Poemas de Karl Marx sobre I Homem
Disputa
Hoje disputei com o céu
Quem faria a maior chuva
Ele ficou todo escuro
Apelou, jogou sujo
Mas seus raios e trovões
Não eram maiores que minhas decepções
E para seu espanto
Sua tempestade foi garoa
Perto de meu pranto.
Tarda, mas não falha.
A saudade é canalha
Machuca e afaga
Nos pega e não larga
Tarda, mas não falha.
Chega e estraçalha
Pisa, esmaga
Tem alma amarga
Mas é dor que me valha.
Diminuta.
Eu sustenido,
Você bemol.
Encontremo-nos em um tom,
Seja Lá ou cá,
Talvez em Sol.
Eu maior,
Você menor.
Será minha terça?
Procuro-lhe nas escalas
Por favor, apareça!
Eu grave,
Você aguda.
Nota que eu não encontro.
Talvez diminuta
Ou nota muda?
Chama
Chama
Que eu vou
Chama
Que aquece
Chama
Que eu sou
Chama
Que queima
Chama
Não vou
Chama
Que apague!
Chama
Não ouço
Não chama
Esquece
Amor literário
Somos palavra.
Ora somos hiato,
Ora ditongo.
Sou consoante.
Ela, semi(nua)vogal.
Fazemos elisões
Isolados entre parênteses.
Nossa vida é conjugar-se,
Tornar-se verso.
Sustentabilidade
O mundo é insustentável
Produz em grande quantidade
Muito mais do que se come
Grande parte perde a validade
Enquanto muitos passam fome
Bem-me-quer
Colhi uma flor no jardim
Ela relutou e nasceu em meio ao capim
Mas não poderia entregá-la assim
Tirei-lhe todas as pétalas malmequer
Para que, ao cair de cada pétala,
Saibas o quão-bem-te-quero.
Parasita
Não amo você
Apenas amo
Se um dia
Desaparecer
Meu amor encontrará
Outro hospedeiro
Para viver
Questão de tempo
Acredito, sim
Que um dia
A vida vai mudar
E se hoje
Só posso te dar uma flor
Sei que um dia
Poderei te dar
Um jardim
Loucura, loucura...
"- Ele é poeta. É louco."
Já ouvi isso
E não foi pouco.
Realmente,
Estar são
É fazer bombas
Ou derrubar um avião.
E (claro!)
Eu, poeta,
É que estou doente.
Lado de fora
Somos pássaros
Presos em uma gaiola
E quando um de nós
Sai pela porta
Nos entristecemos
Porque não sabemos
O quanto é bom
Estar do lado de fora
Paraíso
Se existe o paraíso
Ele se esconde
Em algum sorriso
Talvez no seu
Quem sabe no meu
Ou no que eu mais gosto:
Na soma deles
O nosso
Bem-te-vi
Se fosse um passarinho
Queria ser um bem-te-vi
Para que bem-me-visses
Como bem-vejo-a-ti
Ou, então, um beija-flor
Para que minha vida
Dependesse de te dar um beijo
E de todo o teu amor
Ressaca
O amor é como o álcool:
É bom quando entorpece,
Mas é inflamável e,
A qualquer momento,
Pode te explodir
Por dentro.
A embriaguez é pacata,
Difícil é a ressaca.
Crime sem suspeito
Se um amor está acabado
Nenhum dos dois
Precisa ser o canalha
Ou estar errado
Basta manter o respeito
E ser sensato
Para saber que o melhor
É cada um para o seu lado
Não é falta de amor
Talvez nem dê para entender
Mas às vezes a gente muda
Mesmo sem querer
Dependente químico
Uma nova paixão
Para quem já foi amado
É como uma droga
Para um ex-viciado:
Dane-se a dependência!
Ninguém suporta a abstinência
Se um drogado for
Que se entorpeça de amor
Em vez de carência.
Daqui para não se sabe onde
Cá estou novamente
Na janela do ônibus
Vendo como a vida
Passa de repente
O ônibus continua adiante
Numa velocidade constante
Mas será que estamos mesmo
Indo para frente?
Tente você também
Ah, como eu sonhava!
Sonhei, sonhei...
E só. Eu só sonhei
Na hora de realizar: dancei
Não acordava
Não me movimentava
Como iria realizar?
Eis que um dia decidi levantar
Apertei a mão da vida
E percebi que era hora de lutar
Para o sonho virar concreto
Não é que deu certo?
Deixo andar
Se me perguntar
Como darei
O próximo passo
Não saberei
Vivo assim:
Deixo o corpo
Andar sozinho
Se eu pensar
Em andar
Sei que cairei
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