Poemas de Mario Quintana sobre Maes
Visto de cima, onde moram os deuses, a Terra é um micróbio. Visto de dentro, eu sou a bactéria da molécula do piolho da pulga do elétron do átomo da menor célula do micróbio, que escapa do olhar do microscópio. Afora isso, considero-me grandioso.
Deitado na cama visitei Cairo, Roma, Marraquexe, Budapeste e Paris. Andei pelos quatro cantos do mundo, escalei o Everest, surfei no Havaí, cacei rinocerontes nas savanas africanas, pesquei marlins no alto mar de Havana, separei-me de Audrey Hepburn e me casei com Mariinha, a menina mais bonita da sala de aula.
Quando me levantei da cama o quarto era o mesmo, a casa era a mesma e o mundo era apático, distante, fosco e indiferente. Estava atrasado, havia perdido o metrô das onze, apenas porque passei da hora, inerte no leito quieto, batendo as asas e planando no teto do quarto.
A noite levou de mim o sonho. Quando acordei, estava com uma lacuna na alma, como se tivesse sido roubado.
Não busque ser feliz. Procure não ser infeliz. É na não infelicidade que a alma encontra a felicidade.
Se está certo Schopenhauer que “viver é sofrer”, sei que estou amadurecendo na vida, quando tenho sofrimentos novos.
Meus mortos não estão no passado. No passado estão meus vivos. Meus mortos estão no futuro, que é para lá que eu vou, quando também desaparecer
Conheci alguém que queria amar tanto alguém, mas tanto, tanto, tanto... Que morreu sem amar ninguém
A gente devia ter errado menos, falhado menos e compreendido mais. A gente devia ter nascido com mais idade
Escoltei o tempo até as cercanias da infância,
pois no território da meninice o tempo não me passa mais
Após o instante que passa, aproveito o intervalo para colocar em versos, antes que o piscar das pálpebras apague com o chegar do instante próximo, o que o ido momento me legou.
Eu e meu neto, juntos, brincamos de infância, explorando o mundo com olhos de criança, que os adultos esqueceram de ver
Agradeço aos meus erros pretéritos, pois eles me permitem continuar errando erros novos. Os erros são a alfabetização da alma.
Quem se culpa por ter errado ou falhado não é uma pessoa humilde. Somente os arrogantes insistem em serem perfeitos e infalíveis, enquanto somente os tolos e os ignaros repetem os mesmos erros
Sempre fui curioso, abelhudo e bisbilhoteiro. Por isso ando pelo mundo cascavilhando no chão da vida versos que ainda não foram encontrados.
Todo poeta é um garimpeiro do invisível e do abstrato
É comum se dizer: "se eu fosse jovem com a cabeça de hoje erraria menos". Mas só se pode ter a cabeça de hoje porque erramos enquanto jovens, e se não errássemos os erros dos jovens não teríamos hoje a cabeça que temos.
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