Poemas de quem Deu um Fora

Não se apegue tão violentamente a nada. Todo tolo mantém-se convicto; e todo convicto é um tolo; e quanto mais falho é o julgamento de um homem, maior é sua convicção.

O homem que se domina a si mesmo, liberta-se de um poder que o acorrenta, e que escraviza quase todas as pessoas.

Os muros de pedra não fazem um cárcere, nem as grades de ferro uma jaula, porque o espírito inocente e tranquilo transforma uma prisão numa capela.

Ainda bem que chegamos a um paradoxo. Agora, há esperança de conseguirmos algum progresso.

Dizem que ofendo as pessoas. É um erro. Trato as pessoas como adultas. Critico-as. É tão incumum isso na nossa imprensa que as pessoas acham que é ofensa. Crítica não é raiva. É crítica. Às vezes é estúpida. O leitor que julgue. Acho que quem ofende os outros é o jornalismo em cima do muro, que não quer contestar coisa alguma. Meu tom às vezes é sarcástico. Pode ser desagradável. Mas é, insisto, uma forma de respeito, ou, até, se quiserem, a irritação do amante rejeitado.

Um atleta não pode chegar à competição muito motivado se nunca foi posto à prova.

O dinheiro é um dos fins para se viver feliz: os homens transformaram-no no único fim.

Toda a discussão reduz-se a dar ao adversário a cor de um tolo ou a figura de um canalha.

Quando um estúpido faz algo de que se envergonha, diz sempre que esse é o seu dever.

Um dos maiores prazeres da vida consiste em fazer o que os outros lhe dizem que você não pode.

Um profissional é uma pessoa que consegue dar o melhor de si em um momento no qual ele não se sente particularmente assim.

O Natal... não é um acontecimento, senão uma parte de seu lar que levamos sempre em nosso coração.

Nosso caráter é um presságio de nosso destino, e quanto maior a integridade que temos e mantemos, mais fácil e nobre este destino tem probabilidade de ser.

Todo o fantasma, toda a criatura de arte, para existir, deve ter o seu drama, ou seja, um drama do qual seja personagem e pelo qual é personagem. O drama é a razão de ser do personagem; é a sua função vital: necessária para a sua existência.

Se é mesmo verdade o que os sábios nos dizem e se existe um lugar que nos acolhe (depois da morte), talvez o amigo que acreditamos extinto tenha apenas nos precedido.

Pensais honestamente, e por isso odiais o mundo todo. Detestais os crentes porque a fé é um indicador de estupidez e de ignorância; e detestais os descrentes porque não têm fé nem ideal. Odiais os velhos pelas suas mentalidades ultrapassadas, e os novos pelo seu liberalismo.

Um verdadeiro amigo é o maior de todos os bens e entretanto, é aquele com que menos nos preocupamos em adquirir.

Basta sujar um livro com notas e observações para se adquirir o título de homem de letras.

O tempo dirá tudo à posteridade. É um falador. Fala mesmo quando nada se pergunta.

Descobrem-se maneiras de curar a loucura, mas não se encontra nenhuma para endireitar um espírito louco.