Poemas de Autores Desconhecidos

Cerca de 15089 poemas de Autores Desconhecidos

Subirei em minhas sobrancelhas
Sentirei as sombra dos ventos
Me atravessar
Fazer caminhos
Pra que algum dia um novo amor
Possa passar...

Inserida por FabricioHundou

O VÃO

Duma ponta a outra
Há uma ponte
Que não é ponto - não somente
Se tem reta: exclamação (!)
Chego demorado, com aconchego de dúvidas
Cheio de chão
Por onde só quero voar
Com certezas (não em vão)

Inserida por FabricioHundou

LEVEZA

Vaga, vaga, vagueia
Futuro: ninguém ocupa
Hoje meu riso passeia
Onde pisei, sei o calo
Hoje falo, não calo
Levo até pedra no bolso
Pois quando estou, sou leveza

Inserida por FabricioHundou

CISCO

Foi
Passou
Lixo espacial
Virou cisco
E em meus olhos
Não entra mais

Inserida por FabricioHundou

FALSETE

Quando a lança me espetar
Eu vou cantar agudo
Até a minha voz derrubar o muro
De quem não sabe se desequilibrar

Inserida por FabricioHundou

MUNDIÇO

Um dia - contado a dedo, ponteiro por ponteiro -
Há-de ter um mundo inteiro
Da esquina ao beco esmo
(um todo, de modo algum rachado)
Planeta Meu
Pr'eu correr e me danar

Inserida por FabricioHundou

VENTO-LOBO

Vento-lobo,
Uiva o frio em todo o dorso
Na matilha, caceis o fogo
Fez do silêncio
Fagulhas à carne
Derreter o grito
D'algum inverno tolo

Inserida por FabricioHundou

SOMBRA DOS VENTOS

Cansado de ser marinheiro nauseado
De remar à unha rumo a dezembros nublados
Pus-me ao solo encravado
Aqui ando e corro descalço

Meu superego, campo farto de hectares
Da primeira à última porteira
Posse tenho das poças em que tanto afogo
Eu quem afaga a cada seca desse cerrado
Eu quem afaga
Espelho de faca

Plantarei um pássaro
Para asas fazerem sombra em meu quintal
Sujo, eivado, de esgalho (ou da migalha)

O soalho de meu quintal...
Solo, sujo, sol e chão
Farto de folhas de feridas que secaram
No outono que se foi.

Não como a sorte que nasce nos trevos
Nas vielas dos meus dedos...
A minha sorte - eu tenho outras -
Ainda é cedo
Pra mostrar

Quero (mais do que posso); vê lá se posso
Oh, esperança tão teimosa

Quero comprar uma rede
Pra me balançar
E voar em vento
Pra mo'da vida não parar

A minha sorte - eu tenho outras -
Ainda é cedo
Pra mostrar

Inserida por FabricioHundou

A LUTA

"Vá em paz, meu velho pai, que Deus lhe espera com a paciência que, os dias de calor, pouco lhe deram. O teu nome - forte, em todos ecos da pronuncia - agora é clamado pelos nossas bocas ressecadas. Os nossos dias prosseguirão nos leitos dos rios que fluem, e rolam frouxos, em cada crivo das tuas rugas. As nossa diária luta marcial já nos prepara aos lutos e relutâncias. Vá, meu pai, que o que é teu vai romper as gerações famigeradas. Nunca hei de me dar ao hiato, pois teu timbre treme todo meu corpo. Respeitável seja a tua ida - que, agora, vem para sempre."

Inserida por FabricioHundou

CABIDE

"Vá ao cabide, pendure a tua espinha dorsal. Entre estar vestido de trapos ou de nobres tecidos - mas cheio de entrelinhas -, fique despido e exibindo, somente para o espelho que não existe, as pobres curvas do hiato remendado."

Inserida por FabricioHundou

REZA

Peço
Que me leia
Nalgum momento
Antes da ida
Pois
Para quem não
Me ouvia
Rezo
Poesia
Toda
Dia

Inserida por FabricioHundou

MÉTODO

Meu coração
Mandou lhe dizer
Que não se enquadra
Nas normas técnicas
Dessa tal de ABNT

Inserida por FabricioHundou

AS ÂNCORAS VOAM

"Passa um navio, na minha avenida, navalhando - em garatujas - todo o piso que se estende. Navega sem levantar poeira, mas se anuncia em buzinadas de timbre marítimo, tão alto que, quem grita, só se ver por lágrimas. Nele, que nunca lhe disse antes, agora embarca o único que sabe bem dos meus segredos. No entanto, se o segredo vai embora, já não há de se existir. As âncoras voam, lá vai o meu peso se partir. E se, desse remorso, ainda houver motricidade, que seja para que o meu navio só naufrague quando chegar ao céu."

Inserida por FabricioHundou

ALFA(F)ETO

Quem colocou as letras
Em ordem
Metodizando a distância do "A" ao "Z"
Por favor me ajude
Pois pra esse amor
Eu não sei mais
O que dizer

Inserida por FabricioHundou

PEDRAS NA VESÍCULA

"Eram tantos os suplícios para que cessassem o arremessar das pedras, eram tantos...Muitos! Tantos tontos ouvirão ecos sem economias. Pedros, pardos e perdidos. Perdidos entre pedras. Tantas pedras prediletas, com valoração, seixos com matizes. Eram tontos os que buscavam a pedra sem peso. Pedras não são como penas. Pena de vida, não há morte pior. Tantas pedras amorfas formam desfiladeiros íngremes, subidas delgadas, caminhos de campos calvos e calminhos cavam. A pena dos pássaros está na liberdade. Tantas pedras mofadas, sem uso, formam desafios íngremes, subidas às degoladas, pedras na vesícula, pedras atiradas."

Inserida por FabricioHundou

C(ÉU): SOL É TEU

"Trocaria os meus óculos pelos teus ósculos. Minha boca dando eco, um abismo a dentro, hospeda uma saudade em paredes de mucosas rosas - divide a inflamação com o sol que quara as tardes sem ti. Tenho o dom da melhor promessa. Quero misturar as cores de todos os céus que já vi. Voarei sem pressa e cantarei com os bem-te-vis".

Inserida por FabricioHundou

SALVADOR

"O sal tempera a carne negra, fosca, a pele crioula exala algum cheiro. Nada se repele no caminhar ligeiro dessa gente provida. Usam dendê e fazem cor e corais para as luzes que flambam os dias em temperaturas tão mais elevadas que, do alto, enxergam as léguas do amor egresso. Nesta cidade, meu bem, em cada rua que entro a sombra do vento é que me guia às pupilas de mães, pais e filhos órfãos - cujos sotaques têm o mesmo timbre das marés altas. Aqui, o farol acende o seu riso, me salvaguardando de toda a dor."

Inserida por FabricioHundou

TRAVESSO

"Quero um peito travesseiro, que cheire a capim-limão, em que se possa atravessar o mundo inteiro - ser onde sonho e faço de chão. Desejo que, qualquer planeta que orbite ao redor de mim, deixe o medo para o fim ou até que a lua volte. Subirei em minhas sobrancelhas para ver o meu amor passar naquela rua, até o gosto me vir à boca, e eu sorrir sem respirar. Pois, do ventre donde que saí, hoje há parreiras e vinho etílico. Preu - que sou travesso - já não o meu lugar."

Fabrício Hundou

Inserida por FabricioHundou

ESTAÇÃO

Em algum vagão
Enrijeço a minha nuca de desdém
Não vago em vão e não alugo peito
Não penso em mais ninguém
Só num pronto-abraço que me espera
Na estação mais farta que a primavera
Aonde o meu desembarcar
Pisa efêmero nos trilhos
Em que vou descarrilar
O meu breve juízo
Outra vez

Inserida por FabricioHundou

TRATANDO DE MIM

"Quando se trata de mim, eu mesmo dou um trago e dano a boca a falar ainda qu'eu tenha medo, da criança que nina entre os meus dedos, acordar e não parar de sonhar. Livrai-me, Deus, dessa doidice. Eu tenho medo dela contar como dançam tristes as lembranças do meu último sorriso. Isso não é segredo - eu duvido. E me tratando, sempre me curo em outro beijo ou na falta de juízo."

Inserida por FabricioHundou

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