Poemas de Luto
Eu já estou morto.
Ao escrever este poema, sou apenas um cadáver que teima em segurar a caneta.
Não sei o dia, nem a hora de quando eu morri —
talvez na juventude, talvez no primeiro verso, talvez no primeiro amor que não me amou.
E é isso.
Estou morto, e não há mais volta.
Ninguém chorou.
Não houve velório, nem lamentos, nem lápide com meu nome.
Morri e continuei vivo, preso ao corpo como se ele fosse meu.
Sem céu, nem inferno.
Após a morte, só há o hábito de existir,
onde meu cadáver se senta a escrever
como quem cava a própria cova
com uma colher de chá.
Continuei a fazer as coisas de quem vive:
amar sem saber o que é amor, crer sem fé, desejar sem saber por quê.
Morto, mas não suficientemente;
vivo, mas não inteiramente.
Sem saber se invento a vida ou se ela me inventa.
Morri sem testemunhas.
Nenhum mau cheiro, nenhum adeus, nenhum vestígio.
E o pior: nem eu mesmo percebi.
Beira-mar (Poema-canção)
Ah, sofrido beira-mar,
Quem vem sem o eu
Pra amar, se faz o desfaz sem reluz.
Ah, pare de queimar
O meu amor pra me desligar.
Vem do aomirante andar,
Sobre as águas, largar...
Ah, sofrido beira-mar,
Vem de novo me achar,
Pra poder lhe esquecer.
Vai, seguindo aomigrante,
E a lua minguante,
De tanto aguardar...
Você.
Impossível lhe esquecer,
Por mais que tento,
Não dar pra tentar.
Vem, noite brilhante,
Que passou no instante
De cada amor...
Parapararaparaapararararapara
Parapararaparaapararararapara
---
Vem, balançar na minha rede,
Que me mata de sede;
E que é lua minguante,
Dá de ver todo o mundo de cá.
Volta, meu amor, me amar...
Quase todo dia, estou a esperar
Mudes minutos pra mim,
Notas que sou assim,
Pra não ficar.
Amor, ao balançar-me contigo,
Contudo dispostas
A me separar... voltes amiga, colega —
Amiga, poeta, poesia que está no meu coração,
O que falta: a noção do tempo
Que estou sem você...
F. E. este poema é para você!
Te reencontrar, foi um presente do destino, um momento mágico, parecia que já estava escrito.
Seu beijo é uma combinação perfeita entre suavidade e sutileza, transmitindo emoção e carinho, despertando sentimentos e intenções, num ritmo envolvente e infinito.
Seu carinho é genuíno, seu toque, suave, sua mão macia, delineando cada parte do corpo, como se estivesse mapeando a minha geografia.
Seu olhar é intenso, verdadeiro, admirando contente tudo aquilo que via, observando cada detalhe atentamente.
Sua boca é doce, delicada e macia, proferindo palavras sinceras, pronunciando elogios, me transportando para o céu, nas nuvens, vendo estrelas.
Seu abraço é apertado, gostoso e confortável, me levantando, me tirando o chão e aquecendo meu coração.
Sua presença aqui foi maravilhosa, sua conversa sempre boa e agradável, me fazendo sorrir, me sentindo bem, com seu jeito tão amável.
Eu amei te ver, vou guardar no coração os momentos vividos, a lembrança dessa noite inesquecível.
F.E. este poema é para você! Saiba que deixou saudades e em breve, quero te rever.
Nada é perfeito
Abaixo do céu,
A palavra aponta o erro
E eu falhando
No amor
Na poesia
E a vida não faz sentido
Se tudo é vaidade.
O quarto era pouco revelado
pela penumbra,
minha mão que escrevia
poesias em sua cintura,
nem se importava
pela roupa jogada nessa altura.
Ela que estava de olhos serrados,
prestes a entrar no teu sétimo sono.
Ainda falava comigo,
de voz abafada pelo peso do sono,
mas carregada de carinho.
Me pedia cafuné,
no meio de todo
aquele cabelo de pé.
Por ora.
passo pelo vale da baixa autoestima.
Por ora,
não há poesia que me salve.
Por ora,
somente eu mesmo
que tenho esse alcance.
A poesia transborda em minha alma,
Em cada palavra, um novo sentimento,
A cada linha, uma nova história é escrita
MAGIA DA POESIA (soneto)
No versejar doloroso, não diviso
dor alguma, é sentir e recontar
tem, choro e riso, céu e paraíso.
Todo um sentimento a poetizar
Também, um momento conciso
vindo d’alma, percebo, entanto.
No soneto triste, há um indeciso
verso de alegria e de um encanto
Uma dualidade, é dentro, é fora
embora, surgirá sempre a aurora
e uma ilusão pincelada na poesia
O canto, se com pranto, saudade
com o sorrir é cheio de felicidade
para bordar a poética com magia.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
15 junho, 2025, 14’24” – Araguari, MG
Poema de Como te vejo!
Eu te descrevi, te toquei, te criei em mim!
Este é um Poema de como te vejo, de como te tenho, de como te sinto!
Um dia fresco, com chuva revigorante.
Tão livre, uma liberdade tão gritante e leve, quanto a essência do vento.
Essa força, misturada com energia e coragem.
Um calor que aquece o todo e uma breve melancolia que me encanta.
Sempre forte, mas tão frágil, que tenho vontade de te abraçar quando vejo os seus olhos que desvendam o universo, aqueles olhos que descobrem o mundo pela primeira vez, com uma brisa leve de puridade.
Tantas sensações, mesmo quando não fala nada, eu sinto tudo.
Daquelas que tocam e você sente a alma.
Essa conexão, um pertencer tão calmo e belo, mas que muitas vezes me pegam com devasta imensidão.
Transborda, preenche, tudo sente.
Com todo meu interior, no amor, onde te amo mais que tudo!
Obrigada por me despertar tantas sensações!
Sobre poesia.
Serei poesia mesmo quando a dor for um degrau que sempre impede, buscarei palavras positivas em todas situações. Sou verso que sempre fala, palavra que sempre espera por encontros.
Eu sou rima, sou poesia.
Eu sou um furacão.
Mais este lado só depende de vc querer apertar o botão.
Para que eu escreva poesia que não seja política,
devo ouvir os pássaros, e para ouvir os pássaros,
os aviões de guerra devem estar silenciosos.
A poesia que de mim deixo para o meu amor
Quantas vezes estive a te procurar?
Não sei, não parei para contar
Não percebi que te procurava.
Não sabia por onde olhar
Te queria sem saber,
Te esperava sem querer
te amava sem pensar
Me sinto teu.
Do amor que tive:
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure
Que eu não perceba dele o tempo voar
Que a chama queime como se fosse a última
Madeira a perdurar
Não sei se é passageiro, se é amor ou se é apenas amizade
Apenas sei que mais do que tudo que quero te esperar independente do tempo voar
Afinal
Por ti vou me doer amar, teu silêncio vou me esforçar para respeitar,
Não vou sequer perguntar a razão mas meu carinho você vai ter
E caso a tristeza venha te dominar,
Dar-te-ei o meu coração,
Farei de tudo para que do seu lado eu consiga estar
Eu amo você mesmo sem você me amar
Há uma Poesia secreta no Mundo que se descortina apenas para os iniciados nos Arcanos da Vida. Há um sentimento secretamente idílico para os idilicos.
Há mistérios secretos, somente para os secretos. Existem enigmas ocultos, apenas para os "escondidos".
O próprio Universo é uma vasta e macro-cósmica sala iniciática. E, ao eterno aprendiz, vai se desmistificando esses encantos, à medida em que transita pelos degraus da existência universal. À medida em que sente o fluxo de cada substância e de cada ser. Inclusive o próprio. Ele bebe da fonte da vida que jorra do âmago de seu ventre, e entra em constante êxtase pelo prazer reservado apenas aos sensíveis. E bem-aventurados esses sensíveis, que foram convidados pelo Sumo-Sacerdote Destino, a se alimentarem do mais puro néctar tanto do saber atômico quanto do saber macro-cósmico, dentro deste santuário universal - O Mundo.
Às 14:23 in 16.06.2025”
Poema a mulher amada
Voe
Brilhe
Seja feliz
Faça tudo àquilo que pretender
Jogue-se para a vida
Ame
Viva
Sorria
Seja intensa nas coisas de que goste
Acerte
Erre
Mas saiba que:
Quando o vento bater no seu rosto, sou eu que estou a te acariciar
Quando o sol esquentar a sua pele, sou eu que estou a te aquecer
Quando você na cama deitar, sou eu que estou a te abraçar
Quando você chorar, quero tuas lágrimas secar
E quando você sorrir, o mundo estará mais iluminado
Reagir com poesia
Derramando um punhado
De versos de amor
Ou o que seja,
Tenho palavras e ditados
Tenho histórias para contar
Do ontem ao hoje
E ainda sobra espaço
Para imaginar o amanhã.
Cada poesia que escrevo
fala de você
porque todas as palavras que
permeio por entre as linhas
fala de amor.
Sueli Matochi
CORAÇÃO FERIDO (soneto)
A poesia geme e a saudade murmura
No verso. Tão impaciente que parece
Um cântico, árdua toada, uma prece
Atulhando o versejar com desventura
Largando a imprecisão como messe
Aonde nas rimas a cólera configura
Então, a inspiração ruge, ó amargura!
É um aperto que da tentação floresce
Soa tom túrbido, convulsivamente
Trêmulos versos saem ferozmente
Por entre as mãos, sombria aurora
Roga o sentido nestes versos feridos
Com lastimas, sentimentos partidos
De um coração que pulsa e chora!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
18 junho, 2025, 18’23” – Araguari, MG
