de esconder-se
debaixo da pia
na casa da tia
Uma corda, uma árvore
As moedas tilintando
Era o troco da hora que foi à venda
A graça de olhar ao longe
A fumaça se esvaindo
Saindo da chaminé do trem da vida
Na estrada do tempo
O alegria da hora da saida
Correria no portão da escola
na hora da entrada
A festa na igreja
Veja que naquele tempo
Os sinos dobravam
E eu, na minha inocência de menino
não via e não perguntava por quem
Assim são as coisas
Eu olhando o lugar que havia Sol
Agora sei que era por mim
Que os sinos dobravam assim
Os adeuses e despedidas
Acenos sem lenço que ao longe sumiam
Sem saber em qual tempo
E nem mesmo a estação
Fui vivendo sem noção da vida
Penso que dormia
E quando a gente desperta
Pensa que pode ter se dado ao luxo
de nem ao menos espiar pela janela
Pra saber que paisagem
era aquela
Nas cartas que a vida põe
Não se encontra curingas
O caminho de volta pra casa
é descida
E olhar pra trás, dá tempo de ver ainda
A fumaça que ao longe se dissipa
A presença, que de tanto se ausentar
Tornou-se ausência
As cascas de amendoim espalhadas
Lá no chão da saída
As figurinhas do álbum
Mal coladas, perdidas
A festa, a escola, o dia de Sol
O menino que brincou de vida
E que foi perceber só no fim
Que os sinos dobravam por mim.

Edson Ricardo Paiva.

Inserida por edsonricardopaiva

A maior alegria que existe
É a de não saber-se triste
Receber calor do Sol
E boas recordações
Que haverão de vir no inverno
Receber de bom grado
A tudo que vier
Tristeza há de vir também
E passar
Vai passar sem ser vista
A eterna alegria
Não é algo que se conquiste
Se algum dia que a tristeza vier
Eu me agarro à alegria
Que estiver mais perto
Decerto essa vez
A tristeza nem vai perceber
O quão triste me fez.

Edson Ricardo Paiva.

Inserida por edsonricardopaiva

Eu quero a chuva
Num dia de Sol
No mesmo Sol
De uma manhã de inverno
Eu quero a sorte
de noite estrelada
Que seja hoje
e de novo amanhã
Calor de Sol
Numa blusa de lã
Espero
A curva lá da ventania
Eu quero vida na vida
E se eu pudesse querer
Outra coisa qualquer
Desejaria que ela fosse
Linda
Linda como a chuva
Num dia de Sol.

Edson Ricardo Paiva.

Inserida por edsonricardopaiva

Eu hoje abri a janela
Vi que o Sol brilhava lá no Céu
Ainda outro dia
Eu estava num lugar distante
Ainda outro dia
Eu era outra pessoa
Ainda outro dia
O Mundo era um lugar muito bom
E a vida era boa também
Agora
O Sol ainda brilha lá fora
As outras estrelas
Se apagaram quase todas
Os ventos que sopravam
As folhas que caiam
A água me parece
Ter-se evaporado
Hoje o novo dia
Me trouxe a vida nova
Mas hoje eu vejo
O quanto envelheci também
Talvez eu tenha me esquecido
A outra vida e o outro eu
Num canto qualquer do passado
Hoje, além de mim
Ninguém percebeu
Que o Sol ainda brilha lá fora
Com a mesma linda intensidade
dos dias de outrora
E os dias tem sido assim
Parece que agora ficamos
Eu e o Sol
E talvez por algum tempo
O Sol ainda brilhe lá fora.

Edson Ricardo Paiva.

Inserida por edsonricardopaiva

Quando é noite
O Sol do outro lado da rua
Escreve um recado na Lua
E me diz que pode haver
Outros Sóis mais brilhantes
Mas que o Sol menos distante
Brilha mais
Tem noites em que a voz do vento
Diz tanto
Quanto todas as vozes juntas
Mas, se alguém quiser entendê-la
É preciso um coração calado
Pois o silêncio já sabe as perguntas
E as melhores respostas
Serão sempre insatisfatórias
Quando a mente brilhante
Se encontrar brilhantemente
Abastecida dos melhores ventos
A noite mais escura
É sempre aquela
Que permite conhecer
A paz que emite
Simples, singelamente
A voz da vela
É preciso um pouco mais
Pra tentar ouvir o que ela fala
Perceba que em noites assim
Mesmo a luz da maior estrela.
Humildemente se cala.

Edson Ricardo Paiva.

Inserida por edsonricardopaiva

Antes que escureça
Faça sombra à luz do Sol
Os escombros do coração
Destoam daquela coisa
Pura e boa
Que a gente queria
Ainda outro dia desses
Linda como coisa à toa
Voa lá distante agora
Mas dá tempo de vê-la ainda
Antes que escureça
Pois toda escuridão tem começo
E singular é a vida
Isolada, uma ilha
Perdida, perto do nada
Até que, então, se perceba
Ou não
Que as coisas simples
Não podem ser divididas
Devido à própria simplicidade
Que as torna complexas
Mas podem sempre
Ser compartilhadas
Quando entardece
Às sextas-feiras
Primeiro
E antes de tudo isso
Esqueça o preço da vida
Pois a vida é graça
E dá tempo de vê-la ainda
Qual lembrança
de alguma linda canção
Que o coração cantava em silêncio
Um lenço branco acenando
Igual despedida
Um adeus lá no horizonte
Hoje, fatalmente
A vista cansa
Ao final do dia
Antes que o dia escureça.

Edson Ricardo Paiva

Inserida por edsonricardopaiva

As doces lembranças
Que te trazem o morno vento da tarde
Com a cara sorridente do Sol
As tranças nos cabelos
das meninas que passam apressadas
As taciturnas caras dos homens velhos
Parecem dizer que mais nada tem graça
Mas a palavra certa no momento preciso
Transforma tudo isso em sorriso
O voar dos pássaros
que hoje o vento trouxe
Enquanto secava a roupa no varal
A ideia nova que tudo isso lhe inspirou
Afinal, isso tudo não parece
Ser assim, de todo mal
E, se hoje ainda não o é
Te resta então, o amanhã
Aquilo que agora
o passado não mais esconde
Se torna um novo desafio
Naquilo que ainda não se desdobrou
Mas eu creio que já escolheste
A direção que desejais seguir
Não deixeis a tarde te atrasar ainda mais
Nem tropece na pressa que te invade
Tudo isso estava escrito
Acredite, então, em sonhos
Não importa nada a direção dos ventos
Siga tu, teu campo magnético
E corra devagar
Vá viver teu momento.

Inserida por edsonricardopaiva

O dia e a noite
A Lua e o Sol
A água e o vento
Se vão sucedendo
Momento a momento
Há instantes, sem a mínima importância
Que às vezes levam dias pra passar
Nesta solidão sem trégua
O silêncio se dirige a mim
e novamente declama
a mesma sentença
à qual me submete há tanto tempo
Eu não sei se ele ou eu
um dos dois se perdeu
E tudo que ficou pra nós
lembranças
tristes recordações
daquele tempo insano
em que cada um passava os dias
exercendo egoísmo e pensando
Em seu mundo, tão pequeno.
Que não fazia, em absoluto
Parte integrante de algo
maior e nem melhor
Antes
Estava somente acima
Agora, dia e noite se sucedem
E eu ainda os vejo se apinhando
Mutuamente se odiando
e se digladiando a todo momento
aquele tempo tão triste
não se foi; está bem aqui e ainda existe
Elas se matando
Por um lugar num banco de Igreja
Eles prometendo vingança
Por causa de um pouco de cerveja
Gente de caráter irrepreensível
Se esconde, ao final do dia
No local reservado aos que desceram
ao pior e mais baixo nível
E como porcos, fuçam a lama
buscando pela prata que esconderam
Dos chacais que a desejavam
Eu ainda os vejo
caminharem lado a lado
sem se exasperar
O dia passa, a noite passa
Este mundo se tornou pra mim
Um teatro, onde se exibe
Uma ópera farsesca
surrada e um tanto sem graça
A ópera chamada Vida
A mesma que deveria
Pura e simplesmente ser
A grande graça recebida.

Inserida por edsonricardopaiva

Fatalmente mais um dia
Onde voavam borboletas
enquanto o Sol sorria
Inexoravelmente
outro dia parte
Eu descarto desta vida
mais um dia
Enquanto esta vida assim
não me descarte
Outro dia fatalmente parte
E leva com ele
uma parte de mim
Igual a todo dia
Onde o Sol sorria
iluminando novamente
este chão
onde eu piso
desliza velozmente
me derruba
ri de mim
Termina outro dia
outro amanhã
a vida afia
Que em breve virá cortante
Constante
instante após instante
e partirá novamente
me deixando aqui
no meio dessa gente
Que caminha normalmente
e gentilmente desvia
de mim
Mais um dia, que pra mim
Sem Sol, nem borboletas
Partiu
Como cada dia sempre parte
Um dia, dia
Haverei também de pisar-te
Cortar-te, esquecer-te
e abandonar-te
Igual a cada dia desta vida
Que partiste
e te foste
sem mim.

Inserida por edsonricardopaiva

Depois de uma noite acordada
A madrugada acorda o Sol
Está na hora de vir iluminar
A noite precisa descansar
Atravessei esta noite pensando
Em nunca mais assumir
Mais nenhum compromisso
O rumo das coisas agora
Muitas vezes fazem vê-las
sem o mesmo viço de outrora
e então, fatalmente eu enxergo
o Quanto, de repente, estive cego
Pois nunca precisei de nada disso
Um dia a gente precisa
Caminhar descalço
Pra finalmente perceber
Que o piso é falso
Depois de uma noite acordado
Eu faço um acordo comigo
Me viro de lado e adormeço
Me esqueço de quem me esqueceu
Deixa o Sol brilhar, nem ligo
Amanhã é um outro dia
Azar o seu.

Inserida por edsonricardopaiva

Abaixo do Sol
depois de outra noite
sem sonhos
Tanta gente acorda
E se propõe a sonhar
Portanto se lavantam
E se põe a correr devagar
Por uma estrada acidentada
Que a bem da verdade
Ninguém sabe onde ela conduz
Talvez não leve a nada
Inconscientemente acordados
Fazem um acordo consigo
Abaixo do Sol
Muitos sonhos amansam
Tristonhos
Se lançam à vida
Numa dúvida doída
A única certeza
é que as folhas caem
após o outono
Mas os sonhos não descansam
Talvez seja por isso
Que em certas noites
Eles não vem durante o sono.

Inserida por edsonricardopaiva

Tarde, bela tarde
A bem da verdade
é um fim de tarde
e dentro em pouco
O Sol nem arde
Abaixo do Sol
O Mar engole a terra
e a terra empurra o Mar
Numa eterna monotonia
Que se a gente pudesse
Ia lá só pra ohar
Todo dia
E trazia o coração
Arreado de alegia
Quando a noite vem chegando
E joga no ar
A rede ou anzol
E assim, bem de repente
O Sol agonizando contrastante
Sumiu completamente no horizonte
Caminhando pela areia
Eu vejo ao longe
Um cão sem dono
Abandonado, esquecido
deixado de lado
E todas aquelas sensações
tão lindas...somem
A Lua já brilhando
Me envia um recado mordaz:
"O cão não sabe o que faz
Ou então não seria jamais
amigo do homem"

Inserida por edsonricardopaiva

Bom dia, Deus
Bom dia, Sol
Bom dia, Mar
Bom dia, cão
Bom dia,chão
Bom dia,vida
Um Muito bom dia
A quem eu vejo
E quem não vejo
Bom dia a quem fez,
Quem colocou,
e quem pisou e ainda pisa
Em todos os pisos
e azulejos deste mundo
Bom dia, aos que bebem água
Bom dia a todos que eu conheço
Bom dia a quem eu não sei
Bom dia, homem
Bom dia, mulher
Bom dia, Gay
Bom dia, minha mãe
Irmãos e irmãs queridas
Bom dia, vida
Eu não estava morto
e nem ressuscitei
Eu nasci um dia
e ainda estou aqui
Carpe Dien

Inserida por edsonricardopaiva

Como se fosse
Um poema onde nada rima
Algo além do limite
Um dia sem Sol
Quando termina
A gente permite que Ele se vá
E chega a hora da despedida
Há coisas na vida
Que parece começarem pelo fim
E vai correndo ao avesso
desde o começo
Não se encaixa...desafina
Quando o coração se permite
Permanecer eternamente
Qual coração de criança
dança e ri
Com a canção desafinada
E sem querer saber de nada
Segue rindo da cara da sorte
Pois não há corte
Que não cicatrize
diante de uma boa risada
Ria sempre de volta pra vida
Não há tristeza que suporte
Um sorriso insistente
de sorte
Que um dia
A tristeza acaba rindo com você
E tudo acaba em alegria

Inserida por edsonricardopaiva

Chuva no chão
Calor de Sol
Raios de nuvem
Na linha do horizonte
Junto aos montes
Alguma coisa tinge o Céu
de cor maçã
Nesse momento eu percebo
Que deixei de perceber
O quanto a passagem dos dias
Foi minguando, de fato
As dores e alegrias
Que eu sentia
Agora
Os dias são apenas dias
Minh'alma já nem sofre
do doce ensimesmamento
Ao qual se recolhia
Nas madrugadas caladas
O coração quase que pára
Pouca coisa resta
O Passar do tempo
tem poder
de aparar arestas
e minimizar o efeito
das pedras que ficavam no caminho
E adentravam os sapatos
A ciência que eu que não tenho
é compensada
Pela vivência de tantos
Pores-do-Sol
de fato
Aqueles de nós
Que conseguem chegar nesse lugar
Poderiam sentir , quem sabe
Estranha estupefação
Mas há tanta calma no coração
Que tal coisa não mais lhe cabe
Resta-me, quem sabe
Dirigir aos Céus uma oração
de gratidão
Por tamanha mansidão
Que o tempo me trouxe à alma.

Edson Ricardo Paiva

Inserida por edsonricardopaiva