Poemas de palavras
O álcool da meia-noite
Palavras… são elas tais, sem tirar nem por, muitas vezes, razão dos meus ais.
Essas que rastejam pela sombra da noite e não precisam ser verbalizadas para serem ditas.
Proferem algo que o insano fará e o são achará louco.
Vício esse que já não posso largar.
Um tanto contraditório, pois tenho leveza e não sinto mal-estar.
Indiferente, mas ainda assim feliz de um jeito que não sei e até se faz preferível não explicar.
Distópico, convexo e módico.
A dor já não me acomete mais, pois ontem cometi sincericídeo.
Carrego em mim um vazio estranho,
feito de palavras que nunca disse,
e promessas que deixei no vento.
Cada passo é mais pesado,
como se eu fosse feito de erros,
como se o mundo me olhasse em silêncio.
Tentei ser melhor, tentei ser forte,
mas no fundo, sou apenas falha.
Perdido nas sombras do que não posso consertar.
Sei que há dias de sol,
mas hoje, o céu pesa em mim,
como se a chuva fosse parte de quem sou.
Ainda espero o perdão,
mas talvez seja eu quem precise aprender
a perdoar o que ficou para trás.
Eu te amo...
Com todas as palavras que existem no mundo.
Te amo em 7 mil idiomas.
Navegaria mais de 100 mares para te encontrar de novo.
Viajaria os 193 países desse mundo, para te ver.
6 continentes seriam poucos para parar meu amor por você.
Em meio 3.834 bilhões de pessoas que vivem no ES eu encontrei você.
Minha oitava maravilha desse mundo, não consigo viver sem você
Abrigo do Coração
A vida passa, não devolve
As mãos que um dia nos tocaram,
As palavras que o vento levou
E os olhares que se apagaram.
Não volta o abraço apertado,
Nem o riso que ecoou distante,
Mas cada lágrima e cada sorriso
Ficam guardados em um instante.
Nas dobras do tempo que voa,
No coração, um canto escondido,
Levamos conosco as lembranças
De tudo o que foi vivido.
E mesmo que o caminho mude,
Mesmo que o tempo corra em vão,
Há um lugar que nunca se perde:
O eterno abrigo do coração.
Algo bonito (são palavras que sinto)
Faz um tempo que eu queria escrever algo bonito, algo que compreendesse o que tenho sentido. Precisava ser muito, muito bonito! Porque tenho me percebido muito, muito amada. Mais que muito, mais que demais. Algo que lembrasse um salmo. Algo transbordante - de paixão, de diversão, de paz.
Me vi sem saber por onde começar. Como expressar o tamanho do Teu amor, meu Senhor? É inefável; é sempre maior do que conheço. No dia calmo, na noite turbulenta; no silêncio, na celebração e no lamento; o Senhor sempre está lá. Ou melhor, sempre está aqui! Tão constante, tão certo, tão seguro. Gentilmente essa verdade cresce em mim e me leva a querer expressar algo bonito, bonito assim.
Eu só não enlouqueço ao me render diante de sua beleza,
E me entrego a constantes palavras de elogios,
Tentando chamar sua atenção, gritando para o mundo como és linda,
Que não existe nada igual à sua perfeição.
Muito embora sua beldade seja realmente indiscutível,
Sua alma é ainda mais bela que todos os sopros, fagulhas e centelhas divinas.
Você me encanta de maneiras que as mais belas palavras
E as mais sublimes poesias não conseguem definir com exatidão,
Para serem dignas de sua perfeição!
Há uma sombra no palco,
os olhos vazios, o corpo de pedra,
repete as palavras como quem mastiga silêncio,
e a multidão segue, sem ver o caminho.
Há música no ar,
não de flautas,
mas de cordas gastas que rangem,
e eles dançam,
dançam como folhas no vento,
sem perguntar para onde os leva a corrente.
O abismo espera.
As bocas sorriem, as mãos caem,
há corpos que já se foram,
mas ainda seguem os outros,
com o brilho de uma fé cega
ou de um desespero antigo.
Quem os ouve, quem os vê?
Só o vento, que leva tudo
antes da queda final.
O que tem mais peso contra um 38?
Palavras?
Brigas?
Ou talvez um convite para tomar um café?
Bem, se for a noite, pode ser um convite para tomar uma dose.
Entre meias palavras
Entre meias palavras
se cria abismos
Que separa almas
Confunde corpos
E nos deixa só!
Com meias palavras...
À Espera de Alguém.
Na vida, cruzei palavras com muitos,
Trocando minutos por silêncios sem retorno,
Horas perdidas em ecos vazios,
Enquanto o tempo risca meu rosto com linhas invisíveis.
Não guardo rancores por partidas sem adeus,
Sem traição, sem porquês – só sumiram.
Mas ainda anseio por alguém que entenda o valor do afeto,
Que troque pressa por presença e palavras por gestos.
Não peço mundos, nem promessas douradas,
Apenas inteligência, autenticidade e riso.
Procuro um amigo em todas as estações,
Alguém que saiba ser abrigo, nos dias claros e nas tempestades.
Quero dividir sonhos com quem também deseja o céu,
Alguém que enxergue progresso em cada passo,
Que não tenha medo de ser grande e voar longe,
Mas que, sobretudo, seja raiz – mesmo quando distante.
Estou cansado de implorar por migalhas de atenção,
Carregando o peso da esperança nas costas.
A cada oração, peço um milagre simples:
Que o amor encontre meu endereço e seja bênção.
Mas a fé enfraquece quando o coração cansa,
E meus olhos já não enxergam promessas.
Por mais que eu tente, acreditar em alguém
Tem sido um fardo, um labirinto sem saída.
Então sigo, entre palavras não ditas e noites insones,
Ainda esperando que, um dia, em meio à multidão,
Apareça quem me faça acreditar de novo,
E transforme a espera em encontro, a prece em paz.
O que realmente conta é o que fica quando tudo o mais se desfaz. As palavras dos outros, os títulos que nos dão, são sombras de um jogo que o tempo apaga sem esforço. No fim, o que sobra é o que sempre foi, aquela parte de nós que não se altera com as mudanças do mundo. E eu permaneço. Não sou moldado pelos nomes que me impõem, nem pelos olhares que me pesam. Sou aquilo que sou, e isso basta.
Não é teimosia manter-me assim. É antes uma certeza, uma verdade silenciosa que dispensa aplausos. Não preciso de aprovação, de ser mais ou parecer outro. Ser é o suficiente. Ser, sem procurar adornos, sem correr atrás de uma imagem que não me pertence, é a única coisa que faz sentido. O resto são máscaras que o vento leva, sem deixar rastro.
A constância em mim não é imobilidade. É uma firmeza tranquila, a tranquilidade de quem não se aflige com o que é transitório. O que sou já me basta, porque conheço a minha essência, e nada fora de mim a pode mudar. Nessa simplicidade, encontro liberdade. Não há pressa, não há necessidade de ser mais. Ser, só ser, já é uma plenitude. O que sou é completo por si só, sem precisar de artifícios, porque a maior liberdade é não precisar de nada para ser quem sou.
Farpas de amor
Trocam farpas, olhares, espinhos,
Palavras que ferem, seguem sozinhos.
Um tentando ao outro calar, ferir,
Como se a dor fosse fazê-los partir.
Ela o acusa, ele rebate,
E entre as frases, o orgulho abate.
São dores ditas, são mágoas veladas,
São noites longas, almas cansadas.
Mas no fundo do peito, em meio ao escuro,
O que desejam é um porto seguro.
Querem a paz que só o outro traz,
No calor do abraço, no toque da paz.
Cada frase áspera, cada ironia,
Esconde o desejo de uma sintonia.
Pois sabem bem, no fundo, no fundo,
Que o amor é abrigo e silêncio profundo.
Então se olham, coração em lamento,
Sabem que o amor é também acalento.
E após as farpas, as brigas, o chão,
Renasce o amor na palma da mão.
Pois o que seriam sem esse ardor?
Sem cada troca, sem dor e amor?
Amam-se assim, sem meio-termo,
São chama e calma, lar e devaneio.
Amy,
se ao menos soubesses ler os silêncios que deixei entre as palavras talvez visse o amor que escondi.
as noites aqui são tão frias e vastas quanto os campos de neve que se estendem ao meu redor, às vezes, parece que o vento sussurra o teu nome, como se tentasse trazer de volta a lembrança do calor que deixei para trás quando parti de teus braços.
há algo nos céus daqui, uma escuridão que engole até mesmo as estrelas, deixando só um brilho pálido, e distante, tento encontrar consolo nesses pequenos pontos de luz, mas cada um parece mais um lembrete de que estou longe de ti, de que deixei para trás o que de mais precioso havia em meu mundo, a guerra não cessa, os dias e as noites se misturam e eu escrevo como quem tenta não ser esquecido.
sinto que as palavras são frágeis demais para dizer o que há dentro de mim, mas espero que possam atravessar o gelo que nos separa, assim como o meu coração atravessa cada uma dessas noites sombrias.
entre cada linha que escrevo, deixo espaço para o que não consigo dizer, na esperança de que um dia, ao lê-las, encontres o que sempre guardei.
com ternura,
R.D.
Amo compartilhar o que sinto, amo transformar em palavras as pessoas e momentos que passam pela minha vida, cada detalhe, cada lembrança. Vivo de intensidade, de gestos que marcam e de sonhos que carrego no peito.
E, talvez, por isso, ainda dou atenção a quem aparece quando quer, a quem chega inesperado, mesmo que seja para relembrar velhos sonhos que já foram guardados.
Mas a verdade é que eu me canso de mensagens vazias, de conversas que surgem na madrugada sem propósito algum, de um "e aí, sumida" que não significa nada, de quem diz que me viu por acaso mas nunca se lembra de mandar um simples "bom dia," de quem nunca convida para compartilhar um café, uma risada, ou até o silêncio de uma companhia sincera.
Se é para ser assim, prefiro meu tempo guardado, minha paz intocada. Não tenho espaço para quem chega sem verdade, sem constância, sem a vontade de ficar. Então, poupe seu tempo e o meu, porque a minha atenção é para quem sabe cuidar dela e me quer na vida para sempre.
MARCAS DOS TEMPO
Palavras jogadas ao vento,
Sonhos dispersos no tempo.
O que mudou de ontem pra hoje?
Um corpo cansado, uma mente em silêncio.
A noite fria foi apenas um passo,
Não era o desafio maior a vencer.
Pois o dia que surge à minha frente
Traz um temor difícil de conter.
Não é o frio que faz meu corpo tremer,
Mas um medo sem nome, sem razão,
A poeira que dança no chão seco
Carrega o sussurro da escuridão.
Olho à direita, olho à esquerda,
Vejo uma sombra que hesita e para.
Perdida, sem rumo, sem pressa de andar,
Reflete um coração que já não dispara.
Mas então, ao terceiro baque no peito,
Sinto o antigo pulsar renascer,
Como se o medo me trouxesse à vida,
E afastasse de vez o temor de morrer.
"Palavras belas, fome que rói
Indigente, sem voz.
No sinal, bala, terra estranha,
Onde não se é visto.
Desvairado, honra a pouco preço
Coração cansado, alma ferida.
Poeta, pobre, sem já pertences,
Reclamaram seus versos."
Tua resposta me machucou, meras palavras mesmo que pensadas feriram meu ser.
Angústia e remorso me tomaram, aceitar sua rejeição doía, pois no dia fui o mais sincero com meus sentimentos e no fim foram pisados.
No fim desisti de ti, se eu realmente a amava, tinha que deixar parte. Compreende que não era pra ser eu, com o tempo esse sentimento se esvaiu com a dor que você deixou.
Gostei de entender meu sentimento, o amor que lhe ofereci, o não que recebi e a dor que me consumiu e que com o tempo sumiu.
E, como forma de agradecimento, torço para que um dia você encontre alguém que a ame mais do que eu amei, alguém que possa lhe fazer feliz. Que, no futuro, eu possa ver a alegria iluminar seu rosto ao lado de outra pessoa.
Que ele tenha prazer em acompanhar suas danças, observe seus ângulos mais bonitos, mergulhe nas suas longas conversas e sorria ao som das suas risadas.
Que essa pessoa contemple o teu desabrochar em cada nova manhã, belo girassol.
Que sua existência seja como se fosse palavras escritas no caderno com significados, e que nunca se acabe, apesar do tempo.
O presente é como uma semente plantada em seu coração, você precisa regá-la para dar bons frutos ou "Flores".
"As palavras são como as pilhas na lanterna, e a poesia é luz pra vida, vamos ser a lanterna carregados de palavras para iluminar o mundo..."
PauloRockCesar
