Poemas de Freud

Cerca de 120 poemas de Freud

Muito mais coisas devem acontecer em sua mente, do que aquelas que chegam à sua consciência. Vamos, deixe que lhe ensinem algo sobre esse problema! [...] Volte seus olhos para dentro, contemple suas própria profundezas, aprenda primeiro a conhecer-se! Então, compreenderá porque está destinado a ficar doente e, talvez, evite adoecer no futuro.

Sigmund Freud

Nota: Sigmund Freud (1856-1939) (19171989, ESB, V.XVII, p.177178)

A vida é bela, mas também pode ser muito cruel e difícil para algumas pessoas. Em algumas situações, por mais extremas e desesperadoras que possam parecer, devemos manter o pulso firme e o equilíbrio mental, pois esta é a melhor maneira de conseguir enxergar a luz no fim do túnel!

Os enigmas do universo só lentamente se revelam à nossa investigação. Existem questões às quais o homem, atualmente, não pode nos dar respostas, mas, o trabalho científico constitui o único caminho que pode nos levar a um verdadeiro conhecimento da realidade externa a nós.

Sigmund Freud
O Futuro de Uma Ilusão VI

Não se cogita a repressão total das tendências agressivas do homem: o que podemos tentar é canalizar essas tendências para outra atividade que não seja a guerra.

Ela podia ser aliviada de seus sintomas se fosse induzida a expressar em palavras a fantasia emotiva pela qual se achava no momento dominada.

É quase impossível conciliar as exigências do instinto sexual com as da civilização.

Privamo-nos para mantermos a nossa integridade, poupamos a nossa saúde, a nossa capacidade de gozar a vida, as nossas emoções, guardamo-nos para alguma coisa sem sequer sabermos o que essa coisa é. E este hábito de reprimirmos constantemente as nossas pulsões naturais é que faz de nós seres tão refinados. Porque é que não nos embriagamos? Porque a vergonha e os transtornos das dores de cabeça fazem nascer um desprazer mais importante que o prazer da embriaguez. Porque é que não nos apaixonamos todos os meses de novo? Porque, por altura de cada separação, uma parte dos nossos corações fica desfeita. Assim, esforçamo-nos mais por evitar o sofrimento do que na busca do prazer.

As vezes nós também racionalizamos, quer dizer, tentamos mostrar a nós mesmos, e aos outros, que temos outros motivos para fazer o que fazemos em certas situações, e não revelamos os reais motivos que nos levaram a agir de certa maneira, simplesmente porque eles são constrangedores demais.

No auge do sentimento de amor, a fronteira entre ego e objeto ameaça desaparecer.

O sentimento de felicidade originado da satisfação de um impulso selvagem, não domado pelo eu, é incomparavelmente mais intenso do que aquele que resulta da saciação de um impulso domesticado.

Os juízos de valor dos homens são inevitavelmente governados por seus desejos de felicidade, e que, portanto, são uma tentativa de escorar suas ilusões com argumentos.

A maldade é a vingança do homem contra a sociedade, pelas restrições que ela impõe. As mais desagradáveis características do homem são geradas por esse ajustamento precário a uma civilização complicada. É o resultado do conflito entre nossos instintos e nossa cultura. Muito mais desagradáveis são as emoções simples e diretas de um cão, ao balançar a cauda, ou ao latir expressando seu desprazer.

O investimento libidinal em um objeto não eleva a autoestima. A dependência ao objeto amado tem como efeito a redução daquele sentimento: uma pessoa apaixonada é humilde. Um indivíduo que ama priva-se, por assim dizer, de uma parte de seu narcisismo, que só pode ser substituída pelo amor de outra pessoa por ele.

Ora, essas coisas psicanalíticas só são compreensíveis se forem relativamente completas e detalhadas, exatamente como a própria análise só funciona se o paciente descer das abstrações substitutivas até os ínfimos detalhes. Disso resulta que a discrição é incompatível com uma boa exposição sobre a psicanálise. É preciso ser sem escrúpulos, expor-se arriscar-se, trair-se, comportar-se como o artista que compra tintas com o dinheiro da casa e queima os móveis para que o modelo não sinta frio. Sem alguma dessas ações, criminosas, não se pode fazer nada direito.

Sigmund Freud
A Pfister, 5 de junho de 1910

⁠A fuga é o instrumento mais seguro para se cair prisioneiro daquilo que se deseja evitar.

Sigmund Freud
Obras psicológicas completas de Sigmund Freud: edição standard brasileira. Rio de Janeiro: Imago, 1996.
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As doutrinas religiosas: todas são ilusões, são indemonstráveis e ninguém pode ser obrigado a tomá-las por verdadeiras, a acreditar nelas. Algumas são tão inverossímeis, se encontram de tal modo em contradição com tudo o que descobrimos ardualmente sobre a realidade do mundo, que podem ser comparadas- considerando devidamente as diferenças psicológicas - às ideias delirantes. É impossível julgar o valor de realidade da maior parte delas.

Setenta anos ensinaram-me a aceitar a vida com serena humildade (...). Não, eu não sou pessimista, não enquanto tiver meus filhos, minha mulher e minhas flores! Não sou infeliz – ao menos não mais infeliz que os outros.

Sigmund Freud
A última longa entrevista de Sigmund Freud. Revista Bula, 23 set. 2015.

Nota: Trecho de entrevista feita por George Sylvester Vierek, em 1930.

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Existem certos homens que não contam com a admiração de seus contemporâneos, embora a grandeza deles repouse em atributos e realizações completamente estranhos aos objetivos e aos ideais da multidão.

⁠Não desejo suscitar convicções, o que desejo é estimular o pensamento e derrubar preconceitos.

Sigmund Freud

Nota: Trecho de palestra dada em 1917.

Suas doutrinas carregam as marcas do tempo em que foram originadas, tempos de ignorância da infância humana.