Poemas de Mario Quintana sobre Maes

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Sempre preferi deixar dezenas de mulheres esperançosas do que uma só desiludida.

Mãe, são três letras apenas as deste nome bendito
Também o céu tem três letras e nelas cabe o infinito.

“As pessoas não se precisam, elas se completam… não por serem metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida. O segredo é não cuidar das borboletas e sim cuidar do jardim para que elas venham até você.”

"Você procura por alguém que cuide de você quando está doente, que não reclame em trocar aquele churrasco dos amigos pelo aniversário da sua avó, que jogue “imagem e ação” e se divirta como uma criança, que sorria de felicidade quando te olha, mesmo quando está de short, camiseta e chinelo."

Há duas espécies de livros: uns que os leitores esgotam, outros que esgotam os leitores.

Mario Quintana
Caderno H. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.

(...) até que um dia, por astúcia ou acaso, depois de quase todos os enganos, ela descobriu a porta do labirinto. (...) nada de ir tateando os muros como um cego. Nada de muros. Seus passos tinham - enfim! – a liberdade de traçar seus próprios labirintos.

Não te abras com teu amigo Que ele tem um outro amigo tem e o amigo doteu amigo possui amigos também...

As pessoas sem imaginação podem ter tido as mais inprevistas aventuras, podem ter visitado as terras mais estranhas. Nada lhes ficou, nada lhes sobrou, uma vida não basta ser vivida: também precisa ser sonhada.

Não importa saber se a gente acredita em Deus: o importante é saber se Deus acredita na gente...

Desconfia da tristeza de certos poetas. É uma tristeza profissional e tão suspeita como a exuberante alegria das coristas.

Mario Quintana
Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2006.

O homem – eternamente escravo de suas paixões pessoais – é absolutamente incapaz de imparcialidade.

Quando um amigo morre, uma coisa não lhe perdoamos: como nos deixou assim sem mais nem menos, assim no ar, em meio de algo que lhe queríamos dizer ou – pior ainda – em meio do silêncio a dois no bar costumeiro? Que outros hábitos, que outras relações terá ele arranjado? Que novas aventuras ou desventuras de que não nos conta nada?

Mario Quintana
A vaca e o hipogrifo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.

"Enquanto o mundo ri e se diverte da vida
eu aqui sem razão, que me obriga a viver com o coração na mão !"

Qualquer um pode se tornar um poeta quando está amando, o duro é ter que se fazer de um justamente por não estar.

Velha história

Era uma vez um homem que estava pescando, Maria. Até que apanhou um peixinho! Mas o peixinho era tão pequenininho e inocente, e tinha um azulado tão indescritível nas escamas, que o homem ficou com pena. E retirou cuidadosamente o anzol e pincelou com iodo a garganta do coitadinho. Depois guardou-o no bolso traseiro das calças, para que o animalzinho sarasse no quente. E desde então ficaram inseparáveis. Aonde o homem ia, o peixinho o acompanhava, a trote que nem um cachorrinho. Pelas calçadas. Pelos elevadores. Pelos cafés. Como era tocante vê-los no “17”! – o homem, grave, de preto, com uma das mãos segurando a xícara de fumegante moca, com a outra lendo o jornal, com a outra fumando, com a outra cuidando do peixinho, enquanto este, silencioso e levemente melancólico, tomava laranjada por um canudinho especial… Ora,um dia o homem e o peixinho passeavam na margem do rio onde o segundo dos dois fora pescado e eis que os olhos do primeiro se encheram de lágrimas. E disse o homem ao peixinho: “Não, não me assiste o direito de te guardar comigo. Por que roubar-te por mais tempo ao carinho do teu pai, da tua mãe, dos teus irmãozinhos, da tua tia solteira? Não, não e não! Volta para o seio da tua família. E viva eu cá na terra sempre triste!…”. Dito isso, verteu copioso pranto e, desviando o rosto, atirou o peixinho n’água. E a água fez um redemoinho, que foi serenando, serenando… até que o peixinho morreu afogado…

Vida
Só a poesia possui as coisas vivas. O resto é necropsia.

( in: Caderno H, (1945-1973), Porto Alegre: Editora Globo, 1973.)

Dos leitores

Há leitores que acham bom tudo o que a gente escreve. Há outros que sempre acham que poderia ser melhor. Mas, na verdade, até hoje não pude saber qual das duas espécies irrita mais.

Mario Quintana
Caderno H. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.

Fisiognomia
Há longos narizes pensativos que parecem estar pescando. São uns introvertidos, uns inofensivos... O diabo são esses narizinhos arrebitados, sempre se dando conta de tudo.

(in: Da Preguiça como Método de Trabalho, 1987.)

“Porque a poesia purifica a alma
...e um belo poema — ainda que de Deus se aparte —
um belo poema sempre leva a Deus!”

Texto extraído do livro "Nova Antologia Poética", Editora Globo - São Paulo, 1998, pág. 105.

“Enquanto isso, Deus, que afinal é clemente, Põe-se a cogitar na criação. em outro mundo, De uma nova humanidade - sem livre-arbítrio”...

(trecho do livro em PDF: Baú de Espantos)