Poemas de Dança
A morte, morte para muitos é a pior coisa, pois não estão
cientes que a vida é eterna, a chuva cai com trovoadas e
trovões pelos céus da vasta região central daquela grande
cidade, andando por cada avenida não temendo a morte, mas
sim, dançando com ela, aproveitando cada momento com ela
enquanto há vida, enquanto há esperanças e há mais uma
chance de viver, então aproveite a vida e dance valsa, se
divirta com a morte, não deixe que esse medo te consuma,
mas sim, saiba lidar, a morte é a única coisa que temos total
certeza que existirá, o que nos resta, é dançar com ela.
Ao conversar com determinada pessoa, sobre determinada profissão que a pessoa ama, não importa qual seja.
Vejo o quanto isso reflete em mim.
Cada vez mais, vejo o poder, a força e a coragem que a dança me dá a cada dia.
Cada momento é uma nova descoberta, um novo passo, ou uma nova forma de fazer aquele passo.
E a cada segundo mais tenho certeza de que não fui eu que escolhi a dança, mas a dança que me escolheu.
Pois quando me vejo desanimada, ao tocar uma música ou até mesmo no silêncio, sinto minha pulsação totalmente ritmada, como se falasse que a solução para meus medos e meus problemas, fosse dançar.
E é ai que encontro minha força, na dança!
Quando falaram que o mundo estava feito,
Eu pensei: O que vou construir?
Chorei.
Quando falaram que o mundo estava descoberto.
Eu pensei: O que vou descobrir?
Desesperei.
Enquanto caminhei,
Minhas convicções confirmaram
O mundo está cru, nu e cego
E estou no lugar certo.
Pensei:
Invente uma nova dança
Como se não soubesse do passado
Invente uma nova dança
Como se o tempo não fosse passar
Invente uma nova dança
E enquanto estiver em movimento
Ensine uma nova dança
Para os laços da memória
Para os fios dos sonhos
Invente uma nova dança
Que o outro possa dançar
Dance, dance muito
Dance esta nova dança
Enquanto puder
Para que possam aprender a dançar
Para que possam te ensinar
Quando você esquecer,
Como um sonhador
Que ensina a seu filho que nuvem pisar.
Assim, por mais que o cenário exija linearidade,
Prefira o movimento
Pois, onde há dança
Há vida.§
Uma musica boa em qualquer lugar
Ontem foi um dia especial, ela estava numa roda de amigos, sem medo cheguei perto dela e a puxei pra dançar, seus cabelos loiros e cheirosos e seu perfume, fizeram com que me apaixona-se mais ainda na quele momento.
Estávamos nas nuvens seus olhos azuis penetravam dentro de minha alma fixos em mim, eles dizem mais do que apenas palavras. expressavam ternura paixão.foram apenas 3 musicas tocadas, mais que marcaram aquele encontro com essa bela mulher com que dancei na noite passada.
Faria tudo novamente, para sentir seu perfume com apenas com uma musica boa em qualquer lugar.
Nunca associe dançar, as agruras da vida!
Tipo: Alguém sofre um acidente, dizer que a pessoa "dançou". Ou que foi preso, "dançou".
Algo tão bom e benéfico quanto a dança, jamais pode ser associado coisas ruins!
Mistura de Samba
Cada um no seu canto
Cada um com o seu canto
Cada um a cantar
Uma nova música
Uma música nova que enfeita o ar
E outros caem na dança
Fazendo todos dançarem
Uma dança que alcança
A madrugada inteira a bailar
Mistura de tango com valsa
Mistura de rock com bolero
E por fim tudo acaba em samba
Assim, todos se põem a sambar
Cada um no seu canto
Cada um com o seu canto
Cada um a cantar
A CRIANÇA
A música de um rádio esvai-se da taberna,
espalha-se na rua estreita e mal calçada;
é compasso, talvez, de uma dança moderna,
talvez ária de amor, febril, apaixonada.
Com dois anos ou três, vestida cor de rosa,
de bracinhos ao ar, uma menina dança,
tão linda, tão gentil, tão pura, tão graciosa,
que toda a gente pára a mirar-se na criança.
O seu corpo volteia, os seus braços são asas,
seus pequeninos pés estão pisando flores,
em roda surge, em vez das mais humildes casas,
parede palaciana embriagante de cores.
Esta criança transforma a pobreza em riqueza,
adoça alegremente aquele ambiente triste,
o que é sórdido morre ante a sua pureza,
só ela, ela somente, ali impera e existe.
Ao som daquele rádio, a criança ingénua e calma,
dançando, nos conduz ao sobrenatural,
a ser apenas sonho, a ser apenas alma,
a viver para além de este mundo mortal.
Já não se escuta a rádio, a música é divina;
a taberna sumiu-se, há um portal do Céu;
é um Anjo-de-Deus a forma menina;
da sideral mansão, até ali, desceu.
Porto, Estio de 1959
Suor é paixão em estado líquido
Visto-me com íntimos sonhos para o tango do desconhecido. Ouço o ritmo da música que já aquece o salão. Atrai-me o mistério do futuro próximo.
Levanto-me e sou tomada, arrebatada, subjugada pelo som que pulsa dentro de mim. Deixo-me levar.
Sou refém de sensações, parceira da próxima música, amante de todo o baile.
Giro pelo espaço e sou o centro de tudo o que acontece. Suave, eloquente, abrupto, carente. Todo movimento é cúmplice do ato de existir.
Não há censura, culpa ou pecado. Há suor.
E suor nada mais é do que paixão em estado líquido.
Suemos.
Á MAQUINA PÒDE ATER SUPERÁ A FORÇA DO HOMEM,
MÁS DIFICILMENTE SUPERARÁ Á MENTE DO SER HUMANO.
(IDEALIZADOR PENSSANDOR ESCRITOR, sergio mimoso Gonçalves)
A melodia desse amor me tirou para dançar
Descalça no salão das brasas
O silencio da duvida se escutava no ar
Cega e com as mãos atadas
Só sentia ele me levar
Tentava acompanhar
As nuvens me escutavam cantarolar
Meu corpo todo a se queimar
Chamava o vento para me lavar
Sentia as cores do mundo me misturar
Meu coração pedia para respirar
Você me olhava sufocar
Bebia tragos de mar
Embriagada de tanto te chamar
Me despia mais uma vez para sonhar.
O sol me flagrou à beira mar
Marcando as lágrimas salgadas que do rosto pendiam no ar
As mãos molhadas dançavam pelos meus olhos petrificados
Ouvi sua voz cantar palavras bonitas que não soube decifrar
Canto que de encanto me cegou e foi embora
Dilacerado, silenciou-me na areia.
Acordei apaixonado pelo canto da sereia.
Dançando na cozinha,
Cabelos ao ar,
Ele fez passos que eu não pude acompanhar,
Danço sozinha.
Dança frenética
Dança lunática
Dança...
Dança sem estética.
Fantasmas dançam
Na janela da cozinha,
Enquanto lavo o copo
Que tu deixaste na pia.
Um convite,
A no universo dançar,
Tendo nossa música eu topo.
Desnudos pelos astros,
A saudar,
Juntinhos sorrindo uma foto.
Te pedi que ninguém mais viesse,
Mas a lua atrás de nós,
Roubou cena na nossa selfie.
Doce melodia
Eramos desconhecidos mas sentíamos as mesmas sensações como velhos amigos, nossos corpos se moviam como se tivessemos a voar, ao som daquela melodia vibravamos sobres a mesmo frequência, nada falávamos mas nossos corpos se entendiam como velhos amantes, nada foi dito mas naqueles breves momentos conheçemos a história um do outro, foram breves mas sobre aquele som uma eternidade passou.
Vênus de Cápua,
Musa feminina,
Abraça seu filho.
Estrela primeira,
Aparecida no céu;
Metade minha
Maria, Ishmar, Inanna,
Astarte, Afrodite, Ísis...
Menina rainha,
A única no verso.
EU SOU reflexo,
Ela é dança.
Não é por nada não
Nesse passo embalado pelo descompasso acelerado do meu coração
Em toques desritmados, acompanhados de acordes desafinados, tento te traduzir em canção
Uma missão quase impossível, decifrar o seu sorriso, decodificar teu coração
Não é por nada não,
Ontem eu te vi na rua, despreocupada, de coque e chinelo
Naquele detalhe em amarelo com cara de quem não tem hora
Não é por nada não, mas eu esperei tua vinda só pra dizer quanto cê é linda!
Tu passa, mas não para
Repara e pisca, e essa incerteza é que me belisca
Mas não é por nada não, vou esperar cê passar de novo, com aquele sorriso meio bobo
Só pra falar que cê continua linda e que eu gosto da sua incerteza, porque esse incerto é o combustível que me faz continuar.
Lá no alto da montanha
onde as nuvens se cruzam com a neve
A breve esperança se banha
na espera de alguém que a leve.
E sim, há recompença
aos poucos que entram na dança
Apenas alguém de coragem
pra salvar a esperança.
Voltei, dona.
Voltei, eterna senhora.
Perdoe a longínqua espera
Perdoe a longínqua demora
Jamais deveria ter partido dos seus braços
Sois a unica musa que se prestaria a me amar
Mas mentiria acaso dissesse à ti
Que foi por querer o meu voltar
Desci de meu castelo, de sua eterna companhia
Recorri à realeza de uma nobre bailarina
Pobre de mim por acreditar
Pobre poeta, iludir-se a sonhar
Sois a unica que se deita em meu leito
E não me incomoda olhar teu olhar ao despertar
Sois a unica que me conforta
Sois vós quem irá me matar
Solidão, perdão.
Volto à ti
Eterna companhia da minha valsa
Que outrém jamais saberá dançar.
Música
Sons de toda a parte
Pedaços de música espalhados
Ruínas milenares que cantam
O som fraco do passado
Tudo cerca em canção
Eu controlo minha emoção
O ruído que me desintegra em
Carne cantante e exuberância
Salto dançante rumo ao salão
Passo largo junto à dama
Tudo em sintonia formando a armação
Aos olhos dela que me chama
Um fim pretensioso
Num momento milagroso
Nossos corações se unindo
Diante a mesma música surgindo.
COMERCIAL DE MARGARINA COLETIVO
.
Em uma quarta feira qualquer
Juntei palavras em um texto que mudaria a vida
Colei madrugadeira pelos muros da cidade.
.
Amanheceu.
Quem leu, boquiabriu
A lavadeira deixou a trouxa cair
O ciclista por pouco não trombou no poste
A correria foi tanta
Que ventou nas saias das meninas
O semáforo piscando feito luz de Natal
O rasante do pássaro assustou o guri
Que caiu para trás com o peso da mochila
O caderno se abriu
E folhas escritas bateram asas naquela direção...
Nuvens escuras foram se despedindo
O sol morninho arrancou suspiros e agasalhos
(Os ousados despiram também outras partes)
Moças desprenderam cabelos, retocaram batom
O casal tímido resolveu se abraçar
A senhorinha girando a bengala no ar
Uma música começou a tocar... Aaah!
.
E em uma quarta feira qualquer
(Se contar ninguém acredita)
O tempo parou, o povo dançou
E por um minuto eterno a tristeza se foi
Em fileiras sincronizadas
Mãos levantadas, corpos embalados
No compasso da música
Uma chuva multicolorida caiu do céu
Cada gota pintava o cenário
Um sabor diferente em cada cor...
Línguas de fora, braços em ondas
Toda dor subindo, girando em espiral
Desconhecidos se abraçaram
Pretos, brancos, ricos ou pobres
Motoristas estacionando os carros
A vaidade, os falsos pudores, a vergonha
Arrastados pela enxurrada multicor
Sorrisos escancarados, mãos dadas
Ritmo que todo mundo sabia de cor
.
E em uma quarta feira qualquer
(E pela primeira vez na história)
Um comercial de margarina coletivo
O ódio, o rancor, a inveja, a desumanidade
Feito lagartixas cascudas subindo os muros
Explodiram como pipoca em óleo quente
Desabrochando flores perfumadas
Confortando o coração de toda a gente...
