Poemas de Arnaldo Antunes
Mais um dia se apresenta!
Não o desperdicemos com vãs e tolas discussões.
Lidemos com ele como algo sagrado,
dádiva do Universo,
motivo de exultação da alma!
Cika Parolin
O mundo é amplo,
os caminhos, a seguir, são tantos...
e neles, cada um caminha como bem lhe aprouver.
Essa me parece a beleza de tudo:
o buscar na estrada da vida,
com liberdade, criatividade e ética,
a realização de algo que nos permita
percebermos que não estamos aqui ao acaso.
Que cá estamos para deixarmos, ao menos,
mínimos rastros de bondade,
que sejam lembrados como exemplo
por pelo menos uma geração
dos que vierem depois de nós.
Cika Parolin
"Eu não creio em bruxas, mas que elas existem, elas existem."
Miguel de Cervantes acreditava nelas
e falou pura verdade:
Viveu na época em que elas eram proscritas
por simples ignorância.
Ardiam nas fogueiras por serem diferentes.
Se tivessem olhos verdes, ERAM BRUXAS!
Se lessem Tarô, se fossem misteriosas,
se gostassem da noite, se fizessem poções,
se acendessem velas, se tivessem cabelos vermelhos,
se vestissem negro, se tivessem unhas grandes,
se fossem intuitivas, se usassem amuletos,
se falassem sozinha ou com os bichos,
se vivessem na floresta... ERAM BRUXAS!
O tempo da caça às Bruxas passou,
mas ainda hoje elas sobrevivem
dentro de cada mulher
que de anjos e bruxas todas têm um pouco.
Cika Parolin
Talvez agora, mais do que nunca,
serei amiga da Poesia,
até quando Deus quiser.
Escrevendo mal ou escrevendo bem, contarei histórias de vida, inventarei algumas de amor com final feliz e quem sabe, como Cora e se o Universo permitir, partirei com papel e lápis na mão, deixando frase inacabada que só alguns saberão completar.
Cika Parolin
Pergunto afinal,
nossa história foi um sonho solitário?
O sonho foi só meu!
Só eu tirei os pés do chão e flutuei.
Sonho de amor não se sonha sozinha.
Amor é para ser sonhado a dois.
Cika Parolin
Sou uma mulher de paz,
mas isso não quer dizer que eu não enfrente minhas batalhas internas; também não é tão simples seguir o caminho da serenidade. É preciso uma forte determinação aliada ao desejo de fazer da vida algo mais que viver um dia após o outro, no "andar da carruagem". Não! ser de paz é todos os dias aparar arestas; é descobrir onde está o caminho onde brotam as flores;
é promover o entendimento, mesmo a conta-gotas, como aquele passarinho que tenta apagar o incêndio na floresta, levando água no bico! Assim como ele, estou fazendo a minha parte. Cika Parolin
Transformei aquele imenso Amor
em Poesia!
Deixei-o amalgamar-se
até não poder mais distinguir
o que é um e o que é a outra.
A tal ponto que eu não pudesse mais dizer
o que foi sonho
e o que foi realidade.
Cika Parolin
Na vida, serei sempre terra,
jamais pedra!
Terra que acolhe a semente,
terra onde brota a flor.
Terra onde crescem os frutos dos afetos
e onde deixarei os rastros do amor.
Cika Parolin
Ouvi ao longe um apito de trem
e imediatamente minha alma viajou para um tempo muito distante!
O tempo da saudosa infância, lá pelos oito anos, quando meu irmão e eu fugíamos de casa para ver o trem passar. Havia um campo ao largo do qual passava uma estrada de ferro. Lá íamos nós, abaixo de sol, esperar a "maria-fumaça".
Sem o menor temor, deitávamos sobre os trilhos e dormentes cheirando a peroba! Ficávamos vendo os desenhos nas nuvens até que ouvíamos o inconfundível apito e a fumaça que se formava no horizonte.
Lá vinha ele, todo negro, imponente, enorme aos nossos olhos!
Rapidamente saíamos da linha e nos sentávamos na relva a ponto de acompanharmos os movimentos e os ruídos incríveis que proporcionava. Havia ainda a eventual possibilidade de algum passageiro nos ver e nos acenar, o que prontamente retribuiríamos. Eu, como menina sonhadora, imaginava que um daqueles moços morenos, que acenavam, poderia vir a ser, no futuro, o grande amor que cruzava meu caminho pela primeira vez e que certamente a vida me faria reencontrar.
No fim do dia voltávamos à casa, com cara de anjos
e mamãe zangada tentando descobrir onde tínhamos andado a tarde inteira. Naturalmente mantínhamos segredo para garantir a fuga do dia seguinte.
Cika Parolin
Do passado só carrego as boas lembranças.
Tudo o que possa ter me ferido depositei no esquecimento.
As decepções, as tristezas, as deslealdades podem ser carregadas por um curto espaço de tempo. Apenas o suficiente para aprendermos as lições que contêm, entendê-las e em seguida esquecê-las por completo. Já as alegrias, o que de bom nos fizeram, os afetos verdadeiros e os sentimentos do bem devem ser tratados com relevância absoluta e jamais esquecidos. Cika Parolin
Naquele AMANHECER, partiste!
Incontida LÁGRIMA me rola pela face,
O SONHO deu lugar ao amargor
e nem imaginas que meu viver DESERTO virou.
Não mais o SORRISO,
não mais a MAGIA do amor!
Apenas SILÊNCIO
e o mais triste SENTIMENTO de dor.
Cika Parolin
Naquelas loucas tentativas
de prender-te ao meu lado, te perdi
Assim é o amor, quando deixas correr livre,
tomam-te como indiferente.
Se o demonstras em excesso,
corres o risco de o amor "escravizar".
Parece-me, pois, que no amor
é preciso temperança.
Nem demais, nem de menos,
apenas AMAR.
Cika Parolin
Gosto tanto do equilíbrio,
do saudável meio-termo!
Duas atitudes me assustam
e me fazem querer sair pela tangente:
"A demais e a de menos"!
comparando com o amor:
Demasiado, asfixia
de menos, esfria.
É preciso serenidade
para que um afeto crie raízes,
em processo lento e constante.
Cika Parolin
Do tempo eu só sabia
que passava...
Não tinha ideia de mês, nem de ano.
Sabia que havia os dias de chuva e frio,
mas que logo eu sentiria o perfume de flor,
o renascer de tudo, o canto dos pássaros.
Correria pelos campos até não mais poder
e me sentiria em total comunhão com a natureza.
Cika Parolin
Procuro-te !
Meu olhar percorre o salão,
entre pastoras e colombinas não estás.
No frenesi da dança,
nas imagens que os espelhos refletem,
nos blocos em algazarra
te busco, em vão.
Que máscara oculta teus olhos?
Pergunto por ti,
ninguém te viu.
Cika Parolin
Também canto a pedra no caminho!
É no tropeço que sigo adiante,
mesmo que aos "trancos e barrancos",
é a pedra que me desafia a seguir.
Cika Parolin
MUDEZ
De silenciar dores falo com propriedade!
Silenciei-as, silencio-as.
É vício, é praxe
calar a história vivida,
o amor perdido,
a dor mais sofrida.
Calo para não romper os elos
com o passado remoto;
como se falar sobre ele, o maculasse.
E assim, meu mundo interno só cresce,
quase não cabe em si
e a dor se agiganta,
sufoca, anestesia os sonhos!
Como libélula aprisionada,
não mais se debate,
apenas, em silêncio, "se ajeita".
Cika Parolin
Existe um abismo de distância entre
quem somos e como as pessoas nos enxergam.
Sempre que me vejo julgada extremamente boa
ou o contrário, penso que estou no meio!
Onde poucos me veem, um ser que acerta e erra;
que se não fizer o bem, também não fará o mal.
Apenas buscando o equilíbrio, do bem existir. Cika Parolin
O mundo diz,
é pecado te amar!
Amar sem esperança,
sem ter, sem ver.
É pecado amar a alma?
Digam-me, afinal,
é pecado amar sem razão,
sem explicação,
sem nenhuma ilusão?
Se pecado for,
que o mundo me perdoe!
É fatal, pecadora sou,
pecadora serei, então. Cika Parolin
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