Poemas de Freud

Cerca de 120 poemas de Freud

A vida, tal como a encontramos, é árdua demais para nós; proporciona-nos muitos sofrimentos, decepções e tarefas impossíveis. A fim de suportá-la, não podemos dispensar as medidas paliativas. ‘Não podemos passar sem construções auxiliares’, diz-nos Theodor Fontane. Existem talvez três medidas desse tipo: derivativos poderosos, que nos fazem extrair luz de nossa desgraça; satisfações substitutivas, que a diminuem; e substâncias tóxicas, que nos tornam insensíveis a ela. Algo desse tipo é indispensável. Voltaire tinha os derivativos em mente quando terminou Candide com o conselho para cultivarmos nosso próprio jardim, e a atividade científica constitui também um derivativo dessa espécie. As satisfações substitutivas, tal como as oferecidas pela arte, são ilusões, em contraste com a realidade; nem por isso, contudo, se revelam menos eficazes psiquicamente,
graças ao papel que a fantasia assumiu na vida mental. As substâncias tóxicas influenciam nosso corpo e alteram a sua química.

A vida, tal como nos coube, é muito difícil para nós, traz demasiadas dores, decepções, tarefas insolúveis. Para suportá-la, não podemos dispensar paliativos.

"Não se deve ser mesquinho com o afeto; o que se gasta das reservas é renovado pelo próprio ato de gastar".

⁠Um neurótico é incapaz de aproveitar a vida e de ser eficiente – incapaz de aproveitar a vida porque sua libido não é dirigida a nenhum objeto real, e incapaz de ser eficiente porque é obrigado a dispensar uma grande quantidade de sua valiosa energia para manter sua libido reprimida e para repelir seus sobressaltos.

Sigmund Freud
Terapia analítica. In: Edição Standard das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Vol. XVI. Rio de Janeiro: Imago, 1976.
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⁠⁠A única pessoa com quem você tem que se comparar, é com você no passado. E o único filho por melhor que deveria ser, é quem você é agora.

Deixa de lado todos os seus afetos e também sua compaixão humana e concentra as suas forças espirituais numa única meta: realizar a cirurgia o mais de acordo possível com as regras da arte.

Um sonho de uma criança é uma reação a uma experiência do dia precedente, a qual deixou atrás de si uma mágoa, um anelo, um desejo que não foi satisfeito. O sonho proporciona uma satisfação direta, indisfarçada, desse desejo.

O homem enérgico e vencedor é aquele que pelo próprio esforço consegue transformar em realidade seus castelos no ar. Quando este resultado não é atingido, seja por oposição do mundo exterior, seja por fraqueza do indivíduo, este se desprende da realidade, recolhendo-se onde pode gozar, isto é, ao seu mundo de fantasia, cujo conteúdo, no caso de moléstia, se transforma em sintoma.

Sigmund Freud
Cinco lições de psicanálise, vol XI

Contra todas as provas de seus sentidos, um homem que se ache enamorado declara que ‘eu’ e ‘tu’ são um só, e está preparado para se conduzir como se isso constituísse um fato.

É realmente pensamento natimorto mandar as mulheres à luta pela existência, exatamente como se fossem homens. Se, por exemplo, eu imaginasse minha gentil e doce filha como competidor, terminaria por dizer-lhe, como fiz há dezessete meses, que gosto dela e que lhe imploro que se retire da luta, vindo para a atividade calma e sem competição de minha casa.

O homem enérgico e bem sucedido é aquele que consegue transmutar as fantasias do desejo em realidades.

Quase parece como se a análise fosse a terceira daquelas profissões 'impossíveis' quanto às quais de antemão se pode estar seguro de chegar a resultados insatisfatórios. As outras duas, conhecidas há muito tempo, são a educação e o governo.

Sigmund Freud

Nota: Sigmund Freud (1856-1939) (1937, ESB, XXIII, p.282)

Minha cultura e minhas conquistas são alemãs. Intelectualmente considerei-me alemão até perceber que os preconceitos antissemitas iam aumentando na Alemanha e na Áustria. A partir daí, deixei de me considerar alemão. Prefiro definir-me como judeu.

⁠As crianças amam em primeiro lugar a si próprias, e apenas mais tarde é que aprendem a amar os outros e a sacrificar algo de seu ego aos outros.

Sigmund Freud
Conferências introdutórias sobre psicanálise (partes I e II) (1915-1916). Rio de Janeiro: Imago, 1996.
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⁠O ego tem a tarefa de fazer com que a influência do mundo exterior contrabalance o id e suas tendências, além de tentar substituir o princípio do prazer, segundo o qual o id opera, pelo de realidade. No ego, a percepção assume um papel que no id pertence ao instinto.

Sigmund Freud
LOWEN, Alexander. O corpo em terapia. São Paulo: Summus, 1977.

⁠Todos os sonhos têm o sonhador como centro. Os sonhos são absolutamente egoístas.

A voz do intelecto é suave, mas não descansa enquanto não consegue uma audiência.

Sigmund Freud
O futuro de uma ilusão, o mal-estar na civilização e outros trabalhos (1927-1931). Rio de Janeiro: Imago, 1974.
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⁠O inconsciente de um ser humano pode reagir a outro sem passar pelo consciente.

Sigmund Freud
Das unbewusste. Frankfurt: S. Fischer Verlag, 1970. v.3.

A oposição entre psicologia individual e psicologia social ou das massas, que à primeira vista pode parecer muito significativa, perde boa parte de sua agudeza se a examinamos mais detidamente.

Sigmund Freud
Psicologia das massas e análise do eu e outros textos (1920-1923). São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
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⁠Nada é tão difícil para o homem quanto abdicar de um prazer que já experimentou.

Sigmund Freud
Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (2021).