Poemas de quem Deu um Fora

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Porque jurei jamais ir
A qualquer casa ou lugar,
Vendo só por onde entrar,
E não por onde sair.
Foi reflexão mui sabida
Esta que fez a raposa;
Que é loucura desmedida
Entrarmos em qualquer coisa
Sem ver se tem saída.

Jean de La Fontaine
Fábulas de La Fontaine

Anjo Bento

Destes que campam no mundo
Sem ter engenho profundo
E, entre gabos dos amigos,
Os vemos em papafigos
Sem tempestade, nem vento:

Anjo Bento!

De quem com letras secretas
Tudo o que alcança é por tretas,
Baculejando sem pejo,
Por matar o seu desejo,
Desde a manhã té à tarde:

Deus me guarde!

Do que passeia farfante,
Muito prezado de amante,
Por fora luvas, galões,
Insígnias, armas, bastões,
Por dentro pão bolorento:

Anjo Bento!

Destes beatos fingidos,
Cabisbaixos, encolhidos,
Por dentro fatais maganos,
Sendo nas caras uns Janos:
Que fazem do vício alarde:

Deus me guarde!

Que vejamos teso andar
Quem mal sabe engatinhar,
Muito inteiro e presumido,
Ficando o outro abatido
Com maior merecimento:

Anjo Bento!

Destes avaros mofinos,
Que põem na mesa pepinos,
De toda a iguaria isenta,
Com seu limão e pimenta,
Porque diz que o queima e arde:

Deus me guarde!

Lembre-se de que não devemos humilhar ninguém.
Os erros que os outros cometem hoje, nós podemos cometê-los amanhã.
Não se julgue inatingível nem infalível.
Todos podem falhar.
Trate os outros com tolerância, para que possa reerguê-los, se errarem.
A perfeição não é desta terra.
Não exija dos outros aquilo que você também ainda não pode dar.

Boa noite.
Como vai seu feriado?
Descansou bem?
Viajou para casa da família?
Dormiu até tarde?
Comeu o que mais gosta?
Conheceu alguém?
Lembrou de alegrar a todos?
Já perguntei se está bem?
Já percebeu que estou com saudade?
Já disse que estou com saudade sua?
Boa noite
Está tudo bem?
Está com saudade de alguém?

Simplesmente Mulher

Oh doce alma, presente dos deuses.
Sedução é seu dom,
delicadeza seu íntimo.
Amante do Amor,
sacrário da vida,
de intuição mágica e essência singela.
Senhora dos homens
quem não te quer?
Beleza divina;
simplesmente mulher!

O pássaro é livre
na prisão do ar.
O espírito é livre
na prisão do corpo.
Mas livre, bem livre,
é mesmo estar morto.

FUNÇÃO DA ARTE E DO ARTISTA

A importância do escritor está, sobretudo, na função que ele exerce de tornar a experiência expressável. Porque a linguagem é o único recurso que o ser humano tem para isso. E tudo o que não é verbalizado nos domina. São aqueles estados obscuros que existem dentro de você e você não sabe o que são, aquele lusco-fusco, aquela coisa meio fantasmagórica. Quando você se expressa, tudo se ilumina e cai sob o teu domínio. Então, uma sociedade que não tem um número suficiente de poetas, romancistas, dramaturgos não é capaz de verbalizar a sua experiência verdadeira. Resultado: cria-se um abismo entre a experiência vivida e a fala. A experiência vivida torna-se obscura, opressiva e incompreensível; e a fala só repete estereótipos. Quando você não sabe o que está acontecendo, você fala do que não está acontecendo. Isso é um estado totalmente esquizofrênico e gravíssimo.

Soneto

Tanta lágrima hei já, senhora minha,
Derramado dos olhos sofredores,
Que se foram com elas meus ardores
E ânsia de amar que de teus dons me vinha.

Todo o pranto chorei. Todo o que eu tinha,
caiu-me ao peito cheio de esplendores,
E em vez de aí formar terras melhores,
Tornou minha alma sáfara e maninha.

E foi tal o chorar por mim vertido,
E tais as dores, tantas as tristezas
Que me arrancou do peito vossa graça,

Que de muito perder, tudo hei perdido!
Não vejo mais surpresas nas surpresas
E nem chorar sei mais, por mor desgraça!

Mário de Andrade
ANDRADE, M. Poesias completas: Volume 2, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2014

Ponho-me a escrever teu nome
com letras de macarrão.
No prato, a sopa esfria, cheia de escamas
e debruçadas na mesa todos contemplam
esse romântico trabalho.

Desgraçadamente falta uma letra,
uma letra somente
para acabar teu nome!

- Está sonhando? Olhe que a sopa esfria!

Eu estava sonhando...
E há em todas as consciências um cartaz amarelo:
"Neste país é proibido sonhar."

Carlos Drummond de Andrade

Medo do desconhecido, parece ser tão normal, mas não é.

A vida parece ter mais sentido quando você consegue dizer ‘eu te amo’, e essa vontade só passa quando você tem alguém pra se apoiar, as vezes até acha uma pessoa errada para dizer essas palavras, não da certo, e você acaba se machucando de novo.

Meu conceito sobre sentimento nunca tem sido o melhor, cada vez eu tropeço e caio, mas o que é amar? Um sentimento tão inútil que nos faz viver as melhores experiencias da vida? Ou apenas um sentimento que damos a quem nos apegamos mais?

E se apaixonar? Não seria a mesma coisa?

Já não sei o que pensar, onde o mundo em que eu vivo se traduz em dizer eu te amo p/ todos que se aproximam, é inevitável criar um relacionamento no qual esse sentimento não pode ser manifestado.

Hoje em dia, o medo é maior. E com ele as esperanças se vão… Meu cansaço é ter que esperar saber qual dos dois eu devo sentir, e esperar que sintam o mesmo. Se amar é ser feliz, eu amo muitas pessoas, espero que isso não afete minha visão, e não me faça cair de novo.

Vai, menina. Desabotoa essa raiva, rasga essa angústia, berra tua indignação. Mas preserve seu coração deste veneno. Não intoxique seu sorriso com essa dor. Chore as lágrimas mais honestas que estiverem embargando tua voz, enrugando tua face, mas livre-se deste entrave.
Vai, menina. O mundo não magoou você, mas a maldade arranjou uma brecha para te atingir. Reposicione-se, retome suas forças, empurre este inverno para bem longe daqui.
Não vês que doer não é pecado? Mas abra espaço para respirar, você ainda pode dançar e crescer. Você ainda pode permanecer onde está ou desaparecer. Você pode fazer tudo o que for cura para tua tristeza, mas não a embrulhe nesta tua delicadeza.
Vai, menina, grite para o vento que já doeu demais, que você quer viver agora outro momento. Que você está pronta para receber a paz.

Saudade de Amar

Deixa eu te dizer, amor
Que não deves partir
Partir nunca mais
Pois o tempo sem amor
É uma dura ilusão
E não volta mais

Se tu pudesses compreender
A solidão que é
Te buscar por aí
Andando devagar
A vagar por aí
Chorando a tua ausência

Vence a tua solidão
Abre os braços e vem
Meus dias são teus
É tão triste se perder
Tanto tempo de amor
Sem hora de adeus

Oh, volta
Que nos braços meus
Não haverá adeus
Nem saudade de amar
E os dois, sorrindo a soluçar
Partiremos depois

O verme

Existe uma flor que encerra
Celeste orvalho e perfume.
Plantou-a em fecunda terra
Mão benéfica de um nume.

Um verme asqueroso e feio,
Gerado em lodo mortal,
Busca esta flor virginal
E vai dormir-lhe no seio.

Morde, sangra, rasga e mina,
Suga-lhe a vida e o alento;
A flor o cálix inclina;
As folhas, leva-as o vento,

Depois, nem resta o perfume
Nos ares da solidão...
Esta flor é o coração,
Aquele verme o ciúme.

Machado de Assis
Falenas. Rio de Janeiro: B. L. Garnier, 1870.

Evolução

Fui rocha em tempo, e fui no mundo antigo
tronco ou ramo na incógnita floresta...
Onda, espumei, quebrando-me na aresta
Do granito, antiquíssimo inimigo...

Rugi, fera talvez, buscando abrigo
Na caverna que ensombra urze e giesta;
O, monstro primitivo, ergui a testa
No limoso paúl, glauco pascigo...

Hoje sou homem, e na sombra enorme
Vejo, a meus pés, a escada multiforme,
Que desce, em espirais, da imensidade...

Interrogo o infinito e às vezes choro...
Mas estendendo as mãos no vácuo, adoro
E aspiro unicamente à liberdade.

Me permita beijar sua boca
tirar sua roupa
despir sua alma
e me atirar
Sentir seu corpo e nele me afogar
Sentir seu cheiro a me excitar
Sentindo os sentidos do pulso me impulsionar
E minha alma a te desejar
Me permita...
Somente tocar.

Fim

Quando eu morrer batam em latas,
Rompam aos saltos e aos pinotes,
Façam estalar no ar chicotes,
Chamem palhaços e acrobatas!

Que o meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andaluza...
A um morto nada se recusa,
Eu quero por força ir de burro.

Dorme o dia,
e a noite vem..
No brilho das estrelas
vejo seu olhar.
Que me faz bem!

De mãos dadas
atravessaremos esses becos, avenidas e estradas
à procura de uma trilha
(sonora)
que nos leve a um canto
(afinado)

Os Dois

Eu sou dois seres.
O primeiro fruto do amor de João e Alice.
O segundo é letral:
É fruto de uma natureza que pensa por imagens,
Como diria Paul Valèry.
O primeiro está aqui de unha, roupa, chapéu e vaidade.
O segundo está aqui em letras, sílabas, vaidades e frases.
E aceitamos que você empregue o seu amor em nós.

Manoel de Barros
BARROS, M. Poesia Completa. São Paulo: Leya, 2011.

Amanhã sera melhor que hoje ..
e assim sera , cada ano que se passa tiramos algo de especial para guardar,
neste, eu descobri que distancia nenhuma separa verdadeiras amizades, que podemos
esperar a verdade das pessoas que menos gostamos ,
Aprendi que crescemos, nunca paramos de descobrir coisas, vi que o melhor amor está
do nosso lado, que as melhores pessoas não são as que nos fazem rir, mais sim as que
nos recebem bem todos os dias, independente do humor, que nos ajudam nas pequenas coisas,
pois nas grandes todo mundo se oferece para dar um apoio ..
Percebi que é impossivel não mentir, mais que é válido uma mentira para o nosso bem,
sem machucar ninguem !
Não percebi, mais senti, que as pessoas mais importantes para mim são aquelas que eu
faço sorrir , que marcam minha vida, que eu considero os MELHORES, e agora sim,percebi
que amar é muito mais sentir do que DIZER !

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